sexta-feira, 13 de julho de 2012

Vice- presidente da CPI diz que mídia quer abafar investigação

Vice-presidente da CPI diz que mídia quer abafar investigação Foto: Divulgação

Deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirma que, colocando panos quentes na comissão do Congresso, a imprensa pretende proteger setores da oposição que se envolver com Cachoeira; nova abordagem teria vindo após a cassação de Demóstenes; entrevista feita pelo Blog da Cidadania

13 de Julho de 2012 às 11:53
Blog da Cidadania - Após a cassação de Demóstenes Torres, uma tese tomou a mídia: a degola de seu ex-paladino da ética teria o efeito de "esvaziar" a CPI do Cachoeira porque uma satisfação já teria sido dada à sociedade, o que permitiria que não se mexesse mais no vespeiro.
Para esclarecer essa avalanche de desinformação o Blog da Cidadania entrou em contato com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as ligações do bicheiro Carlos Cachoeira com os setores público e privado.
Teixeira explica, por exemplo, que não era preciso abrir uma CPI para cassar Demóstenes, que não foi cassado pela Comissão e sim pelo Senado através de representação do PSOL. Ou seja, a CPI não teria como justificar a si mesma através da cassação porque nada fez para que ocorresse.
Questionado sobre por que a mídia estaria dizendo que uma medida que não foi da CPI serviria para justificá-la e enterrá-la, Teixeira afirmou, literalmente, que "A mídia está tentando pôr panos quentes na CPI para proteger setores da oposição que se envolveram com Cachoeira".
Segundo o vice-presidente da CPI, a investigação atinge em cheio setores da oposição e da própria mídia e, por conta disso, tentam esvaziá-la, pois querem que termine logo.
Outra das principais razões para a mídia estar tentando enterrar a CPI do Cachoeira reside no fato de que, à diferença do que vem dizendo, a mídia continua sendo investigada, sim, e desdobramentos deverão sobrevir, pois ainda estão sendo analisadas as milhares de horas de gravações de vídeo e áudio.
Aliás – e esta não é uma informação de Teixeira, mas que o blog apurou – as ligações telefônicas entre o editor da Veja Policarpo Júnior e Carlos Cachoeira não contém muita coisa pois se limitaram a marcar encontros presenciais, que, estes sim, foram gravados pela PF.
Outra falácia rechaçada por Teixeira diz respeito ao funcionamento da CPI de agosto em diante, que seria prejudicado pelas eleições e pelo julgamento do mensalão. O deputado diz que a CPI tem tanto para investigar que sua duração deve ultrapassar esse período.
A CPI do Cachoeira deve disputar atenções com julgamento do mensalão, pois será nesse período que surgirão revelações mais sérias contra os que tentarão criar um clima de linchamento eleitoral do PT. É conversa da mídia, pois, que a CPI será esvaziada.
Nota do 247 - Nesta sexta-feira, Paulo Teixeira defendeu pelo Twitter a cassação do suplente de Demóstenes Torres, o senador Wilder Morais (DEM-GO), que tomou posso hoje no Senado. "O suplente do ex-senador Demostenes Torres deveria ser cassado pelo fato da vaga ter sido conquistada pela organização criminosa", escreveu o deputado, em referência a grampos da Polícia Federal que revelam conversa entre Wilder e Cachoeira. No diálogo, o bicheiro ressalta que o goiano só está no cargo porque ele o colocou lá.

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