sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Nunes, de Veja, sai em patrulha ideológica

247 – A popularidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece mesmo intragável para o jornalista Augusto Nunes. Mas pelo menos ele tenta ser bem humorado, não fosse rasteiro. Nesta sexta-feira 21, em sua coluna na edição eletrônica da revista Veja, Nunes faz uma heterogênea lista de nomes, organizada por ordem alfabética e núcleos "dos que acham que mexer com o chefe supremo é mexer com eles". Trata-se de sua leitura caricata sobre o atual resgate do movimento, nascido no movimento sindical, nos anos de 1980, de solidariedade ao então perseguido sindicalista Luiz Inácio Lula da Lula: "Lula é meu amigo: mexeu com ele, mexeu comigo".
Vindo do colunista, o rol de quase três centenas de nomes é um verdadeiro index, uma lista que se pretende negra. Nenhum democrata tem "um chefe supremo", como ele rotula, assim como qualquer cidadão de bem tem todo o direito de se sentir ofendido ao se ver em companhias de assassinos como o presidente da Síria Bashar Al-Assad ou do traficante Nem, ex-chefão da Rocinha.
É bastante autoritária, por outro lado, a  prática de apontar o dedo para pessoas, gesto típico dos alcaguetes. O passo seguinte à deduragem é o exercício da exceção. Uma atitude que remete aos antigos informantes a serviço dos censores e delegados que fizeram no Brasil, desde os tempos do Departamento de Imprensa e Propaganda (Dip), de Lourival Fontes, suas próprias listas de gente com direitos e gente sem direitos, os nossos e os deles, os que podem e os que não podem.
Seria risível ler os denunciados por Augusto Nunes, não fosse a tristeza de ver ele próprio, mais uma vez, tal qual um subserviente agente de polícia política.
Confira a lista completa no texto de Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania.

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