Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Defesa do senador pede agora que o STF proíba o Conselho de Ética de votar relatório na próxima segunda-feira; Corte suprema já negou, nesta sexta, pedido da defesa para que o processo seja suspenso
A defesa sustenta que não foi respeitado o prazo de dez dias úteis entre a apresentação do relatório final e a votação pelo Conselho de Ética. Os advogados pedem liminar para suspender a votação da próxima segunda-feira.
Nesta sexta-feira (15), o STF disse não ao senador Demóstenes Torres. A negativa partiu da ministra Cármen Lúcia que não aceitou pedido para suspender o andamento do processo que o parlamentar responde no Conselho de Ética do Senado. A investigação administrativa pode levar à cassação do mandato de Demóstenes.
A ministra entendeu que a questão envolvendo o senador no Conselho de Ética não tem natureza jurídica e sim política. "Tratando-se de item de controvérsia derivada de interpretação de normas regimentais, sem a demonstração clara e objetiva de ofensa a direito subjetivo, está-se diante de matéria configuradora de ato interna corporis, imune ao controle judicial", afirmou Cármen Lúcia.
Nesta quinta-feira (14), a defesa do senador havia dado entrada num mandado de segurança no STF para tentar impedir a conclusão do processo contra ele no Conselho de Ética do Senado. No documento, os advogados clamavam a interferência da corte suprema alegando que a defesa do político está sendo cerceada.
De acordo com os advogados de Demóstenes, houve ilegalidades nas interceptações telefônicas que estão sendo usadas como provas do envolvimento do senador com o grupo do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, suspeito de liderar um esquema de jogos ilegais em Goiás.
Os advogados também argumentam que há indícios de fraude na edição das escutas e que, apesar dos pedidos para que o material fosse periciado, a Comissão de Ética alegou que as gravações não seriam usadas nas apurações do Conselho, o que não está ocorrendo na prática.
Para os advogados, as tentativas de provar a ilegalidade das escutas estão sendo barradas porque os senadores atendem "a inclinações políticas nocivas à presunção de inocência". Pelo mesmo motivo, os defensores de Demóstenes afirmam que o processo está atropelando prazos processuais que deveriam ser respeitados.
O mandado de segurança pede a suspensão liminar do processo no Conselho de Ética até que o mandado de segurança seja analisado no mérito. O último prazo para apresentação de defesa de Demóstenes no conselho é nesta sexta-feira (15), e o relatório final deverá ser lido e aprovado na próxima segunda-feira (18), conforme cronograma estabelecido pelo colegiado.
Em sessão da última terça-feira (12), o Conselho de Ética, ao mesmo tempo em que determinou a abertura de prazo de três dias para apresentação de alegações finais de Demóstenes, designou para segunda-feira (18) a apresentação e votação do relatório final.
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