quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O SEGUNDO APAGÃO DO PSDB E O BOICOTE AO POVO

Por  Davis Sena FilhoBlog Palavra Livre
 
O PSDB é o partido político brasileiro que governou o Brasil por quase uma década, nos anos 1990 até o início dos anos 2000. O símbolo do PSDB é o tucano, ave bonita, brasileiríssima, de bico grande e longo, porém, voo curto. Em termos partidários e ideológicos, os adeptos de tal agremiação dominada pelos paulistas e com um apêndice em Minas Gerais têm pensamentos curtos.
Seu líder político, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao que parece, está muito aborrecido, tanto é verdade que no recente encontro dos tucanos ele reclamou e fez críticas duras ao PSDB, às suas lideranças e aos filiados, a exigir que o partido responsável pela implementação do modelo neoliberal na economia “ouvisse às ruas”, que se “aproximasse do povo”, para sentir melhor suas, digamos, seus desejos e sonhos. Será que é isso?
Contudo, sabemos que o PSDB é um partido que quando esteve no poder não governou para o povo e muito menos se preocupou, no que diz respeito às questões programáticas, e criar oportunidades para as camadas sociais economicamente mais baixas da população, que é composto por dezenas de milhões de pessoas, sem esperança de, na era tucana, melhorar minimamente de vida, por o modelo econômico neoliberal era e é tão excludente.
Um modelo de espoliação e exploração que não permitiu que houvesse condições para que a maioria dos brasileiros tivesse acesso ao emprego e quanto mais ter oportunidade de frequentar, por exemplo, uma universidade pública, viajar de avião ou se tornar um consumidor, que, tal qual à parte conservadora da classe média reacionária e ressentida, coopera para girar a roda da economia.
 
Nada disso foi possível, afinal éramos governados pelo PSDB, que tinha ainda ao seu lado o pior partido do mundo — o DEM — a fina flor do atraso e, indubitavelmente, o verdadeiro herdeiro histórico da escravidão, além de um dos mentores do golpe militar de 1964 quando usava a pele de UDN, e, posteriormente, o capuz da Arena, o partido que dava sustentação a uma ditadura e que acobertava as torturas e mortes nos porões. E foi com essa gente pertencente à direita política e empresarial que homens oriundos do campo democrático, a exemplo de FHC, misturaram-se, e hoje não passam de um arremedo de seus passados.
Por seu turno, FHC — o Neoliberal — ainda como senador, em sua despedida do Senado, pronunciou discurso em que decretava que a era Vargas acabou, porque, de acordo com ele, no mundo moderno não cabia mais o papel do estado intervencionista. A verdade é que o discurso do presidente tucano foi uma senha e um aviso sobre o ele faria em seu governo: diminuir o estado nacional com a venda de dezenas de estatais, algumas históricas e simbólicas do desenvolvimento do Brasil, bem como favorecer grupos econômicos nacionais e estrangeiros, no que é relativo à autorregulação da economia, o que foi comprovadamente um fracasso retumbante dessas crenças do neoliberalismo, como bem demonstrou, inapelavelmente, a crise internacional de 2008, que até hoje perdura e acarreta o sofrimento de diversos povos europeus.
   
Entretanto, com o tempo, principalmente na América Latina, políticos de centro-esquerda e de esquerda foram sucessivamente eleitos pelos seus povos, que deram fim à continuação do que chamam de políticas neoliberais. E não é necessário explicar o porquê desses acontecimentos. Todavia, percebemos que mesmo assim os porta-vozes desse modelo perverso, que favorece apenas uma classe de privilegiados composta por uma minoria radical, barulhenta e de direita continua a defender e a pregar o indefensável, o insensato e o que é injusto. Porém, eles possuem as ferramentas e os instrumentos necessários para repercutir suas manipulações, distorções e mentiras, por intermédio da imprensa alienígena, de oposição e, concomitantemente, de negócios privados.
  
         Eis que os tucanos de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, cujo governador é do PSD, mas aliado desde sempre do PSDB e do DEM, resolvem transformar a proposta do Governo Federal para baixar os custos e os preços de energia, da luz, em uma luta política e eleitoreira. De forma premeditada e ordenada, os governadores tucanos, nas pessoas de Geraldo Alckmin, Antonio Anastasia , Beto Richa e Raimundo Colombo, a ter como porta-voz midiático, bem como no Senado, o já pré-candidato a Presidência da República, o senador tucano Aécio Neves, resolvem boicotar, juntamente com os jornalistas “especialistas” em economia, a exemplo de Carlos Alberto Sardenberg e Míriam Leitão, a diminuição dos preços das tarifas de um setor estratégico e essencial para o dia a dia da população brasileira e, fundamental, para o fortalecimento e desenvolvimento da indústria e de tudo que deriva dela.
          É a luta para baixar o famoso “custo Brasil”, jargão este que durante décadas saiu da boca de gente como o Sardenberg e a Míriam Leitão, que replicavam, na verdade, as queixas do grande empresariado da Fiesp e da Firjan, que hoje apoiam o plano de Dilma Rousseff para baratear a energia. Eis que de repente, não mais do que de repente, a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) une-se novamente aos políticos do PSDB e mais uma vez se voltam contra uma ação do Governo, que, entre outras coisas, quer reduzir o preço da luz em 20%, o que não será mais possível, porque com o boicote desavergonhado da oposição (PSDB e barões da imprensa), somente será possível reduzir as tarifas de energia em 17%.  É mole ou quer mais, caro leitor?
         Os arautos da imprensa transformam o ódio liberal em uma guerra que visa, sobremaneira, sabotar as ações do governo que tem por finalidade reduzir em 1,5%, em 2013, a inflação medida pelo IPCA. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que a meta inflacionária de 4,5% ao ano poderá ser cumprida, com a queda do preço da energia. Além disso, salutar se torna lembrar que a política de redução de juros (taxa Selic) continuará a ser efetivada.
Mantega disse esperar que os juros caem para 7% ao ano, em uma busca de torná-los civilizados, e, consequentemente, o Brasil deixar de ser um paraíso para os jogadores do mercado financeiro e para os rentistas, que passaram décadas a se locupletar com os juros altíssimos, os maiores do mundo, com a irrestrita cumplicidade de um sistema midiático privado que trata um País da grandeza econômica e populacional como o é o Brasil como quintal da casa deles — os barões da imprensa.
Só que esse tempo passou, e tal qual à “Carolina”, da música de Chico Buarque, em que “o tempo passou na janela e só Carolina não viu”, esses empresários continuam a se conduzir contra os interesses do Brasil e a favor de seu mundo VIP, provinciano, colonizado e alicerçado em preconceito de classe disfarçado nos meios de comunicação e ao tempo que à mostra quando os áulicos do Instituto Millenium abrem suas bocas e defendem um mundo e um País para poucos privilegiados, ou seja, eles mesmos.
Governdores do PSDB: oposição derrotada, aliança com a mídia e divorciada do povo.
 São os que se consideram “bem-nascidos”, os rentistas, os acionistas da Cemig (MG), da Cesp (SP), da Copel (PR), da Celesc (SC) que tiveram a adesão da Celg, de Goiás, estado governado pelo também tucano Marconi Perillo, além de direito a um discurso do senador Aécio Neves, que defendeu o indefensável, que é a rejeição a um plano que barateia as tarifas de energia para a população, bem como para os capitães da indústria, que empregam milhares de trabalhadores brasileiros. A mesma imprensa e partidos de direita que passaram anos, cinicamente e hipocritamente, a falar de desindustrialização em jornais de péssima qualidade editorial da Globo News, porque sectários e desonestos intelectualmente e que hoje sabotam um plano para melhorar as condições de vida da sociedade. Eles realmente não são sérios.

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