sábado, 30 de junho de 2012

Censo 2010: número de católicos cai e aumenta o de evangélicos, espíritas e sem religião

Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil. A proporção de católicos seguiu a tendência de redução observada nas duas décadas anteriores, embora tenha permanecido majoritária. Em paralelo, consolidou-se o crescimento da população evangélica, que passou de 15,4% em 2000 para 22,2% em 2010. Dos que se declararam evangélicos, 60,0% eram de origem pentecostal, 18,5%, evangélicos de missão e 21,8 %, evangélicos não determinados. A pesquisa indica também o aumento do total de espíritas, dos que se declararam sem religião, ainda que em ritmo inferior ao da década anterior, e do conjunto pertencente às outras religiosidades.Os dados de cor, sexo, faixa etária e grau de instruçãorevelam que os católicos romanos e o grupo dos sem religião são os que apresentaram percentagens mais elevadas de pessoas do sexo masculino. Os espíritas apresentaram os mais elevados indicadores de educação e de rendimentos.
As mudanças, no entanto, não se restringem à composição religiosa da população brasileira. O Censo 2010 também registrou modificações nas características gerais da população, como, por exemplo, a aceleração do processo de envelhecimento populacional, a redução na taxa de fecundidade e a reestruturação da pirâmide etária. A investigação sobre cor ou raça revelou que mais da metade da população declarou-se parda ou preta, sendo que em 21 estados este percentual ficou acima da média nacional (50,7%). As maiores proporções estavam no Pará (76,8%), Bahia (76,3%) e Maranhão (76,2%). Apenas em Santa Catarina (84,0%), Rio Grande do Sul (83,2%), Paraná (70,3%) e São Paulo (63,9%) mais da metade da população havia se declarado branca em 2010.
Além disso, quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declarou possuir pelo menos uma das deficiências investigadas (mental, motora, visual e auditiva), a maioria, mulheres. Entre os idosos, aproximadamente 68% declararam possuir alguma das deficiências. Pretos e amarelos foram os grupos em que se verificaram maiores proporções de deficientes (27,1% para ambos). Em todos os grupos de cor ou raça, havia mais mulheres com deficiência, especialmente entre os pretos (23,5% dos homens e 30,9% das mulheres, uma diferença de 7,4 pontos percentuais). Em 2010, o Censo registrou, ainda, que as desigualdades permanecem em relação aos deficientes, que têm taxas de escolarização menores que a população sem nenhuma das deficiências investigadas. O mesmo ocorreu em relação à ocupação e ao rendimento. Todos esses números referem-se à soma dos três graus de severidade das deficiências investigados (alguma dificuldade, grande dificuldade, não consegue de modo algum).
Estas e outras informações integram a publicação Censo Demográfico 2010: Características gerais da população, religião e pessoas com deficiência, que pode ser acessada pelo link
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/caracteristicas_religiao_deficiencia/default_caracteristicas_religiao_deficiencia.shtm.

Em 30 anos, percentual de evangélicos passa de 6,6% para 22,2%
Os evangélicos foram o segmento religioso que mais cresceu no Brasil no período intercensitário. Em 2000, eles representavam 15,4% da população. Em 2010, chegaram a 22,2%, um aumento de cerca de 16 milhões de pessoas (de 26,2 milhões para 42,3 milhões). Em 1991, este percentual era de 9,0% e em 1980, 6,6%.
Já os católicos passaram de 73,6% em 2000 para 64,6% em 2010. Embora o perfil religioso da população brasileira mantenha, em 2010, a histórica maioria católica, esta religião vem perdendo adeptos desde o primeiro Censo, realizado em 1872. Até 1970, a proporção de católicos variou 7,9 pontos percentuais, reduzindo de 99,7%, em 1872, para 91,8%.
Esta redução no percentual de católicos ocorreu em todas as regiões, mantendo-se mais elevada no Nordeste (de 79,9% para 72,2% entre 2000 e 2010) e no Sul (de 77,4% para 70,1%). A maior redução ocorreu no Norte, de 71,3% para 60,6%, ao passo que os evangélicos, nessa região, aumentaram sua representatividade de 19,8% para 28,5%.
Entre os estados, o menor percentual de católicos foi encontrado no Rio de Janeiro, 45,8% em 2010. O maior percentual era no Piauí, 85,1%. Em relação aos evangélicos, a maior concentração estava em Rondônia (33,8%), e a menor no Piauí (9,7%).
8,0% dos brasileiros se declararam sem religião em 2010
Entre os espíritas, que passaram de 1,3% da população (2,3 milhões) em 2000 para 2,0% em 2010 (3,8 milhões), o aumento mais expressivo foi observado no Sudeste, cuja proporção passou de 2,0% para 3,1% entre 2000 e 2010, um aumento de mais de 1 milhão de pessoas (de 1,4 milhão em 2000 para 2,5 milhões em 2010). O estado com maior proporção de espíritas era o Rio de Janeiro (4,0%), seguido de São Paulo (3,3%), Minas Gerais (2,1%) e Espírito Santo (1,0%).
O Censo 2010 também registrou aumento entre a população que se declarou sem religião. Em 2000 eram quase 12,5 milhões (7,3%), ultrapassando os 15 milhões em 2010 (8,0%). Os adeptos da umbanda e do candomblé mantiveram-se em 0,3% em 2010.
Homens estão em maior proporção entre católicos e sem religião
Com proporções de 65,5% para homens e 63,8% para mulheres, os católicos são, junto com os sem religião (9,7% para homens e 6,4% para mulheres), os que apresentam mais declarantes do sexo masculino. Nos demais grupos, as mulheres eram maioria.
A proporção de católicos também foi maior entre as pessoas com mais de 40 anos, chegando a 75,2% no grupo com 80 anos ou mais. O mesmo se deu com os espíritas, cuja maior proporção estava no grupo entre 50 e 59 anos (3,1%). Já entre os evangélicos, os maiores percentuais foram verificados entre as crianças (25,8% na faixa de 5 a 9 anos) e adolescentes (25,4% no grupo de 10 a 14 anos).
No que tange ao recorte por cor ou raça, as proporções de católicos seguem uma distribuição aproximada à do conjunto da população: 48,8% deles se declaram brancos, 43,0%, pardos, 6,8%, pretos, 1,0%, amarelos e 0,3%, indígenas. Entre os espíritas, 68,7% eram brancos, percentual bem mais elevado que a participação deste grupo de cor ou raça no total da população (47,5%). Entre os evangélicos, a maior proporção era de pardos (45,7%). A maior representatividade de pretos foi verificada na umbanda e candomblé (21,1%). No grupo dos sem religião, a declaração de cor mais presente também foi parda (47,1%).
População espírita tem os melhores indicadores de educação
Os resultados do Censo 2010 indicam importante diferença dos espíritas para os demais grupos religiosos no que se refere ao nível de instrução. Este grupo religioso possui a maior proporção de pessoas com nível superior completo (31,5%) e as menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental incompleto (15,0%). Já os católicos (6,8%), os sem religião (6,7%) e evangélicos pentecostais (6,2%) são os grupos com as maiores proporções de pessoas de 15 anos ou mais de idade sem instrução. Em relação ao ensino fundamental incompleto são também esses três grupos de religião que apresentam as maiores proporções (39,8%, 39,2% e 42,3%, respectivamente).
Os católicos e os sem religião foram os grupos que tiveram os maiores percentuais de pessoas de 15 anos ou mais de idade não alfabetizadas (10,6% e 9,4%, respectivamente). Entre a população católica é proporcionalmente elevada a participação dos idosos, entre os quais a proporção de analfabetos é maior. Por outro lado, apenas 1,4% dos espíritas não são alfabetizados.
Mais de 60% dos evangélicos pentecostais recebem até 1 salário mínimo
A comparação da distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade por rendimento mensal domiciliar per capita revelou que 55,8% dos católicos estavam concentrados na faixa de até 1 salário mínimo. Mas são os evangélicos pentecostais o grupo com a maior proporção de pessoas nessa classe de rendimento (63,7%), seguidos dos sem religião (59,2%). No outro extremo, o das classes de rendimento acima de 5 salários mínimos, destaca-se o percentual observado para as pessoas que se declararam espíritas (19,7%).
Brasileiro vive 25 anos a mais que em 1960
Em meio século (1960-2010), a esperança de vida do brasileiro aumentou 25,4 anos, passando de 48,0 para 73,4 anos. Por outro lado, o número médio de filhos por mulher caiu de 6,3 filhos para 1,9 nesse período, valor abaixo do nível de reposição da população. Essas mudanças alteraram a pirâmide etária, com estreitamento da base e o alargamento do topo, refletindo a estrutura de população mais envelhecida, característica dos países mais desenvolvidos.
Participação de idosos na população saltou de 2,7% para 7,4%
A redução dos níveis de fecundidade acarretou a diminuição de 42,7% (1960) para 24,1% (2010) da participação da população entre 0 e 14 anos de idade no total. Além da queda da fecundidade, a diminuição da mortalidade proporcionou um aumento de 54,6% para 68,5%, nesse período, da participação da população em idade ativa (15 a 64 anos de idade). Já o aumento na participação da população de 65 anos ou mais, no período 1960/2010, saltou de 2,7% para 7,4%.
O Censo 2010 revelou, ainda, que, ao longo de cinco décadas, a razão de sexo passou de 99,8 (1960) homens para cada 100 mulheres para 96 homens. O resultado decorre da superioridade da mortalidade masculina em relação à feminina.
31,1% de brancos e 12,8% de pretos entre 15 e 24 anos frequentavam nível superior
Em 2010, viviam no país 91 milhões de pessoas que se classificaram como brancas (47,7%), cerca de 82 milhões que se declararam pardos (43,1%) e 15 milhões, pretos (7,6%). Os amarelos chegaram a quase 2 milhões (1,1%) e os indígenas a 817 mil (0,4%). A população indígena estava concentrada (60,8%) nas áreas rurais, enquanto 15,6% do total da população brasileira vivia nessas áreas.
No grupo de pessoas de 15 a 24 anos que frequentava estabelecimento de ensino, houve forte diferença no acesso a níveis de ensino pela população segmentada por cor ou raça. No nível superior, encontravam-se 31,1% dos brancos nesse grupo etário, enquanto apenas 12,8% dos pretos e 13,4% dos pardos. O Censo revelou, também, que a defasagem entre idade e nível de ensino que a pessoa frequentava atingiu cerca de 50% das pessoas de 15 a 24 anos que estavam no ensino fundamental, enquanto já deveriam ter alcançado ao menos o ensino médio.
Ao se observar a posição na ocupação entre brancos, pretos e pardos, observou-se uma maior representação das pessoas que se declararam brancos entre os grupos com proteção da previdência social (empregados com carteira de trabalho assinada, militares e funcionários públicos estatutários), assim como entre os empregadores (3,0% entre brancos, enquanto 0,6% entre pretos e 0,9% entre pardos).
67,7% dos idosos possuíam alguma deficiência em 2010
O Censo 2010 aprofundou a investigação sobre as características das pessoas com deficiência no Brasil, coletando, no questionário da amostra, aplicado a 6,2 milhões de domicílios, dados referentes à distribuição espacial, idade, sexo, cor ou raça, alfabetização, frequência escolar, nível de instrução e características de trabalho.
No Brasil, de aproximadamente 45,6 milhões de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas, 38,5 milhões viviam em áreas urbanas e 7,1 milhões em áreas rurais. Na análise por sexo, observou-se que 26,5% da população feminina (25,8 milhões) possuía pelo menos uma deficiência, contra 21,2% da população masculina (19,8 milhões).
O Censo 2010 também investigou a prevalência de pelo uma das deficiências por faixa de idade, e constatou que era de 7,5% nas crianças de 0 a 14 anos; 24,9% na população de 15 a 64 anos e 67,7% na população com 65 anos ou mais de idade. O maior contingente com pelo menos uma deficiência ocorreu na população de 40 a 59 anos, correspondendo a aproximadamente 17,4 milhões de pessoas, sendo 7,5 milhões de homens e 9,9 milhões de mulheres.
Quase 1/3 das mulheres negras possuem alguma deficiência
A deficiência visual, que atingia 35,8 milhões de pessoas em 2010, era a que mais acometia tanto homens (16,0%) quanto mulheres (21,4%), seguida da deficiência motora (13,3 milhões, 5,3% para homens e 8,5% para mulheres), auditiva (9,7 milhões, 5,3% para homens e 4,9% para mulheres) e mental ou intelectual (2,6 milhões, 1,5% para homens e 1,2% para mulheres).
Em relação à cor ou raça, as populações que se declararam preta ou amarela foram as que apresentaram maior percentual de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas, 27,1% para ambas, e o menor percentual foi observado na população indígena, 20,1%. A população feminina apresentou percentuais superiores para qualquer cor ou raça declarada, sendo que a maior diferença foi encontrada entre as mulheres (30,9%) e os homens (23,5%) de cor preta, 7,4 pontos percentuais, e a menor diferença, de 3,4 p.p, entre os homens (18,4%) e mulheres (21,8%) indígenas.
Escolarização: 95,2% das crianças com deficiência frequentam escola
Para a população de 15 anos ou mais de idade com pelo menos uma das deficiências investigadas, a taxa de alfabetização foi de 81,7%, uma diferença de 8,9 pontos percentuais em relação ao total da população na mesma faixa etária (90,6%). A região Sudeste apresentou a maior taxa de alfabetização dessa população (88,2%) e a região Nordeste, a menor (69,7%).
Já em relação à taxa de escolarização, 95,2% das crianças de 6 a 14 anos com deficiência frequentavam escola, 1,9 pontos percentuais abaixo do total da população nessa faixa etária (97,1%). Para a mesma população, em nível regional, destacou-se a região Norte com a menor taxa de escolarização (93,3%), porém com a menor diferença entre crianças com (94,0%) e sem deficiência (93,3%.), indicando que a inclusão escolar na região Norte sofre influência de outros fatores, como a infraestrutura de transporte. A maior diferença foi observada na região Sul, 97,7% e 95,3%, respectivamente.
Quando se observa o nível de instrução, a diferença é mais acentuada. Enquanto 61,1% da população de 15 anos ou mais com deficiência não tinha instrução ou possuía apenas o fundamental incompleto, esse percentual era de 38,2% para as pessoas dessa faixa etária que declararam não ter nenhuma das deficiências investigadas, representando uma diferença de 22,9 pontos percentuais. A menor diferença estava no ensino superior completo: 6,7% para a população de 15 anos ou mais com deficiência e 10,4% para a população sem deficiência. Destaca-se que na região Sudeste 8,5% da população de 15 anos ou mais com deficiência possuíam ensino superior completo.
Trabalhadores com deficiência representam 23,6% do total de pessoas ocupadas
Em 2010, a população ocupada com pelo uma das deficiências investigadas representava 23,6% (20,4 milhões) do total de ocupados (86,4 milhões). Das 44,0 milhões de pessoas com deficiência em idade ativa (10 anos ou mais), 53,8% (23,7 milhões) não estava ocupada. Em relação ao total da população que não estava ocupada (75,6 milhões), a população com deficiência representava 31,3%.
Desigualdade de gênero no mercado de trabalho é reproduzida entre deficientes
Para analisar a inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, utilizou-se como indicadores a taxa de atividade, que é o percentual de pessoas economicamente ativas na população de 10 ou mais anos de idade; e o nível de ocupação, que é o percentual de pessoas de 10 anos ou mais ocupadas na semana de referência.
Para a população com pelo menos uma das deficiências, a taxa de atividade foi de 60,3% para os homens contra 41,7% para as mulheres, uma diferença de 18,6 pontos percentuais. Já em relação ao nível de ocupação, a diferença foi de 19,5 p.p: 57,3% para os homens contra 37,8% para as mulheres.
Em relação à taxa de atividade por tipo de deficiência, a deficiência mental foi a que mais limitou a inserção no mercado de trabalho, tanto para homens como para mulheres (cujas taxas de atividade foram de 22,2% e 16,1%, respectivamente). A deficiência visual foi a que menos influenciou na taxa de atividade, que ficou em 63,7% para os homens e 43,9% para as mulheres. O mesmo foi observado para o nível de ocupação, que, no geral, ficou em 17,4% para pessoas com deficiência mental e 48,4% para pessoas com deficiência visual.
40,2% das pessoas com deficiência e ocupadas possuem carteira assinada
Considerando a posição na ocupação e categoria de emprego, constatou-se que a maioria das pessoas de 10 anos ou mais com deficiência, ocupadas na semana de referência, era empregada com carteira assinada (40,2%), uma diferença de 9 pontos percentuais em relação à população sem qualquer dessas deficiências (49,2%). Os percentuais de trabalhadores com deficiência por conta própria (27,4%), sem carteira (22,5%), militares e funcionários públicos estatutários (5,9%) e não remunerados (2,2%) são maiores do que na população sem deficiência (20,8%, 20,6% e 5,5%; 1,7%, respectivamente) e na categoria empregador, a diferença foi de 0,3 p.p entre a população sem (2,1%) e com (1,8%) deficiência.
Rendimento: 46,4% das pessoas de 10 anos ou mais com deficiência recebem até 1 salário mínimo ou não recebem rendimento
Em relação ao rendimento nominal mensal de trabalho recebido pelas pessoas de 10 anos ou mais de idade ocupadas na semana de referência, com pelo menos uma das deficiências investigadas, observou-se que 46,4% dessa população ganhava até um salário mínimo ou não tinham rendimento, uma diferença de mais de nove pontos percentuais para população sem qualquer dessas deficiências (37,1%). As diferenças por existência de deficiência diminuem nas classes mais altas de rendimento.
Ao adicionar a essa análise o tipo de deficiência, constatou-se que, para as pessoas de 10 anos ou mais com deficiência mental ou motora, ocupadas na semana de referência, o maior percentual se encontrava nas classes de mais de meio a um salário mínimo de rendimento de trabalho (27,6% e 28,7%, respectivamente). Já a maior parte das pessoas de 10 anos ou mais com deficiência visual ou auditiva, ocupadas na semana de referência, concentrava-se na classe de 1 a 2 salários mínimos: 29,0% e 28,4%, respectivamente.
No IBGE

