sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Alívio na folha para todos


BRASÍLIANum esforço para recuperar a economia, o governo vai estender a todos os setores, ainda este ano, a desoneração da folha de pagamento das empresas. Segundo interlocutores da presidente Dilma Rousseff, ela considera que os segmentos que já receberam esse incentivo têm apresentado bons resultados e que está na hora de usar todas as armas para evitar que o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) de 2013 não repita o fraco desempenho de 2012, quando o crescimento ficou, na melhor das hipóteses, em 1%. Para este ano, a previsão oficial está em 4%.
A desoneração prevê a retirada da alíquota de 20% de contribuição previdenciária que incide sobre a folha de pagamentos e a cobrança de uma alíquota entre 1% e 2% sobre o faturamento das empresas. Na avaliação da presidente, a medida reduziu custos dos empresários com mão de obra e favoreceu a formalização no mercado de trabalho. Além disso, o Planalto avalia que a política de fazer desoneração beneficiando setores de forma pontual — algo que era criticado por parte dos economistas — se esgotou.
A equipe econômica começou a reduzir os encargos sobre a folha das empresas em 2011 de forma tímida, beneficiando apenas três setores: calçados, software e móveis. O benefício foi ampliado gradativamente em 2012 e abrange hoje 42 setores, incluindo mais recentemente o comércio varejista. Nos moldes em que está, a desoneração provoca uma perda de arrecadação para a União que é bancada pelo Tesouro Nacional. Somente este ano, o impacto será de R$ 15 bilhões.
O tamanho da renúncia fiscal provocada pela medida foi o que tornou o governo cauteloso na hora de ampliá-la. Mas começou a pesar na balança a opinião de parte dos técnicos da equipe econômica que defendem uma flexibilização da política fiscal em troca da concessão de benefícios que trarão retorno para a economia.
Em outra frente, a presidente decidiu procurar os representantes de setores que já foram beneficiados pela desoneração da folha e pedir que eles deem uma contrapartida por meio do aumento da contratação de funcionários e da ampliação de investimentos. Somente na semana passada, ela se reuniu com o presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto; o presidente da Vale, Murilo Ferreira; e o diretor-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
Quando anunciou a desoneração da folha de diversos setores da indústria, de serviços e do comércio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destacou que o governo também esperava como retorno a manutenção de empregos, aumento da produção e das exportações. Outro auxílio esperado pelo governo é no controle da inflação. Isso porque as empresas que conseguiram reduzir custos com a desoneração da folha teriam condições de fazer reajustes menores em seus produtos e serviços este ano.
Para Dilma, repercussão social supera riscos econômicos
Os técnicos do governo explicam que todos os setores intensivos em mão de obra (e que por isso eram os mais prejudicados pela cobrança de 20% sobre a folha) já foram beneficiados pela desoneração. Entre eles, estão o segmento automotivo e a construção civil. No entanto, ainda há setores que demandam o benefício, como é o caso do segmento de bares e restaurantes, além de alguns fabricantes de equipamentos e componentes e os fornecedores de mão de obra terceirizada. Há também quem tenha ficado de fora do benefício em função do tamanho das alíquotas que passaram a incidir sobre o faturamento.
— Existem alguns setores que pediriam para entrar na desoneração se a alíquota de 1% ou 2% baixasse — explicou um técnico.
Apesar da preocupação de certas áreas do governo com o impacto da medida nos cofres da Previdência, Dilma avalia que a repercussão social supera em muito os riscos econômicos. Especialmente porque, ao estimular a geração e manutenção de empregos no país, o Brasil se fortalece contra a crise internacional. Em seus discursos, ela faz questão de repetir que o país vem fortalecendo os direitos e promovendo o pleno emprego, ao contrário do que têm feito países europeus.
A presidente bateu o martelo sobre a universalização da desoneração da folha de pagamento durante o processo de negociação da medida provisória (MP) que favoreceu os mais de 40 setores em 2012. Durante o processo de negociação da MP, a área econômica se mostrou flexível para estender o benefício para todas as empresas. Além disso, a presidente quer que a equipe econômica anuncie o mais rapidamente possível sua proposta para simplificar a cobrança de PIS/Cofins no país.

Brasil é o país que mais deve contratar em 2013

  • País lidera o ranking elaborado pela CareerBuilder.
  • Economias europeias são as que têm maior perspectiva de demissões
RIO - Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil é onde as empresas mais devem contratar em 2013, revela pesquisa da CareerBuilder com mais de 6 mil gerentes de RH. Segundo os dados, 71% das companhias pretendem aumentar o quadro de funcionários neste ano, enquanto 20% não esperam mudanças em relação ao ano passado. E apenas 5% devem fazer cortes de pessoal. As áreas que mais devem contratar são: serviços ao consumidor, tecnologia da informação e administração. Segundo o estudo, as projeções agressivas de contratação do Brasil podem ser parcialmente atribuídas ao fato de o país estar se preparando para sediar a próxima Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016, e também de as indústrias estarem apresentando melhor desempenho.
De acordo com o levantamento, que não inclui as contratações temporárias ou com jornada de trabalho parcial, logo atrás do Brasil estão os países dos Brics. Na Índia, que aparece na segunda colocação, 67% das empresas pretendem contratar, 17% não mexerão em seu quadro de funcionários e 13% pensa em demissões. Áreas com mais oportunidades profissionais são tecnologia da informação, marketing e serviços ao consumidor. Em terceiro, está a China, com 52% das empresas dispostas a contratar, seguida da Rússia, com 48%.
Dos dez países pesquisados, as economias europeias são as que apresentam a maior perspectiva de demissões ou de manter os números de 2012. A Itália ocupa a última posição do ranking, com 33% das empresas pretendendo reduzir o número de colaboradores e 43% não preveem mudanças em sua equipe. Na Alemanha, país que está na quinta posição, a maioria das organizações (53%) não espera mudanças, 29% esperam contratar mais e 15% preveem cortes.
Nos Estados Unidos, mais da metade das empresas (55%) não prevê alterações no quadro de funcionários, 26% pensa em contratações e 9% devem diminuir o número de colaboradores. Vendas, informática vendas e atendimento ao cliente são os que vão contratar mais.



Hidrelétricas do Sudeste superam 31% de armazenamento, diz ONS


Por Rodrigo Polito, Felipe da Cruz Martins e João Bertholini | Valor
RIO E SÃO PAULO - Os reservatórios hidrelétricos do subsistema Sudeste/Centro-Oeste registraram nova elevação na quarta-feira e ultrapassaram, pela primeira vez desde 6 de dezembro, a marca de 31%. De acordo com o Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO), disponibilizado nesta quinta-feira pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apenas o nível de armazenamento dos reservatórios do Nordeste ainda não deu sinais de melhoras.
Confira as informações sobre os principais reservatórias das hidrelétricas brasileiras na galeria de imagens.










(Texto: Rodrigo Polito; Arte: Felipe da Cruz Martins e João Bertholini | Valor)



Leia mais em:
http://www.valor.com.br/brasil/2974406/hidreletricas-do-sudeste-superam-31-de-armazenamento-diz-ons#ixzz2IKJnLOsy

Nenhum comentário: