sexta-feira, 8 de junho de 2012

Amauri Teixeira foi aloprado contra Protógenes

O deputado Amauri Teixeira (PT-BA), relator no Conselho de Ética da representação do PSDB contra o deputado Protógenes Queiros (PCdoB-SP), cometeu um erro digno de aloprado ao ser favorável à abertura de investigação por quebra de decoro, dando corda ao factóide tucano (os demais membros do Conselho ainda terão que votar se abrem ou não processo por quebra de decoro).

Não se trata de blindagem a Protógenes, e ninguém está acima do bem e do mal, se trata de não haver fundamento que justifique tal processo. Não passa de politicagem tucana para querer dividir o ônus do escândalo Cachoeira, que é da lavra dos tucanos Marconi Perillo, Demóstenes Torres, Carlos Alberto Leréia, Siqueira Campos, Aécio Neves, José Serra, Paulo Preto, etc, e vingarem-se de Protógenes justamente por ele ter promovido esta CPI e a outra da Privataria Tucana, já protocolada.

Se houve telefonemas entre Protógenes e o ex-sargento Dadá, sua explicação de que foi por causa da relação entre delegado de polícia Federal e sargento da inteligência da Aeronáutica é bastante razoável, pois foi fato. A maior prova de que Protógenes nada tem a ver com o esquema Cachoeira é que foi ele quem primeiro fez o requerimento da CPI.

O próprio Amauri Teixeira disse que os elementos contra Protógenes são frágeis para configurar a quebra de decoro, mas considera necessário ampliar as investigações. Ora, se os elementos são frágeis deveria devolver a representação aos tucanos e mandá-los fazer o dever de casa direito: ou trazem denúncias "fortes", ou não venham desviar o foco das investigações sobre quem de fato trabalhava com o bicheiro Cachoeira, nem fazer denúncias por mera vingança.

Amauri Teixeira foi auditor fiscal da Receita e da Previdência, e está agindo como se ainda fosse aquele auditor, e não um parlamentar.

Para fiscais da Receita qualquer dúvida que possa cair na malha fina deve ser averiguada, pois é um mero ato administrativo, onde o fiscal confere regularidade ou autua se houver algum erro a ser corrigido, sem expor o contribuinte honesto à desgastes e linchamento público no noticiário.

Já processos por quebra de decoro parlamentar são políticos e não administrativos. Existe todo um jogo político, a começar por quem denuncia ser um partido adversário e não um fiscal técnico, isento de interesses.

Se fosse adotar esse sistema empregado por um fiscal da receita, não sobraria um parlamentar que não devesse passar por processos no Conselho de Ética, pois cada um ataca seus adversários por qualquer factóide que possam desgastá-los. Bastaria apontar o dedo para qualquer parlamentar com qualquer estorinha que saiu em notinhas de jornais, para submetê-lo a um desgastante processo no Conselho de Ética. O desgaste, no caso de parlamentares honestos, não se dá pelo que eles tenham feito, mas sim pela exploração política do que sai no noticiário venenoso e deturpado.

Por isso, é importante que o Conselho de Ética não faça "pizzas" inocentando culpados de verdade, mas também não faça o mesmo às avessas, levantando falsas suspeitas de culpa em inocentes.

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