Campanha nacional de vacinação contra a doença vai até dia 6 de julho

IMPRENSA RJ

NOTÍCIAS

SAÚDE

POLIO: RIO DE JANEIRO JÁ IMUNIZOU 89% DAS CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS

 29/06/2012 - 15:05h - Atualizado em 29/06/2012 - 15:05h 
Campanha nacional de vacinação contra a doença vai até dia 6 de julho

A uma semana de ser encerrada, a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite está perto de cumprir sua meta no Rio de Janeiro. Em 14 dias de mobilização, 89% das crianças menores de cinco anos já receberam a vacina no estado. A meta é imunizar, até a próxima sexta-feira, 6 de julho, 95% do total de 14,1 milhões de crianças nesta faixa etária em todo o País. No Rio de Janeiro, das 1.030.026 crianças que precisam receber a vacina, 919.935 já foram imunizadas. Vale ressaltar que vários municípios do estado já cumpriram a meta.

A Secretaria de Saúde distribuiu aos 92 municípios 1,6 milhão de doses da vacina Sabin (contra a poliomielite), que serão dadas às crianças em 4.200 postos de saúde espalhados por todo estado. Em 2011, o Rio de Janeiro superou a cobertura vacinal estipulada pelo Ministério da Saúde.

É importante que os pais levem as cadernetas de vacinação dos filhos, pois, se houver necessidade, as crianças poderão receber outras vacinas que não tenham recebido ainda, como DTP (difteria, tétano e coqueluche), tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus Influenzae b – HIB), tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) e hepatite B.

VACINA – A vacina contra a pólio é segura. Ela se destina a todas as crianças menores de cinco anos, mesmo as que estejam com tosse, gripe, coriza, rinite ou diarreia. No caso de crianças que sofrem de doenças graves, recomenda-se que os pais consultem profissionais nos postos e centros de saúde, para serem avaliadas se devem ou não tomar a vacina. Crianças com febre acima de 38º Celsius, ou com alguma infecção também devem ser avaliadas por um médico.

PREVENÇÃO - Não existe tratamento para a pólio e, somente a prevenção por meio da vacina, garante a imunidade à doença. O Brasil está livre da poliomielite há mais de 20 anos. O último caso no país foi registrado em 1989, na Paraíba.

Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. E é apenas por meio da vacinação que se pode garantir que o vírus não volte a circular em território nacional.

Apesar de não haver registro de casos de pólio há 23 anos no Brasil, é importante manter campanhas de vacinação anuais porque o poliovírus, causador da enfermidade, pode ser reintroduzido no país. Isso porque, o vírus ainda circula no mundo. Entre 2007 e 2012, 35 países registraram casos de poliomielite, sendo que três ainda são considerados endêmicos: Afeganistão, Nigéria e Paquistão.

A DOENÇA - A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa viral aguda que atinge, principalmente, crianças de até 5 anos. É transmitida pelo poliovírus, que entra pela boca. Ele é carregado pelas fezes e gotículas expelidas durante a fala, tosse ou espirro da pessoa contaminada. Falta de higiene e de saneamento na moradia, além da concentração de muitas crianças em um mesmo local, favorecem a transmissão.

O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é, geralmente, de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. A transmissão também pode ocorrer durante o período de incubação.

O poliovírus se desenvolve na garganta ou nos intestinos e, a partir daí, espalha-se pela corrente sanguínea, ataca o sistema nervoso e paralisa os músculos das pernas. Em outros casos, pode até matar, quando o vírus paralisa músculos respiratórios ou de deglutição.

Para saber mais sobre a doença, acesse o site www.riocomsaude.rj.gov.br

Mais um passo para a ferrovia Brasília-Goiânia

Mais um passo para a ferrovia Brasília-Goiânia Foto: Divulgação

Foi assinado o protocolo de intenções para a elaboração de estudos de viabilidade; trem deve atingir a velocidade de 120 quilômetros por hora; obra está orçada em R$ 700 milhões

28 de Junho de 2012 às 19:15
Brasília 247 - Representantes do governo federal e dos governos do Distrito Federal e de Goiás assinaram nesta quinta-feira 28 um protocolo de intenções para a elaboração de estudos de viabilidade para a ferrovia que ligará Brasília, Anápolis e Goiânia. O protocolo é o documento que indicará a modelagem para concessão e operação da linha do trem que será dedicada a transporte de cargas e de passageiros.
O vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli, representou o governador Agnelo Queiroz na assinatura do Protocolo de Intenções para a Elaboração dos Estudos de Viabilidade para a Implantação da linha de trem Brasília -Anápolis - Goiânia. O documento tem por objetivo definir as regras para os estudos iniciais e modelagem para concessão e operação da linha. A obra exigirá o investimento de R$ 700 milhões.
"Com 20 milhões de consumidores, [esta região] será o segundo mais importante eixo econômico do país, perdendo apenas para o eixo Rio-São Paulo, e que terá, ainda, o maior PIB [Produto Interno Bruto] per capita[brasileiro]", disse, durante a assinatura do protocolo, o governador de Goiás, Marconi Perillo, ao se referir aos perfis industrial de Anápolis, de serviços, em Goiânia, e administrativo da capital federal.
Para o diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Marcelo Dourado, a obra é prioritária. "Terá prioridade zero, por sua importância para integrar a Região Centro-Oeste, conectando-a à Ferrovia Norte-Sul".
"É fundamental a preparação de estudos de viabilidade, tanto para a fase de implementação como de manutenção e operação da ferrovia, para evitarmos riscos", ponderou presidente da Valec, José Eduardo Castello Branco. A Valec é uma empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, que atua na construção e exploração de infraestrutura ferroviária do país.
Segundo a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), órgão vinculado ao Ministério da Integração Nacional, que coordena o processo de implantação da ferrovia, o trem a ser implantado será de velocidade média, até 150 Km/h. De acordo com o vice-governador, Tadeu Filippelli, a assinatura do protocolo é o primeiro passo para o fortalecimento regional do transporte público de massa. "Um trem partindo da capital federal, passando por Anápolis, que é uma cidade polo, e se interligando a Goiânia, trará benefícios sociais e econômicos para todo o eixo que será contemplado com a obra", avaliou.
O vice-governador lembrou que o Distrito Federal tem promovido grandes mudanças no transporte público de Brasília. Um exemplo é o projeto de implantação do Eixo Sul, que criará um corredor exclusivo para ônibus, facilitando o deslocamento de milhares de pessoas que moram no Gama e em Santa Maria do DF. "Ações como esta que estamos assinando hoje, em nome do governo do Distrito Federal, vêm confluir com o pensamento do nosso governo sobre como queremos o transporte público de passageiros: Com segurança, qualidade e conforto para os usuários", completou.
Com informações da Agência Brasil e Agência Brasília.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tudo sobre o mensalão.




O Movimento Universitário em Defesa do Estado de Direito é formado por estudantes de Direito interessados no debate de temas pertinentes ao Judiciário e suas relações com diferentes segmentos da sociedade. O movimento não tem fins lucrativos.
O site Tudo Sobre o Mensalão nasceu a partir do estudo da ação penal na sala de aula. É um espaço que privilegia o debate e a troca de ideias sobre o assunto.

http://tudosobreomensalao.com.br/

Nota do autor do Blog Muita Paz!
Enfim, era o que muitos precisavam para entender o outro lado da notícia.
Ao Movimento Universitário parabéns pela iniciativa.

O GOLPE EM ASSUNÇÃO E A TRÍPLICE FRONTEIRA

Mauro Santayana



A moderação dos Estados Unidos, que dizem estranhar a rapidez do processo de impeachment do Presidente Lugo, não deve alimentar o otimismo continental. Em plena campanha eleitoral, a equipe de Obama (mesmo a Sra. Clinton) caminha com cautela, e não lhe convém tomar atitudes drásticas nestas semanas. Esta razão os leva a deixar o assunto, neste momento, nas mãos da OEA. Na verdade, se as autoridades de Washington não ordenaram a operação relâmpago contra Lugo, não há dúvida de que o parlamento paraguaio vem sendo, e há muito, movido pelo controle remoto do Norte. E é quase certo que, ao agir como agiram, os inimigos de Lugo contavam com o aval norte-americano. E ainda contam. Conforme o Wikileaks revelou, a embaixada norte-americana informava a Washington, em março de 2009, que a direita preparava um “golpe democrático” contra Lugo, mediante o parlamento. Infelizmente não sabemos o que a embaixada dos Estados Unidos em Assunção comunicou ao seu governo depois e durante toda a maturação do golpe: Assange e Manning estão fora de ação.
Não é segredo que os falcões ianques sonham com o controle da Tríplice Fronteira. Nãohá, no sul do Hemisfério, ponto mais estratégico do que o que une o Brasil ao Paraguai e à Argentina. É o ponto central da região mais populosa e mais industrializada da América do Sul, a pouco mais de duas horas de vôo de Buenos Aires, de São Paulo e de Brasília. Isso sem falar nas cataratas do Iguaçu, no Aqüífero Guarani e na Usina de Itaipu. Por isso mesmo, qualquer coisa que ocorra em Assunção e em Buenos Aires nos interessa, e de muito perto.
Não procede a afirmação de Julio Sanguinetti, o ex-presidente uruguaio, de que estamos intervindo em assuntos internos do Paraguai. É provável que o ex-presidente - que teve um desempenho neoliberal durante seu mandato – esteja, além de ao Brasil e à Argentina, dirigindo suas críticas também a José Mujica, lutador contra a ditadura militar, que o manteve durante 14 anos prisioneiro, e que vem exercendo um governo exemplar de esquerda no Uruguai.
Não houve intervenção nos assuntos internos do Paraguai, mas a reação normal de dois organismos internacionais que se regem por tratados de defesa do estado de direito no continente, o Mercosul e a Unasul – isso sem se falar na OEA, cujo presidente condenou, ad referendum da assembléia, o golpe parlamentar de Assunção. É da norma das relações internacionais a manifestação de desagrado contra decisões de outros países, mediante medidas diplomáticas. Essas medidas podem evoluir, conforme a situação, até a ruptura de relações, sem que haja intervenção nos assuntos internos, nem violação aos princípios da autodeterminação dos povos.
A prudência – mesmo quando os atos internos não ameacem os países vizinhos – manda não reconhecer, de afogadilho, um governo que surge ex-abrupto, em manobra parlamentar de poucas horas. E se trata de sadia providência expressar, de imediato, o desconforto pelo processo de deposição, sem que tenha havido investigação minuciosa dos fatos alegados, e amplo direito de defesa do presidente.
Registre-se o açodamento nada cristão do núncio apostólico em hipotecar solidariedade ao sucessor de Lugo, a ponto de celebrar missa de regozijo no dia de sua posse. O Vaticano, ao ser o primeiro a reconhecer o novo governo, não agiu como Estado, mas, sim, como sede de uma seita religiosa como outra qualquer.
O bispo é um pecador, é verdade, mas menos pecador do que muitos outros prelados da Igreja. Ele, ao gerar filhos, agiu como um homem comum. Outros foram muito mais adiante nos pecados da carne – sem falar em outros deslizes, da mesma gravidade - e têm sido “compreendidos” e protegidos pela alta hierarquia da Igreja. O maior pecado de Lugo é o de defender os pobres, de retornar aos postulados da Teologia da Libertação.
Lugo parece decidido a recuperar o seu mandato – que duraria, constitucionalmente, até agosto do próximo ano. Não parece que isso seja fácil, embora não seja improvável. Na realidade, Lugo não conta com a maior parcela da classe média uruguaia, e possivelmente enfrente a hostilidade das forças militares. Os chamados poderes de fato – a começar pela Igreja Católica, que tem um estatuto de privilégios no Paraguai – não assimilaram o bispo e as suas idéias. Em política, no entanto, não convém subestimar os imprevistos.
Os fazendeiros brasileiros que se aproveitaram dos preços relativamente baixos das terras paraguaias e lá se fixaram, não podem colocar os seus interesses econômicos acima dos interesses permanentes da nação. É natural que aspirem a boas relações entre os dois países e que, até mesmo, peçam a Dilma que reconheça o governo. Mas o governo brasileiro não parece disposto a curvar-se diante dessa demanda corporativa dos “brasiguaios”.
No Paraguai se repete uma endemia política continental, sob o regime presidencialista. O povo vota em quem se dispõe a lutar contra as desigualdades e em assegurar a todos a educação, a saúde e a segurança, mediante a força do Estado. Os parlamentos são eleitos por feudos eleitorais dominados por oligarcas, que pretendem, isso sim, manter seus privilégios de fortuna, de classe, de relações familiares. Nós sofremos isso com a rebelião parlamentar, empresarial e militar (com apoio estrangeiro) contra Getúlio, em 1954, que o levou ao suicídio; contra Juscelino, mesmo antes de sua posse, e, em duas ocasiões, durante seu mandato. Todas foram debeladas. A conspiração se repetiu com Jânio, e com Jango – deposto pela aliança golpista civil e militar, patrocinada por Washington, em 1964.
A decisão dos paises do Mercosul de suspender o Paraguai de sua filiação ao Mercosul, e a da Unasul de só reconhecer o governo paraguaio que nasça das novas eleições marcadas para abril, não ferem a soberania do Paraguai, mas expressam um direito de evitar que as duas alianças continentais sejam cúmplices de um golpe contra o estado democrático de direito no país vizinho.
Postado por Mauro Santayana

Datafolha: fotos, símbolos e caricaturas


O Datafolha entregou os números que as manchetes da Folha, sobre a aliança PT/aluf, cuidaram de induzir cuidadosamente durante os sete dias que antecederam a sondagem. O intervalo cobre o período que vai da publicação da polêMmica foto do encontro entre Lula, Haddad e Maluf, selando o apoio do PP ao candidato petista, e a ida à campo dos pesquisadores. Aos resultados: "64% dos petistas rejeitam apoio de Maluf", diz, cheio de gula, o jornal da família Frias, em título de seis colunas, da edição desta 4ª feira. Mas a pesquisa revela também nuances não previstas e pouco destacadas pelo jornal. Em parte, porque sujam a narrativa maniqueísta da 'desilusão petista' mas, sobretudo, pelo que revelam da correnteza submersa, a comprimir o favoristimo quebradiço e engessado de José Serra.

"64% dos petistas rejeitam apoio de Maluf", diz, cheio de gula, o jornal da família Frias, em título de seis colunas, da edição desta 4ª feira. Mas a pesquisa desta seman do Datafolha revela também nuances não previstas e pouco destacadas pelo jornal. Em parte, por certo, porque sujam a narrativa maniqueísta da 'desilusão petista' mas, sobretudo, pelo que revelam da correnteza submersa, a comprimir um favoristimo quebradiço e engessado de José Serra. Por exemplo: a) para 50% dos entrevistados pelo Datafolha, o apoio de Maluf (do qual podem até não gostar) é indiferente ou benéfico a Haddad; b) 36% votariam no candidato indicado por Lula; c) só 21% sabem que esse candidato é Haddad; d) a defasagem de 15 pontos, mais os 6% atribuídos ao petista pelo Dafolha reduzem a 10 pontos a distancia atual entre Haddad e Serra; e) Serra não sai do degrau de 30% de votos, mas evolui com desenvoltura no quesito rejeição --ela já era alta e saltou de 32% para 35%, num intervalo inferior a duas semanas, em julho. A de Haddad, ao contrário, é baixa (12%) e estável
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Fotos, símbolos e caricaturas

Muitos gostariam que a foto polêmica em que Lula e Haddad posam ao lado de Maluf simbolizasse a essência daquilo que o PT, Lula e Maluf representam para a história política brasileira. Uma gigantesca engrenagem foi posta a serviço dessa tese. A pesquisa do Datafolha faz parte desse mutirão. Egos foram atiçados. Durante dois dias seguidos, após a divulgação da polêmica fotografia, martelou-se a sentença irrecorrível: a imagem era o ultra-som de uma degeneração terminal que destruía por dentro o principal partido progressista brasileiro e sua liderança máxima.

Uma técnica usual na mídia consiste em blindar 'denúncias' contra qualquer arguição vitaminando-as através de uma implacável imersão da opinião pública em declarações reiterativas. 

No caso da foto, o esforço anestesiante ganhou um reforço imediato de grande impacto: a deputada Luiza Erundina, ela mesma um símbolo de retidão e dignidade na política, reagiu à pressão do rolo compressor renunciando ao posto de vice na candidatura Haddad à prefeitura de São Paulo. Seu gesto e sucessivas declarações a uma mídia sequiosa foram incorporados à espiral condenatória dando-lhe um torque quase irrespondível nas primeiras 48 horas pós 'flagrante fotográfico'. 

Aos poucos, porém, surgiram fissuras. O PT e Lula estão presentes na história e no imaginário do país há quatro décadas. Ambos são filhos do capitalismo brasileiro, cuja principal singularidade foi assentar a supremacia de uma elite indigente na mais desigual estrutura de distribuição de renda (e de poder) existente no planeta. O PT decidiu, e conseguiu, assumir o governo dessa sociedade com a promessa de transformá-la. 

O compromisso de torná-la mais justa, inclusiva e democrática, dentro dos marcos institucionais disponíveis (o que não o exime de ampliá-los, por exemplo, no acesso à comunicação) levou-o a um mergulho no moedor de carne de concessões e recuos impostos pela exigência da governabilidade, ao preço, entre outros, de um certo grau de desfiguramento orgânico e partidário. Ainda assim, o partido obteve um voto de confiança das grandes maiorias para testar a sua aposta em 2002, 2006 e 2010. 

Há resultados eloquentes que explicam a renovação desse pacto eleitoral. São avanços conhecidos; alguns, objeto de controvérsia quanto à consistência estrutural; outros, ainda por demais tímidos para reverter desequilíbrios aterradores, como o acesso e a qualidade da saúde e da escola pública. Mas a percepção vivenciada e majoritária da população concede a Lula e ao PT que o Brasil é hoje, após 10 anos sob seu comando, o país menos desigual da sua história de 500 anos --380 dos quais em regime de senzala e casa-grande. O recuo da taxa de pobreza no país, de fato, foi notável no período: uma redução da ordem de 15 pontos percentuais, caindo de 39% da população, em 1999, no fim do segundo governo tucano, para 23,9%, em 2009, no crepúsculo do ciclo Lula. A renda domiciliar per capita dos 10% mais pobres cresceu 7%ao ano entre 2001 e 2009;entre os 10% mais ricos a taxa foi de 1,5%. Tudo somado, 30 milhões de brasileiros deixaram a pobreza brava nesse meio tempo.


Teve um custo. Não se espere querubins egressos dessa descida ao inferno implícita numa aposta de transformação progressiva da senzala em cidadania, sem ruptura abrupta com a casa-grande. O desfibramento intrínseco da militância a partir dessa experiência, ancorada mais em eleições e acordos de cúpula do que em mobilizações --exceto nos momentos críticos-- produziu um legado de paradoxos de peso histórico ainda não totalmente mensurável. Inclui-se nessa contabilidade de perdas e danos, por exemplo, a esquizofrênica dualidade de um PT que defende a democracia participativa , mas tem dificuldade de vivenciá-la internamente. 

Maniqueísmos religiosos ancorados em símbolos fáceis não ajudam, porém, a entender e nem a intervir na história. Nenhum partido de esquerda passou pelo teste do poder impunemente. O desgaste está implícito num aparelho de Estado quem longe de ser 'imparcial', está organizado para dinamitar projetos que afrontem a lógica dominante e premiar, em contrapartida, políticas 'amigáveis e quadros 'complacentes'. Po risso o Banco Central --'independente'-- funciona e as políticas sociais, assim como os investimentos públicos em educação, saneamento, saúde e habitação tem dificuldade para deslanchar. Lula deixou oito anos no comando desse paradoxo com 80% de apoio popular, marca inédita, exceto talvez se comparada à catarse em torno de Vargas, após o suicídio em 1954. 

O PT , sim, o partido desfibrado, burocratizado, espelho da sociedade que representa, cuja vida interna e inquietação intelectual às vezes lembram o eletrocardiograma de um morto, é o preferido por cerca de 1/3 dos brasileiros -- tem 28% das preferências; o PMDB vem em seguida com 6%; o PSDB, apesar da superexposição que a Folha --e o Datafolha-- lhe concede, de forma sempre isenta, obtém ralos 5% da aceitação. Os dados, extraídos de um levantamento recente feito pela Vox Populi, indicam ainda que 70% dos brasileiros enxergam no PT um partido moderno e comprometido com os pobres; 66% veem nele um partido que busca políticas que atendam ao interesse da maioria da população (apenas 16% discordam disso e enxergam no partido a força ultrapassada -- 'degenerada'-- que as perguntas do Datafolha desta 4ª feira buscam induzir e calcificar).

Voltemos à fotografia polêmica. Martelada em 48 horas de bombardeio intenso, a imagem teve o apoio reiterativo da sempre digna deputada e socialista Luiza Erundina, para assumir a dimensão de um testamento ejetado do fundo da cova petista. 

A esférica blindagem em torno dessa tese enfrentou, após o desconcerto inicial, uma avalanche de fissuras em blogs e sites progressistas (leia por exemplo a enquete realizada pelo blog do Emir, nesta pág). O que se constatou, então, é que a aliança com o PP, embora questionada na forma --o que foi reafirmado pelo Datafolha-- não fora percebida como uma renúncia ao espaço ocupado pelo PT na história brasileira. Mais que isso. Embora a contragosto, a mídia foi obrigada também a reconhecer certas nuances entre o 'símbolo definitivo' que saboreou com gula inicial e a visão da própria deputada Luiza Erundina. Passado o gesto abrupto, a ex-prefeita de São Paulo tirou uma a uma as escoras da versão que ajudara a construir. Mais atenta ao uso de sua credibilidade, matizou em divergência de forma uma reprovação que não se estendia nem ao candidato,nem a campanha e tampouco à aliança com o PP. 

Erundina, a exemplo dos 70% que enxergam no PT e em Lula referências antagônicas às forças e projetos que acompanham Paulo Maluf, sabe que ambos são imiscíveis historicamente, ainda que interações secundárias possam ocorrer no jogo eleitoral. Erundina sabe, ademais, que Lula não trocou a sua história por 90 segundos, como regurgitaram sebosamente os editoriais e colunistas de sempre. Lula foi em busca de um fator essencial a um candidato ainda desconhecido por 55% dos eleitores de São Paulo. E não só para adicionar-lhe 90 segundos de exposição, mas para evitar que esses 90' fossem para o candidato Serra, que ficou irritadíssimo com Alckmin por ter 'deixado escapar o Maluf',como confidenciou ao Terra Magazine um tucano capa preta menos hipócrita. 

Lula raciocinou com base na matemática dos confrontos diretos: "tirar 90' do Serra e acrescentar 90' a Haddad significa virar 3 minutos". Foi isso. "Virar 3 minutos" em troca de um cargo subalterno no plano federal, sob o comando rígido de Dilma Rousseff. "Não muda uma vírgula", disse o secretário geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, "na hegemonia da aliança. Tampouco no programa de Haddad para São Paulo". Justiça seja feita, a recíproca é verdadeira;e significativa: a foto não reflete igualmente o presente, o passado ou o futuro do próprio Maluf que --os críticos da aliança afirmam, com razão--, continua sendo quem sempre foi. Seria esse diagnóstico válido apenas 
a um dos lados da equação?

A imagem, na verdade, é caricata; acentua aspectos reais do jogo eleitoral ao qual o PT aderiu há mais de três décadas-- com os resultados medidos pela pesquisa Vox Populi. Mas não tem a força simbólica que o dispositivo midiático conservador pretende atribuir-lhe, para jogar a pá de cal da 'desilusão' petista que o Datafolha busca agora colher com o senso de oportunidade de um engajamento conhecido.

A ante-sala do julgamento do chamado 'mensalão' -- empurrado em rítmo paraguaio pela mídia conservadora para coincidir com a campanha municipal deste ano-- explica em boa parte esse esforço de reportagem em torno de uma fotografia de dimensões elásticas. Uma, pouco destacada, é que ela acrescenta ao PT 90 segundos de fôlego para se defender de uma previsível identidade narrativa, a emendar o noticiário do Jornal Nacional sobre o julgamento do 'mensalão' e a campanha tucana na TV. É esse esforço de vida ou morte para não perder São Paulo e não enterrar Serra na urna de mais uma derrota para o partido de Lula, que deu à imagem a densidade de um símbolo de significado incontestável, que ela de fato não tem.
Postado por Saul Leblon às 17:20

MP denuncia discriminação nas demissões do Itaú

MP denuncia discriminação nas demissões do Itaú Foto: Edição/247

Banco de Roberto Setubal teria cortado prioritariamente pessoas mais idosas, deficientes e portadores de doenças ocupacionais; pedido de reintegração dos empregados foi apresentado à Justiça

29 de Junho de 2012 às 16:44
Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Curitiba - O Ministério Público do Trabalho (MPT) apresentou na Justiça pedido de reintegração dos trabalhadores que foram demitidos pelo Itaú Unibanco desde março de 2011. A ação civil pública, assinada pela procuradora Margaret Matos de Carvalho, denuncia que as "inúmeras demissões" tiveram "nítido caráter discriminatório" e visaram aos mais velhos, às pessoas com deficiência e aos portadores de doenças ocupacionais.
"Os empregados dispensados eram os que contavam com mais idade e tempo de serviço, sendo que muitos se encontravam há poucos meses do tempo necessário para requerer aposentadoria", diz trecho da ação. Outra irregularidade das demissões, de acordo com a procuradora, é a falta de negociação coletiva prévia com as entidades sindicais que representam a categoria.
A procuradora não especifica na ação civil pública, que tramita desde a semana passada na 9ª Vara do Trabalho de Curitiba, o número exato de bancários que seriam beneficiados por uma eventual decisão favorável da Justiça. Com pedido de liminar, a ação do MPT solicita que o banco apresente a relação das dispensas efetuadas no período.
Entre março de 2011 e março deste ano, o total de funcionários do Itaú teria passado de 104 mil para 98,2 mil – uma redução de 7,8 mil postos de trabalho em todo o país.  Os dados fazem parte de uma pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a partir de números oficiais do Ministério do Trabalho. Apenas em Curitiba, 170 funcionários foram dispensados de janeiro até o último dia 15.
Além da reintegração, o MPTpede na ação o pagamento de todos os salários e benefícios dos demitidos durante o período de afastamento. Também requer a condenação do banco ao pagamento de uma indenização de R$ 100 milhões por dano moral coletivo. O dinheiro seria revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Funcionária do Itaú há 23 anos, uma trabalhadora demitida no começo deste mês relatou à Agência Brasil como recebeu a notícia de seu desligamento. “Muitas vezes você abre mão do almoço para atingir as metas do banco, nunca fiz menos do que os mil pontos exigidos, e, no final do dia, você recebe a visita de alguém para lhe dizer que você está fora da curva”, diz a ex-bancária, que prefere não se identificar.
A ex-bancária acredita em sua reintegração ao cargo. “Preciso do emprego, estou na rua da amargura, desesperada. Meu marido ficou dez anos fazendo bicos, agora até conseguiu um emprego, mas com baixo salário. Essa ação judicial é a esperança que tenho”.
Entre os argumentos da ação do MPT está a Lei 9.029, de 1995, que proíbe práticas discriminatórias para efeito de acesso ou manutenção de emprego em razão da idade. A Lei 8.213, de 1991, que estabelece cotas de até 5% nas empresas para pessoas com deficiência e proíbe a demissão de pessoas nessa condição sem a devida substituição, também é citada no processo.
De âmbito nacional, a convenção coletiva de trabalho da categoria garante estabilidade de um a dois anos aos bancários em idade próxima à de aposentadoria, conforme o tempo de serviço.
“Sabemos que a Justiça ainda não se pronunciou, mas já consideramos a propositura da ação uma vitória, já que nem sempre conseguimos sensibilizar os procuradores para problemas como esse”, disse à Agência Brasil a secretária de Assuntos Jurídicos Coletivos e Individuais do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Karla Huning.
Segundo levantamento do Dieese e da Contraf, os trabalhadores demitidos pelos bancos brasileiros ao longo de 2011 tinham um salário médio de R$ 4,1 mil. Já a remuneração média dos novos contratados foi de R$ 2,4 mil, o equivalente a 58,5% do salário dos dispensados. O lucro do Itaú Unibanco no primeiro trimestre deste ano foi de R$ 3,4 bilhões. Para o banco, arotatividade de trabalhadores é uma forma de redução de custos”, avalia Karla Huning.
A Contraf levou ontem (28) o caso do Itaú ao conhecimento do ministro do Trabalho, Brizola Neto, durante audiência em Brasília. "O ministro mostrou preocupação com essa realidade e afirmou que chamará o banco para explicar os motivos desta redução de empregos", disse Carlos Cordeiro, presidente da confederação. Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa do Itaú Unibanco afirmou que a instituição irá se manifestar apenas nos autos do processo.

Erundina monta tropa de choque pró-Haddad

Erundina monta tropa de choque pró-Haddad Foto: Edição/247

Após deixar vice na chapa do candidato petista em SP, ex-prefeita diz que mal-estar passou e que episódio sobre aliança do PT com o PP de Paulo Maluf "é passado"; deputada tem agora a missão de aumentar a popularização do ex-ministro

29 de Junho de 2012 às 15:21
247 – A ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB) quer deixar para trás o episódio sobre sua saída da chapa petista nas eleições da capital. Ela afirmou nesta sexta-feira que o mal-estar provocado pela aliança entre PT e PP "é passado" e que agora vai "organizar sua tropa" para ajudar eleger o candidato do PT, Fernando Haddad, segundo reportagem da Folha de S.Paulo. A deputada federal deixou o posto após o PT fechar aliança com o PP do deputado Paulo Maluf (PP-SP).
Quando Erundina desistiu da chapa, o vice-presidente nacional do PSB, Ricardo Amaral, chegou a afirmar que nada mudava entre os partidos e que a sigla continuaria com o apoio aos petistas em São Paulo. "Eu continuo apoiando Haddad. Vou organizar minha tropa para a gente ajudar na eleição dele. É o melhor candidato. O episódio é passado", disse hoje a ex-prefeita. Erundina afirmou esperar que não haja mágoas também por parte de Haddad. "Vou provar para ele que isso não foi dirigido a ele", disse. "Vou dar minha contribuição para ajudá-lo a se eleger", acrescentou.
Como justificativa para sua desistência, a socialista afirmou que tomou a decisão para mostrar que estava em sintonia com a sociedade. "Eu lamento que tenha tido que ser assim, mas política tem que passar a compreensão para a sociedade de que há interesse de que as coisas mudem." Na ocasião, Erundina disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia passado dos limites ao ir até a casa de Maluf selar o apoio com o PP, onde tirou uma foto com ele e Haddad.
Sobre a nova vice de Haddad, Erundina diz ter sido uma "boa escolha". Antes de o ex-ministro da Educação formalizar o nome da ex-secretária de Esporte da gestão Marta Suplicy e presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, na quarta-feira, fez questão de declarar que foi ele mesmo quem a escolheu. Antes da comunista, as opções passaram pela deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) e pelo presidente da OAB-SP, Luiz D´Urso (PTB), que agora está confirmado como vice de Celso Russomano (PRB).
Luiza Erundina tem, como missão, popularizar o afilhado político de Lula, que conta com 8% das intenções de voto, segundo o último DataFolha. Apesar de ter concluído sua gestão com baixo índice de aprovação na cidade, a ex-prefeita é bastante conhecida e pode trazer votos para o candidato. Enquanto o nome de Nádia Campeão é completamente desconhecido do grande público. Para especialistas, dificilmente o vice costuma trazer votos. No entanto, podem tirar. Segundo o DataFolha, o índice de rejeição à aliança do PT com Maluf é de 62%.
Operação Pão e Circo, na Paraíba, desarticula esquema de fraudes com recursos do Turismo
A Controladoria-Geral da União (CGU), em trabalho conjunto com o Departamento de Polícia Federal (PF) e os Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE), participa, nesta quinta-feira (28), na Paraíba, da Operação Pão e Circo. A ação tem por objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em desviar recursos públicos destinados à promoção de eventos festivos em 13 cidades do Estado. 

