Não há sequer
bom-senso na pressa tucana para convocar depoimentos de empresários
e tecnocratas na CPI do Cachoeira, porque é sabido que
seriam inócuos hoje. Assim como outros depoentes, ninguém vai
falar para se incriminar, e quem não tem carreira política sequer
vai falar, pois não tem que se preocupar em dar satisfações a
eleitores.
É o caso do dono da
empreiteira Delta, Fernando Cavendish. Antes de convocá-lo, os
membros da CPMI precisariam se dedicar à análise das provas
materiais disponíveis na operação Monte Carlo da Polícia
Federal e nos sigilos bancários já quebrados. E nisso sim a pressa
é recomendável, pois a defesa de Carlinhos Cachoeira luta para
anular na Justiça toda a operação Monte Carlo da Polícia Federal.
Um desembargador já votou pela anulação. Faltam dois votos.
Se conseguirem essa
absurda anulação, Cavendish, Cachoeira, Delta, Veja, Perillo,
Demóstenes, Leréia, e tantos outros se livram de ter que prestar
explicações ou contas à Justiça. E talvez a CPI tenha que
devolver todo o material que está numa sala-cofre do Congresso, sem
mais poder usar as aquelas preciosas informações.
Aí sim a CPI corre o
risco de acabar em pizza. Por isso, parece até manobra dos
tucanos essa tática de ficar insistindo em infrutíferas sessões de
oitivas, onde os parlamentares discursam mais do que perguntam ao
depoente, e de onde não se extrai quase nada de útil. Talvez seja
para ganhar tempo, enquanto os envolvidos articulam a anulação das
provas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário