sexta-feira, 6 de julho de 2012

IPCA de junho é o menor em quase dois anos, e acumulado segue abaixo de 5%

Segundo o IBGE, resultado do mês foi influenciado pela queda nos preços dos automóveis, após redução do IPI


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com variação de 0,08%, a menor desde agosto de 2010 (0,04%). A taxa foi de 0,36% em maio e de 0,15% em junho do ano passado. Com esse resultado, divulgado hoje (6) pelo IBGE, o índice acumulado no primeiro semestre atingiu 2,32%, bem abaixo de igual período de 2011 (3,87%). Em 12 meses, o IPCA soma 4,92%, abaixo dos 12 meses imediatamente anteriores (4,99%) e na menor taxa desde setembro de 2010 (4,70%), “dando continuidade”, diz o instituto, “à trajetória decrescente iniciada de setembro para outubro de 2011, quando passou de 7,31% para 6,97%”.
Segundo o IBGE, o grupo Transporte foi o principal responsável pelo resultado de junho, com variação de -1,18% e impacto de -0,24 ponto percentual na taxa geral. A pressão mais forte do item automóveis novos, devido à redução do IPI desde 21 de maio: queda de 5,48% no preço e impacto de -0,19 ponto. Os preços dos automóveis usados caíram 4,12%, com impacto de -0,07 ponto. Também caíram os preços de motocicletas (de 0,50% para -0,42%), de acessórios e peças para automóveis (de 0,06% para -0,48%) e do seguro voluntário (de 1,67% para -0,04%).
Ainda nesse grupo, os preços dos combustíveis mantiveram ritmo de queda, embora menos acentuada, passando de -0,64%, em maio, para -0,51%. O etanol foi de -1,34% para -1,24% e a gasolina, de -0,52% para -0,41%.
Já os transportes públicos registraram alta: as tarifas dos ônibus urbanos subiram 0,87%, ante 0,07% em maio, devido aos reajustes de 12% em Salvador (aumento de 9,60%), em 4 de junho, e de 8% em Goiânia (5,88%), em 20 de maio. Subiram ainda as tarifas dos ônibus intermunicipais, de -0,10% para 0,97%, com reajuste de 8% em Salvador (6,10%) em 12 de junho. As tarifas aéreas, que haviam caído 10,85%, em maio, subiram 0,76% no mês passado. O preço do táxi também subiu, mas de forma menos intensa (de 1,16% para 0,89%).
O grupo Habitação foi de 0,80% para 0,28%, com influência da energia elétrica (de -0,67% para 0,72%). “Várias regiões diminuíram o valor das contas, especialmente a de Fortaleza, cuja queda chegou a 5,42% em razão da redução do PIS/Cofins/Pasep”, informou o IBGE. A taxa de água e esgoto desacelerou de 2,32% para 0,83%. Entre as altas, o instituto destacou as do aluguel residencial (de 0,63% para 0,68%), do condomínio (de 0,47% para 0,54%) e da mão de obra para reparos (de 1,50% para 0,92%), “com este último item mostrando alta mais moderada do que no mês anterior”.
Os eletrodomésticos passaram de alta de 0,46% para queda de 1,02%, enquanto os artigos de vestuário foram de 0,89% para 0,39%. Também tiveram menor ritmo de alta os remédios (de 0,98% para 0,05%) e o item empregado doméstico (de 0,66% para 0,61%).
Os alimentos também tiveram desaceleração: de 0,73%, em maio, para 0,68%. O preço do feijão foi de 9,10% para -1,63%. Mas ainda acumulada alta de 46,82% no ano, “tendo em vista a menor oferta do produto, cuja safra foi prejudicada em função de problemas climáticos, além da diminuição da área plantada”. O arroz subiu menos (de 2,11% para 1,01%).
Nas regiões pesquisadas, o maior índice foram apurados no Rio de Janeiro e em Belém (ambos com 0,23%). No Rio, a influência foi dos alimentos, com alta de 1,28%, a maior de todas as regiões, enquanto em Belém houve impacto do custo do táxi (8,23%), após reajuste de 15,10% em 16 de maio. O menor índice foi o de Fortaleza (-0,26%), com queda de 5,42% nas contas de energia. Na região metropolitana de São Paulo, a taxa passou de 0,22%, em maio, para 0%.
O IPCA variou 0,07% em Belo Horizonte, 0,04% em Brasília, 0,06% em Curitiba, 0,17% em Goiânia, 0,06% em Porto Alegre, 0,15% em Recife e 0,18% em Salvador. O IBGE calcula a taxa em nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia. O índice se refere a famílias com renda de um a 40 salários mínimos.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação de 0,26%, ante 0,55% em maio e 0,22% em junho do ano passado. Fechou o primeiro semestre de 2012 com alta de 2,56%, abaixo de igual período de 2011 (3,70%). A taxa em 12 meses soma 4,90%, perto do período imediatamente anterior (4,86%).
Rede Brasil Atual

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