As investigações constataram um esquema ilegal que envolvia o conluio entre grupo empresarial e funcionários de prefeituras (secretários municipais e até prefeitos) na prática de irregularidades na execução de convênios firmados, no período de 2009 a 2011, com o Ministério do Turismo (MTur). A CGU detectou a ocorrência de contratações por meio de processos de inexigibilidade de licitação; ausência de comprovação de prestação de contas; fracionamento de despesas para evitar o procedimento licitatório; e a falsificação de documentos.

As cidades envolvidas são Cabedelo, Sapé, Solania, Jacarau, Itapororoca, Boa Ventura, Alagoa Nova, Mamanguape, Mulungu, Santa Rita, Conde, Cuité de Mamanguape e Capim. O prejuízo ao erário pode ultrapassar os R$ 75 milhões, sendo aproximadamente R$ 15 milhões em recursos federais e aproximadamente R$ 50 milhões em recursos estaduais e municipais.

A Operação, que conta com a colaboração de 19 servidores da CGU, consiste no cumprimento de 65 mandados de busca e apreensão; 28 de prisão temporária; 5 de condução coercitiva; além de ordens de sequestro de bens móveis e imóveis. Os integrantes do esquema serão indiciados, dentre outros delitos, pelos crimes de fraude a licitações, corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Assessoria de Comunicação Social
Controladoria Geral da União.

Nota de Esclarecimento - Operação Liceu

 GCU: Nota de Esclarecimento - Operação Liceu
Em relação à matéria “Polícia prende reitor de instituto federal no Pará”, publicada hoje (29/06) pelo jornal O Estado de S. Paulo, a Controladoria-Geral da União (CGU) esclarece:

1. A CGU não dispõe de evidências sobre o envolvimento de funcionários dos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia nas fraudes cometidas no âmbito do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará (IFPA), pelo esquema desarticulado pela Operação Liceu, deflagrada ontem (28/06) pela Polícia Federal, em parceria com a CGU e o Ministério Público Federal.

2. As entrevistas concedidas pelo chefe da unidade Regional da CGU no Pará, Marcelo Borges de Souza, foram no sentido de confirmar que: 

a. De fato, a Fundação de Apoio à Educação Tecnológica, Pesquisa e Extensão do Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará (Funcefet/PA) não era reconhecida pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia;

b. Apesar disso, foram repassados, indevidamente, recursos à Funcefet/PA pelo IFPA;

c. As suspeitas de envolvimento nas fraudes recaem sobre os funcionários do IFPA, e não dos funcionários dos ministérios.

Assessoria de Comunicação Social

Paraguaios convocam protesto nacional uma semana depois do golpe contra Lugo

Sob o lema “Paraguai Resiste”, organizações paraguaias estão convocando um protesto nacional nesta sexta-feira (29) contra a deposição do presidente Fernando Lugo, ocorrida há uma semana, por senadores e deputados de oposição. As manifestações serão realizadas em todos os departamentos do país, inclusive na capital Assunção.


“A imprensa [paraguaia] está tentando transmitir a sensação de que tudo está normal, mas as pessoas estão muito indignadas, sabem que é grave o que está acontecendo. Elas estão se mobilizando no interior, fazendo como podem, se auto-convocando”, afirmou ao Opera Mundi Alicia Amarilla, da Conamuri (Coordenação Nacional de Organizações de Mulheres Trabalhadoras Rurais e Indígenas).
Durante esta semana, protestos locais reuniram milhares de pessoas em diversos municípios do país, com o corte de estradas nacionais e, inclusive da Ponte da Amizade, que conecta a cidade paraguaia de Ciudad del Este com a brasileira Foz do Iguaçu. A polícia, no entanto, impediu que os manifestantes atravessassem a ponte.
Do lado paraguaio, cerca de dois mil camponeses e agricultores sem terra protestaram contra Federico Franco, então vice de Lugo e atual presidente do país. As manifestações foram apoiadas por argentinos que, junto aos paraguaios, bloquearam a ponte internacional Roque González, que conecta a cidade de Posadas, na Argentina e Encarnación, no Paraguai.
“Estamos aproveitando a solidariedade dos países, sentindo este apoio muito forte que vem de fora. Isso também nos incentiva a nos mobilizarmos”, diz Amarilla. A ativista garante que a aparente tranquilidade da capital, onde as manifestações realizadas em frente à TV Pública foram um dos poucos protestos vistos desde o impeachment, não retrata a realidade do país. Na sexta-feira passada, segundo ela, os manifestantes foram reprimidos por policiais.
“Isso não é somente por Lugo, mas por um processo democrático e os paraguaios apoiaram este processo. É um revés muito grande regredir neste ponto. Defendemos tudo o que foi conseguido no governo de Lugo, depois de muito trabalho, como atenção gratuita à saúde, atenção à terceira idade e demais benefícios sociais”, explica ela.
“No começo pensamos que Lugo ia resistir [ao golpe]. Se fosse assim, a cidadania teria ido às ruas em seu apoio. Mas como ele se praticamente se entregou, as pessoas se acalmaram e voltaram para o campo. Depois, a forma de resistência foi rediscutida e convocamos a formação de uma Frente Nacional de Defesa para a Democracia, que está se mobilizando contra a deposição de Lugo”, afirma Amarilla.
Site Opera Mundi

Depois de quase três anos, Gurgel denuncia 38 por mensalão do DEM

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ofereceu denúncia ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra 38 suspeitos de envolvimento com supostos crimes investigados durante a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, no escândalo que ficou conhecido como mensalão do DEM. Entre os denunciados estão o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Paulo Octavio, além de secretários de governo, deputados distritais e membros do Tribunal de Contas do DF. As informações são do Terra

A denúncia apresentada por Gurgel ocorre dois anos e meio após a deflagração da operação, que levou à queda e à prisão de Arruda. O procurador-geral não informou a lista completa com os nomes dos denunciados, mas os ex-deputados distritais Leonardo Prudente, Eurides Brito e Júnior Brunelli estão nela.

Gurgel acrescentou que os denunciados serão julgados pelos crimes de corrupção ativa. corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O procurador-geral afirmou que a demora na apresentação da denúncia deveu-se às investigações, que detectaram novas formas de desvio de recursos públicos.

O procurador-geral informou que a denúncia possui 180 páginas e que a investigações conseguiu, inclusive, mapear como os pagamentos eram feitos aos membros do governo.

"Acredito que a denúncia relaciona todos os contratos celebrados, os pagamentos feitos. Conseguiu-se apurar até a divisão como era feita. Secretário tal recebia 10%. O ex-governador Arruda recebia 30%. O ex-vice-governador Paulo Octavio recebia 20%. Dependia dos casos e variava de contrato para contrato", afirmou.

Alguns personagens envolvidos no escândalo já tiveram condenações em outros processos. Eurides Brito, cassada por quebra de decoro parlamentar há dois anos, foi condenada a devolver aos cofres públicos R$ 620 mil após a Justiça ter considerado que o valor corresponde à propina que Eurides recebeu durante 31 meses para apoiar o governo.

Além da devolução da quantia acrescida de juros e atualização monetária, a Justiça determinou que Eurides pague multa de R$ 1,86 milhão e indenização por danos morais de R$ 1 milhão. A ex-deputada teve os direitos políticos suspensos por 10 anos.

Júnior Brunelli, que ficou conhecido por ter protagonizado a "oração da propina" terá de devolver R$ 400 mil aos cofres públicos, além de pagar multa de R$ 1,2 milhão e danos morais de R$ 1,4 milhão à sociedade. Ele também perdeu os direitos políticos por 10 anos.

Arruda ainda mora em Brasília, mas passa boa parte do tempo em São Paulo. Isolado politicamente, amigos dizem que ele estaria escrevendo um livro sobre o tempo em que passou no poder, mas sem dar detalhes sobre o escândalo.

O STJ ainda não tem prazo para começar a julgar o caso. Hoje, a corte entrou em recesso e só volta aos trabalhos no dia 1º de agosto. O relator será o ministro Arnaldo Esteves Lima.

O mensalão do DEM
O chamado mensalão do DEM, cujos vídeos foram divulgados no final de 2009, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em sua defesa, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados". Em meio ao escândalo, ele deixou o Democratas.

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Acusado de tentar subornar o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra, testemunha do caso, Arruda foi preso preventivamente em fevereiro de 2010, por determinação do Superior Tribunal de Justiça, que ainda o afastou do cargo de governador. Ele ficou preso por dois meses e, neste período, teve o mandato cassado por desfiliação partidária.

IBGE: o número de católicos diminui no Brasil

Um estudo sobre a religião dos brasileiros mostra acentuada redução na participação dos católicos e correlato crescimento do número de evangélicos, além daqueles que se declaram sem religião ou ateus.


