quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Mensalão ou caixa dois?


Não queiram imputar ao PT toda a irregularidade eleitoral que existe no Brasil há décadas.

Tenho acompanhado com extremo interesse o caso do suposto mensalão.  

 Eu acho que os verdadeiros fatos aconteceram assim: 
A PGR e o relator Joaquim Barbosa batem na tecla de que não houve empréstimos bancários ao PT e que tudo não passou de uma farsa. 

Entendo eu que, excetuando o suposto delito de João Paulo Cunha que veio de outra fonte, a soma das importâncias que foram repassadas do PT aos outros partidos e aos seus próprios integrantes batem com o total do que foi emprestado pelos bancos. 

Se não houvesse a intermediação das agências de Marcos Valério junto aos bancos, estes numerários em dinheiro seriam lícitos. Entrou na contabilidade do Banco e saiu, mas não entrou na contabilidade do PT. Daí a ilicitude. 

Porque Delúbio agiu assim? Digo eu. Para tornar este dinheiro dito ilícito em lícito teria que ser declarado ao TRE ou ao TST mesmo que fossem declarados muito após as eleições. Assim manda o Código Eleitoral. Para fugir desta burocracia que demandaria muito tempo, inclusive com multa ao partido decidiu-se para o caminho da irregularidade. 

Então onde está a intensidade e o volume do crime que tanto apregoam? Os empréstimos foram feitos. Os peritos do Banco Central atestaram a idoneidade dos empréstimos. O PT poderia no máximo estar sendo supostamente acusado de tentativa de tráfico de influência, o que não chegou a acontecer, pois descoberto antes com o escândalo vindo à tona. 

O PT não pode ser condenado por algo que supostamente iria acontecer para favorecer as agências de Marcos Valério. Isto se fosse esta a intenção. Ninguém pode ser condenado por algo que poderia acontecer. Então, está provado que, se existe crime é somente crime eleitoral. O máximo que poderia acontecer seria o PT e outros partidos envolvidos serem multados por caixa dois. E é só. Mas isto não entra na cabeça das pessoas que só pensam em execrar o PT. 

Como disse o presidente Lula: é algo que sempre aconteceu no Brasil se referindo ao  caixa dois político. Quem conhece muito bem esta história de caixa dois é o ex-senador Arthur Virgílio do PSDB. Não queiram imputar ao PT toda a irregularidade eleitoral que existe no Brasil há décadas.
 

Confissão  de Arthur Virgílio.

 " Em 1986, fui obrigado a fazer caixa dois na campanha para o governo do Amazonas. As empresas que fizeram doação não declararam as doações com medo de perseguição política." " Vamos acabar com mocinhos pré-fabricados e bandidos pré-concebidos. Neste país, o caixa um é improvável. A maioria das campanhas tem caixa dois." Sabem o senador Arthur Virgílio, do PSDB, aquele que insulta o presidente Lula, faz ameaças físicas, acha que o caixa 2 do PT é um “terrível” escândalo? Aquele que assinou nota oficial do bloco PFL/PSDB afirmando que Lula cometeu “gravíssimo” crime eleitoral? Pois é! A revista Carta Capital (16/11/05) desengavetou entrevista dele ao Jornal do Brasil. Nela, o senador afirma que ele próprio, em 1986, usou caixa 2 e “desafiava quem não usava”. A reportagem, que tem o título de “Ilegalidade é frequente”, trata da denúncia de que houve doações de mais de R$ 10 milhões à campanha de reeleição de FHC que não foram registradas no TSE. Ao assustado repórter ele ressaltou: “fico tranqüilo porque esse crime eleitoral já está prescrito”.
 Texto do leitor José Lopes extraído do Portal Brasil 247.com

Nenhum comentário: