“Pânico. É essa a reação que o
ex-presidente provoca na Editora Abril. No editorial desta semana, Eurípedes
Alcântara, diretor de redação de Veja, parte para o ataque e diz que Lula
submeteu Fernando Haddad ao "humilhante papel de tutelado". O comportamento
seria inaceitável e Veja se apresenta para conter as atitudes
"transgressoras" do ex-presidente
Não passou despercebida, pela revista Veja,
a reunião entre o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, seus secretários e o
ex-presidente Lula. Na Carta ao Leitor, editorial redigido por Eurípedes
Alcântara, classifica-se o encontro como "intervenção inaceitável" do
ex-presidente, que teria submetido Haddad ao "humilhante papel de
tutelado".
Ao 247, Haddad deixou claro que não se
importa com a crítica. "Por que eu não poderia me reunir com um presidente
que tem grande experiência e cujas políticas públicas são aprovadas pela
maioria dos brasileiros?". O secretário Antonio Donato foi além e disse
que até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso poderá ser recebido na
prefeitura. "Este governo é amplo".
Mas o menor sinal de que Lula possa voltar
a participar mais ativamente da vida política provoca pânico e urticária na
Editora Abril. Augusto Nunes, por exemplo, afirma que a única coisa pior do que
ter Dilma depois de Lula é a hipótese de Lula vir a suceder Dilma.
No editorial, Eurípedes expressa o pavor da
Editora Abril. "O que Lula fez com Haddad na semana passada, e seus
próximos asseguram que ele planeja fazer com a presidente Dilma, se enquadra no
campo dos comportamentos inaceitáveis", afirma. "O que não é aceitável
é Lula conspicuamente submeter um chefe do Executivo ao humilhante papel de
subordinado, como ele fez com Fernando Haddad, na semana passada".
O diretor de Veja sugere, ainda, que Dilma
não permita que uma reunião com Lula seja fotografada, como ocorreu na
prefeitura de São Paulo. "Dilma pode não ter as mesmas habilidades
políticas do antecessor, mas, com certeza, distingue, com perfeição, o
compreensível do aceitável".
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