Diversidade religiosa Os católicos são maioria, mas várias crençcas convivem no Brasil
Um estudo sobre a religião dos brasileiros mostra acentuada redução na participação dos católicos e correlato crescimento do número de evangélicos, além daqueles que se declaram sem religião ou ateus.

Os dados do Censo Demográfico 2010 – Características Gerais da População, Religião e Pessoas com Deficiência, divulgado hoje (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que desde 1991 o número dos que se declaram católicos diminuiu em 22%. Naquele ano, eram oito em cada dez brasileiros; em 2010, essa participação caiu para pouco mais de seis em cada dez. O contingente de evangélicos, por sua vez, mais que dobrou, passando de 9% em 1991 para 22,2% hoje.

O documento traz informações do perfil religioso da população brasileira, além de dados sobre a distribuição espacial. Entre os evangélicos o grupo que mais cresce é o dos pentecostais (Assembleia de Deus, do Evangelho Quadrangular, Maranata e Nova Vida), disse Cláudio Crespo, pesquisador da coordenação de população e indicadores sociais do IBGE. Eles abrangiam, em 2010, seis em cada dez evangélicos. Por outro lado, o número de evangélicos de missão ou tradicionais, como luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas e congregacionais, ficou estável e correspondia, em 2010, a 18,5% dos evangélicos.

Tornar-se evangélico é o destino, mostram os dados, da imensa maioria daqueles que deixam de ser católicos; 80% deles se tornam evangélicos pentecostais. Essa mudança é explicada, diz o pesquisador, por uma possível maior adequação dessas religiões aos desafios contemporâneos. Essas igrejas, diz ele, possuem “uma linguagem mais urbana, mais metropolitana, própria dos nossos tempos”.

A Assembleia de Deus puxa a fila, sendo a igreja que mais cresceu entre 2000 e 2010, passando de 8,4 milhões para 12,3 milhões de fiéis. Por outro lado, a Igreja Universal do Reino de Deus – que faz parte do grupo das pentecostais – vem perdendo fiéis, caindo de 2,1 milhões para 1,9 milhão na última década.

Em relação à distribuição espacial da população evangélica, há uma concentração que acompanha a expansão da fronteira agrícola e o litoral do Sudeste, revelando uma influência dos deslocamentos populacionais. “As igrejas pentecostais crescem com bastante vigor nas regiões metropolitanas do Rio e de São Paulo muito em função da migração de fluxos vindos do Norte e do Nordeste”, acrescentou Crespo. E o percentual de católicos varia muito de estado a estado: o menor percentual está no Rio de Janeiro (46% ) e o maior está no Piauí (85%).

De qualquer maneira, os católicos formam o maior grupo no Brasil: são 123 milhões de pessoas; os evangélicos somam 42 milhões; os espíritas, quatro milhões; aqueles que se declaram de outras religiões são cinco milhões; os adeptos da umbanda e do candomblé mantiveram-se em 0,3% do total, representando 590 mil pessoas. Surpreendente é o número dos sem religião, que passou de 7,4% para 8% do total, somando 15 milhões; destes, 615 mil se declaram ateus.

Com informações da Agência Brasil

A BOÇALIDADE ABISSAL DA FOLHA DE S.PAULO

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Em sua edição digital de hoje, o house organ tucano apresenta sua mais recente contribuição semântica à lingua pátria. Bem provável que, depois da cratera com 15 metros de altura, os gênios da raça que habitam a Alameda Barão de Limeira, 425, criem uma torre com 15 metros de profundidade. 

Ah se fosse alguém ligado ao PT

Nassif, a notícia traz um detalhe curioso. Polícia Federal prende o radilalista Rodrigo Vieira Emerenciano, vulgo Mução, em operação contra pedofilia e pornografia infantil. A notícia (com o link) está logo abaixo. A curiosidade está no fato de Mução ser, segundo a Wikipedia, filho de Lina Vieira, aquela secretária da Receita Federal que em 2009 acusou Dilma Rousseff de ter pedido para "acelerar" um processo contra o filho do José Sarney. Para quem não se lembra dessa história muito mal contada, basta uma rápida pesquisa na Internet por "Dilma Lina Vieira" (sem aspas) ou então clicar AQUI para ler o Nassif desvendando "as peças do caso Lina Vieira".

De: O Povo

Humorista Mução é preso em operação da PF em Fortaleza

O apresentador de rádio "Mução", Rodrigo Vieira Emerenciano, foi preso na manhã desta quinta-feira, 28, em Fortaleza, acusado de divulgar pornografia na Internet. Ele é alvo de investigação na operação de combate à pedofilia e pornografia infantil na Internet da Polícia Federal (PF). O humorista apresenta um programa diário que é transmitido para vários estados.

O radialista foi preso no bairro de Meireles, onde mora atualmente. Segundo informações do portal JC Online, ele foi preso mediante mandado de prisão preventiva temporária, podendo passar até dez dias detido.

Na casa de Mução, a Polícia Federal apreendeu tablets, HDs e notebooks para maiores investigações. Se o crime for flagrado nos materiais, o apresentador permanece preso em Fortaleza. Se não, será encaminhado ao Recife, onde começaram as investigações. A previsão da PF é que a conclusão seja ainda nesta quinta-feira, 28.

Segue comentário copiado do texto no Blog do Nassif, em resposta à associação  do humorista à mãe :

É isso aí. São dados públicos de pessoas que, por motivos diferentes, ganharam notoriedade na imprensa. Ninguém aqui está dizendo que a mãe do preso é conivente com o que ele supostamente tenha feito; e ninguém está dizendo que o rapaz praticou esse ou aquele crime. Fato concreto é que foi noticiado que a operação da PF contra a pedofilia prendeu um radialista; e que o radialista é filho da mulher que ficou famosa quando veio a público ajudar a mídia a chamar Dilma de mentirosa (para dizer o mínimo) sem nunca ter provado as acusações. Com isso, a mulher ganhou fama a ponto de a própria Wikipedia apresentar o radialista Mução como "Filho da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira".

Vocês acham que só no Brasil tem descalabro?

É porque vocês não lêem os jornais alemães.

Só hoje no Hamburg Morgen Post: 

. O serviço secreto alemão destruiu montes de papéis que envolviam a polícia alemã com os nazistas que mataram ao longo de dez anos mais de dez estrangeiros.

 . Filho e herdeiro do político Strauss, morte em 1988, do partido de direita CSU, tentou enviar,em 1992, a bagatela de 300 milhões de marcos para o paraíso fiscal - Luxemburg. A denúncia foi feita pela revista Der Spiegel.

. O senhor Schueth, hoje com 54 anos de idade, foi demitido da regência do coro de uma igreja em Essen, por ter traído a esposa, de quem há anos vivia separado. Ele entrou na justiça e foi até à suprema corte, que deu toda razão à Igreja Católica. O cara entrou na justiça da Comunidade Européia, e venceu depois d e 15 anos de luta. Ganhou 40 mil euro de indenização. Porém ele não está satisfeito: perdeu anos da aposentadoria. Há anos trabalha meio dia como regente de um coro de uma igreja presbiteriana. Não pode se empregado por tempo integral por ser católico.

 . Ao pescar, homem fisga saco plástico contendo um corpo de homem em decomposição.

http://brasilmostraatuacara.blogspot.com.br/ 

61% se dizem otimistas em relação ao governo Dilma, indica CNI/Ibope

BRASÍLIA - A pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta sexta-feira, 29, revelou que 61% dos entrevistados consideram...

  • Esta é a nossa presidente Dilma. E agora Zé Serra?



BRASÍLIA - A pesquisa CNI/Ibope divulgada na manhã desta sexta-feira, 29, revelou que 61% dos entrevistados consideram que o restante do governo Dilma será "ótimo ou bom". É um índice três pontos percentuais maior do que o último levantamento, realizado em março deste ano. No período, permaneceu igual o patamar daqueles que acreditam que os próximos dois anos do governo brasileiro será bom, 25%, e péssimo, 10%.
O patamar de 61% para o "ótimo e bom" do restante do governo é a quarta alta seguida desde julho de 2011, quando o indicador era de 55%, o mais baixo do governo Dilma. Em março do ano passado, a confiança na condução da gestão da presidente chegou o mais alto patamar, de 68%.
Na Região Nordeste está o maior percentual dos entrevistados que esperam que o restante da administração Dilma seja "ótima ou boa", com 66%. Na Região Sul, por outro lado, estão os menos otimistas, com 55% para essa questão.
A pesquisa com 2.002 entrevistados foi realizada entre os dias 16 e 19 de junho em 141 municípios. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.