sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Podemos questionar as escrituras?

O artigo abaixo foi extraído do Blog Espiritismogi.com.br http://www.espiritismogi.com.br/
O artigo é do estudioso e iluminado Paulo da Silva Neto Sobrinho um dos meus autores e preferidos.

"Podemos questionar as escrituras?

Introdução

É comum que apontem a nós, os espíritas, como sendo um bando de heréticos, por causa do questionamento que sempre fazemos de todo e qualquer escrito, não excluindo nem mesmo a Bíblia, o que, para eles, é a razão de nossa heresia.

Dizem que somos os responsáveis pelo desvirtuamento da fé, quando, na verdade, estamos justamente querendo que as pessoas tenham mais fé, embora isso possa parecer, à primeira vista, contraditório. O que percebemos é que, por tantas coisas absurdas, incoerentes, inconsistentes, lendárias e mitológicas contidas na Bíblia, - e não podemos nos esquecer que nela Deus é um carrasco que vinga a culpa dos pais nos filhos, como também nos imputa pecado que não comentemos – muitas pessoas tem deixado desfalecer a sua fé. Um Deus que manda para o castigo eterno as pobres almas que erram apenas por ignorância, porquanto o amor ainda não ter lhes florescido em seus corações, causa mais temor do que respeito e devoção. Coisas incompatíveis com a justiça humana são atribuídas a esse deus bíblico, muito diferente daquele que Jesus nos apresentou como sendo o nosso Pai.

Jesus, em certa oportunidade, disse: “conhecereis a verdade que a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Ora, não há como conhecer a verdade sem que façamos um questionamento amplo e irrestrito em tudo quanto aprendemos pelo ensinamento de culturas religiosas dogmáticas, extremamente presas à letra, que proíbem tudo que não leva o seu selo.

Se acontecer mesmo que “... onde se acha o Espírito do Senhor aí existe a liberdade” (2Cor 3,17), concluímos que, conseqüentemente, onde não existe a liberdade o Espírito do Senhor não se acha presente. Essa é uma verdade que deveria merecer, por parte desses líderes religiosos atuais, que vivem a proibir seus fiéis disso ou daquilo, uma profunda reflexão. Ler livros de outros autores que não os deles? Nem pensar... excomunhão na certa! Com o tempo passamos a acreditar que quem proíbe alguma coisa é porque está com medo de que a verdade seja descoberta fora daquilo em que foi induzido a crer, daí a razão óbvia da proibição.

O que é interessante nisso tudo é a falta de senso crítico e de uma análise mais profunda dos ensinamentos de Jesus. Aliás, não fosse ele um HERÉTICO, não teríamos a Boa Nova. Jesus contestou, o tempo todo, tanto as tradições quanto algumas práticas religiosas de seu tempo, indo muito mais além, pois até mesmo determinados ensinamentos contidos nas Escrituras foram, de sua parte, objeto de reformulações.

Por outro lado, existe um detalhe que faz uma enorme diferença; é que a liderança das instituições religiosas não se preocupa em ensinar a seus fiéis a devida diferenciação entre o que é história, o que é cultura e o que é realmente de origem divina. Por não ter esse conhecimento os fiéis, como se diz popularmente, “embolam o meio de campo” por não ter as mínimas condições de separar o joio do trigo aceitam pacificamente tudo quanto contém a Bíblia como proveniente da vontade de Deus. É daí também que nasce o preconceito e o sectarismo religioso, uma vez que passam a acreditar que eles são os “eleitos de Deus”.

Mas vejamos o que Jesus reformulou.

As heresias de Jesus

As escrituras não permitiam que se trabalhasse no sábado (Ex 20,8-11); inclusive, os que ousassem desrespeitar eram punidos com a morte (Ex 31,15). Jesus foi insistentemente questionado sobre esse ponto; porém, sempre dizia a seus opositores: "O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado” (Mc 2,27).

O adultério também era punido com a morte dos infratores, segundo a Lei mosaica (Lv 20,10); entretanto, Jesus disse à mulher surpreendida em adultério: “... Eu também não a condeno. Pode ir, e não peques mais” (Jo 8,11).

Havia uma tradição, entre os fariseus e doutores da Lei, que não era permitido comer pão sem lavar as mãos. A isso responde Jesus: “Não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto, sim, contamina o homem" (Mt 15,11).

Em relação ao divórcio, a lei estabelecida por Moisés, permitia ao homem dar carta de divórcio (Dt 24,1), embora Jesus até tenha justificado Moisés, dizendo que ele havia feito isso por conta da dureza dos corações dos homens (Mc 10,5), não recomendou o divórcio. Disse: “o que Deus uniu o homem não separe” (Mc 10,9), acrescentando que o homem que se divorciar de sua mulher e casar com outra cometerá adultério contra a primeira (Mc 10,10).

A lei em vigor naquele tempo era o “olho por olho e dente por dente” (Ex 21,24), ao passo que Jesus nos manda: “... não se vinguem de quem fez o mal a vocês. Pelo contrário: se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda!” (Mt 5,38).

Contrariamente à lei anterior, que permitia odiar os inimigos (Lv 26,52), orientava que “amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês” (Mt 5,44).

Conclusão

A lavagem cerebral feita e o terrorismo religioso implantado na seqüência fazem com que os fiéis não tenham a mínima coragem de questionar qualquer coisa. Seguem seus líderes, sem ao menos se darem conta de que esses líderes fazem parte daqueles a quem Jesus denominou de “cegos, guiando cegos”. O objetivo deles é tão bem atingindo, que os fiéis morrem de raiva quando encontram alguém que questiona a Bíblia, dizendo não ser ela inerrante ou que não seja a palavra de Deus. Acham, acreditamos, que é uma ofensa a Deus tais coisas; entretanto, ofensa maior é não usar a inteligência que Deus nos deu, pois estaremos agindo como irracionais.

A verdade prevalecerá de alguma forma aos que buscam ampliar seus conhecimentos, mas para isso é necessário ler muito e de tudo, até mesmo o que for contra. Essa é a única forma de se fazer um perfeito juízo das coisas. Mas como fazer isso, se não há incentivo? Ao contrário, há inúmeras proibições! Essas proibições são o maior atestado de que aquilo que falam, pregam ou seguem não é verdadeiro, pois quem está com a verdade não teme absolutamente nada.

Como provamos acima, aquele a quem seguimos (Jesus) foi um exímio contestador. Pena é que os fiéis amedrontados não vejam isso. Falando à maneira dos fundamentalistas: mas no dia do juízo, coitados deles..."

O Espiritismo

01. ESPIRITISMO: O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenômenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e daí vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil.
A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários.
É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.
Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra. (Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. I, nº 5 O Espiritismo)

"O Espiritismo esclarecido, como o é hoje, procura destruir as idéias supersticiosas, mostrando o que há de real ou de falso nas crenças populares, denunciando o que nelas existe de absurdo, fruto da ignorância e dos preconceitos.
O sobrenatural desaparece à luz do facho da Ciência, da Filosofia e da Razão, como os deuses do paganismo ante o brilho do Cristianismo. Sobrenatural é tudo o que está fora das leis da Natureza, O positivismo nada admite que escape à ação dessas leis; mas, porventura, ele as conhece a todas?
Em todos os tempos foram reputados sobrenaturais os fenômenos cuja causa não era conhecida; pois bem: o Espiritismo vem revelar uma nova lei, segundo a qual a conversação com o Espírito de um morto é um fato tão natural, como o que se dá por intermédio da eletricidade, entre dois indivíduos separados por uma distância de cem léguas; o mesmo acontece com os outros fenômenos espíritas.
O Espiritismo repudia, nos limites do que lhe pertence, todo efeito maravilhoso, isto é, fora das leis da Natureza; ele não faz milagres nem prodígios, antes explica, em virtude de uma dessas leis, certos efeitos, demonstrando, assim, a sua possibilidade. Ele amplia, igualmente, o domínio da Ciência, e é nisto que ele próprio se torna uma ciência; como, porém, a descoberta dessa nova lei traz conseqüências morais, o código das conseqüências faz dele, ao mesmo tempo, uma doutrina filosófica.
Deste último ponto de vista, ele corresponde às aspirações do homem, no que se refere ao seu futuro; e como a sua teoria do futuro repousa sobre bases positivas e racionais, ela agrada ao espírito positivo do nosso século." - ALLAN KARDEC (O que é o Espiritismo)

Texto extraído do Instituto André Luiz.

Não sou santo

Resolvi criar esse blog para falar de tudo, mas, principalmente, do Espiritismo, minha religião. Por enquanto vou ficar no anonimato por motivos bastante relevantes.

Em tempos em que a religião é usada para fazer guerra e massacres, eu, aprendiz do espiritismo desejo compartilhar as lições de amor ao próximo aprimoradas na doutrina Espírita. O espiritismo tem como meta transformar o indivíduo em um sujeito melhor. E dentro das minhas limitações eu tento ser melhor dia-a-dia. Não sou santo nem pretendo sê-lo, porém, tenho a certeza que alcancei algum progresso espiritual.
Pretendo também falar de política, futebol e dar meus palpites em qualquer assunto do momento.

Confesso que vou copiar textos de outras fontes, sempre citando as origens. Poderei mudar um pouquinho aqui e ali, mas sempre com lealdade ao texto original. Desejo sinceramente fazer amigos. Preciso disso, tenho sede disso.
Portanto, aos que me aturarem,
Muita Paz.