O religioso, de 84 anos e que sofre de Parkinson, vem há 40 anos lutando pelos direitos dos povos indígenas Xavante no Brasil
Matéria do jornal “La Vanguardia”, de Barcelona, publicada em 08/12/2012
Tradução livre do original em língua castelhana para língua portuguesa feita por Rafael Oliveira do Prado para o site “Quem tem medo de democracia?”
Barcelona (da Agência Catalã de Notícias
– ACN). – O bispo Pedro Casaldáliga, de 84 anos, se viu obrigado a
deixar sua residência em São Félix do Araguaia e se refugiar a mais de
mil quilômetros de distância por recomendação da Polícia Federal
brasileira. O motivo foi a intensificação das ameaças de morte feitas
contra Dom Pedro Casaldáliga nos últimos dias, as quais recebe em função
do seu trabalho de mais de 40 anos em defesa dos direitos do povo
Xavante.
A produtora “Minoria Absoluta”, que
trabalha em uma minissérie sobre o religioso, foi uma das que
denunciaram a situação. O fato de que o governo brasileiro tenha
decidido tomar as terras (sic) dos “fazendeiros” (aspas no original)
para devolvê-las aos indígenas, legítimos proprietários, agravou o
conflito.
De fato, a produtora afirmou que a
equipe que rodava a minissérie teve que modificar seu plano de trabalho.
Concretamente, e por recomendação do governo brasileiro, a equipe teve
que atravessar a floresta e fazer um trajeto de 48 horas de duração para
evitar a zona de conflito.
Casaldáliga se converteu em um alvo para
os “invasores” (aspas no original) que se apropriaram fraudulentamente
da Terra Indígena (T.I.) Marâiwatsédé do povo Xavante. O bispo, de 84
anos e que sofre de Parkinson, trabalha há anos pelos povos indígenas e
seus direitos fundamentais na prelazia de São Félix e se transformou na
imagem internacional dessa causa.
Os latifundiários e os colonos que
ocuparam fraudulentamente e mediante violência as terras (indígenas),
serão despejados em pouco tempo segundo uma Ordem Ministerial que está
por ser executada há mais de 20 anos. Segundo a Associação Araguaia com
Casaldáliga informou em uma carta, o bispo se vê obrigado a pegar um
avião escoltado pela polícia, e atualmente se encontra na casa de um
amigo, o qual tem sua identidade e endereço mantidos em segredo por
razões de segurança.
“Sentimo-nos plenamente identificados
com a defesa da causa indígenas sempre levada adiante pelo bispo Pedro e
pela Prelazia de São Félix” (aspas no original), disse a nota da
Associação, que exorta à comunidade internacional a velar pela segurança
de Casaldáliga e os direitos do povo Xavante.
Através do Twitter circulou o comunicado
de apoio do Conselho Indígena Missionário (CIMI) – organismo vinculado à
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) –, assinado por
associações e entidades vinculadas à luta dos povos indígenas e aos
direitos humanos.
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