segunda-feira, 8 de outubro de 2012

ELEIÇÃO - Resumão dos grandes números.

 
ELEIÇÕES 2012 - GRANDES NÚMEROS

O Brasil tem 85 municípios com mais de 200 mil habitantes, sendo 26 capitais e 59 cidades no interior. Dessas grandes cidades, 35 decidiram a eleição no primeiro turno. O PT já conquistou o maior número delas:
PT 8 grandes cidades (3,6 milhões de eleitores) - 5 prefeitos reeleitos
PSDB 6 grandes cidades (2,0 milhões de eleitores) - 1 prefeito reeleito
PSB 5 grandes cidades (4,5 milhões de eleitores) - 2 prefeitos reeleitos
PMDB 4 grandes cidades (5,4 milhões de eleitores) - 3 prefeitos reeleitos

PT – Anápolis (GO), Canoas (RS), Carapicuíba (SP), Goiânia (GO), Osasco (SP), São Bernardo do Campo (SP), São José dos Campos (SP) e Uberlândia (MG).
PSDB – Ananindeua (PA), Betim (MG), Jaboatão dos Guararapes (PE), Maceió (AL), Piracicaba (SP) e Santos (SP).
PSB – Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Limeira (SP), São José do Rio Preto (SP) e Serra (ES).
PMDB – Aparecida de Goiânia (GO), Bauru (SP), Boa Vista (RR) e Rio de Janeiro (RJ).

A quantidade de eleitores do PMDB nas grandes cidades é maior devido à vitória indiscutível de Paes no RJ (Paes na Prefeitura e Cabral no Governo do Estado administram em parceria com o Planalto de Lula e Dilma). O PSB, por sua vez, foi bem sucedido em BH e Recife. O PT sai derrotado nestas capitais, mas é bom lembrar que o PSB é aliado do Governo Federal. Em Goiânia, a vitória petista veio como consequência dos desmandos do tucanato ligado ao escândalo Cachoeira.
O Partido dos Trabalhadores também conseguiu a maior quantidade de prefeitos reeleitos nas grandes cidades (8), num sinal claro de aprovação às suas administrações.
Além disso, o PT obteve sucesso em importantes cidades do chamado cinturão vermelho de SP, como São Bernardo do Campo, Carapicuíba, Embu das Artes, Osasco. Neste último caso, há litígio em andamento, mas o resultado é emblemático por simbolizar a pequena influência do "mensalão" nos resultados eleitorais (João Paulo Cunha, condenado no STF, desistiu de concorrer). O PT também venceu em São José dos Campos, antigo reduto tucano, consequência óbvia do chamado "massacre do Pinheirinho". Venceu também em Ubatuba, Jacareí e Taubaté. Há, ainda, grandes chances do PT vencer no 2° turno em outras importantes cidades: Santo André, Mauá e Campinas.

No quadro geral das prefeituras do país, tivemos:
PMDB 1.025 prefeituras (antes: 1093, queda de 6,2%)
PSDB 693 prefeituras (antes: 787, queda de 11,9%)
PT 628 prefeituras (antes: 550, crescimento de 14,2%)
PSD 491 prefeituras (antes: não participou)
O destaque aqui é o crescimento do PT de 14,2% em relação a 2008. O PSDB, por sua vez, encolheu bastante: -11,9%. O PSD de Kassab nasce forte, na esteira do desmantelamento do DEM e da sangria do PSDB.

No Brasil, o PT elegeu cerca de 1.800 vereadores a mais que em 2008:
PT 5.067 vereadores (antes: 4.169 - crescimento de 22%)
PSDB 5.146 vereadores (antes: 5.897 - queda de 22%)
PMDB 7.825 vereadores (antes: 8.475 - queda de 8%)


Em São Paulo, tido como reduto conservador, tivemos as seguintes votações na eleição para vereadores:
PT 1.122.486 (19,65%)
PSDB 1.033.500 (18,10%)
PSD 523.720 ( 9,17%)
PV 391.259 ( 6,85%)
PMDB 302.164 ( 5,29%)
PRB 296.230 ( 5,19%)
PTB 287.786 ( 5,04%)
PR 264.636 ( 4,63%)
DEM 223.284 ( 3,91%)
PSB 215.519 ( 3,77%)


Com isso, o PT elegeu a maior bancada de vereadores na principal capital do país:
PT 11
PSDB 9
PSD 7
PV 4
PMDB 4
PTB 4
PRB 4
PSB 3
PR 3


Em números globais, a legenda mais bem votada no país foi o PT, com 17,2 milhões de votos válidos para o cargo de prefeito (12,5% do eleitorado nacional). O PMDB foi o segundo colocado com 16,7 milhões de votos (12,1%).
Os grandes números desta eleição representam fortalecimento inequívoco do PT, indicando o apoio da população às políticas bem sucedidas do ex-Presidente Lula e da atual Presidenta Dilma. Lula também demonstra sua enorme capacidade de mobilização, com Haddad (que tinha apenas 3% das preferências no início da campanha) e Pelegrino (que pode sepultar o carlismo em Salvador). No segundo turno, tem grandes chances em Fortaleza, Rio Branco e Cuiabá.
Apesar do bombardeio diário da velha mídia, a espetacularização do chamado "mensalão" provocou pequeno impacto no eleitorado. Foram muitos os gritos indignados, mas ficou no ar o sentimento de que a corrupção é um problema histórico e abrangente, não sendo exclusiva de um único partido.
Por outro lado, a mesma indignação estampada nos jornais deixou de se refletir em propostas para resolver o problema, como se estivesse imbuída apenas de propósitos eleitoreiros. Pouco se falou, por exemplo, do financiamento público de campanha. Pouco se discutiram possíveis medidas para mitigar a influência do poder econômico nas eleições. Pouco se falou sobre a necessidade de se democratizar os oligopólios da comunicação. De maneira geral, todavia, o Brasil avança pouco a pouco no sentido de consolidar sua incipiente democracia.

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