Por Altamiro Borges
Para a alegria dos rentistas e da mídia tucana, na semana passada o ministro Garibaldi Alves (PMDB-RN) defendeu de forma marota uma nova contra-reforma da Previdência Social. Para ele, o atual sistema é "injusto", porque o trabalhador se aposenta "muito cedo". O ministro também aproveitou para anunciar que o fim do nefasto "fator previdenciário", criado no governo FHC para arrochar pensões e aposentarias, não é prioridade do governo Dilma. "Não há possibilidade do fator ser extinto simplesmente", afirmou.
Já que está tão angustiado com as "injustiças", o ministro devia questionar o recente empréstimo do BNDES à empresa Adecoagro, do megaespeculador mundial George Soros. Num tacada, o banco público doou R$ 488,6 milhões para a implantação da sua nova usina de açúcar e etanol no município de Ivinhema (MS). Ele também poderia criticar outros generosos subsídios do governo federal a poderosas corporações, inclusive através da desoneração da folha de pagamento que reduz as receitas da própria Previdência Social.
Para a alegria dos rentistas e da mídia tucana, na semana passada o ministro Garibaldi Alves (PMDB-RN) defendeu de forma marota uma nova contra-reforma da Previdência Social. Para ele, o atual sistema é "injusto", porque o trabalhador se aposenta "muito cedo". O ministro também aproveitou para anunciar que o fim do nefasto "fator previdenciário", criado no governo FHC para arrochar pensões e aposentarias, não é prioridade do governo Dilma. "Não há possibilidade do fator ser extinto simplesmente", afirmou.
As declarações do ministro da Previdência Social revoltaram as entidades
dos aposentados e o conjunto do sindicalismo, que reivindicam o fim do
fator previdenciário e se opõem a qualquer retrocesso no setor. Para os
trabalhadores, o ministro é que foi "injusto". De fato, o ministro
Garibaldi Alves falou besteira. Injusto no Brasil é o drama dos
aposentados e dos pensionistas, que são tratados como bagaços após serem
sugados durante dezenas de anos no trabalho aviltante. Injusto no
Brasil são os péssimos salários dos trabalhadores, num ponta; e na
outra, os lucros exorbitantes dos banqueiros e rentistas.
R$ 194,8 bilhões de juros
Já que está tão preocupado com as "injustiças", o ministro Garibaldi
Alves devia criticar o péssimo uso dos recursos públicos. Somente nos
primeiros onze meses do ano passado, o governo federal desembolsou R$
194,8 bilhões (4,85% do PIB) para pagar juros a uma minoria de agiotas
financeiros. Desde total, R$ 157 bilhões foram transferidos diretamente
para os bancos. O superávit primário - nome fictício da reserva de caixa
dos rentistas - continua sendo feito em detrimento de maiores
investimentos na infraestrutura e nas áreas sociais - incluindo a
Previdência Social.
R$ 488,6 milhões de empréstimo para Soros
Já que está tão angustiado com as "injustiças", o ministro devia questionar o recente empréstimo do BNDES à empresa Adecoagro, do megaespeculador mundial George Soros. Num tacada, o banco público doou R$ 488,6 milhões para a implantação da sua nova usina de açúcar e etanol no município de Ivinhema (MS). Ele também poderia criticar outros generosos subsídios do governo federal a poderosas corporações, inclusive através da desoneração da folha de pagamento que reduz as receitas da própria Previdência Social.
50,6% dos trabalhadores com salário mínimo
Ao invés de pregar uma nova contra-reforma, Garibaldi Alves deveria
brigar pela elevação dos salários dos trabalhadores, que aquecem o
mercado interno e reforçam o próprio caixa da Previdência Social.
Segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas
Sócio-Econômicas (Dieese), do total de 87.923.586 de pessoas empregadas
no país, 50,6% ganham até um salário mínimo, 85,4% até dois mínimos e
apenas 14,6% recebem acima destes valores. Como nordestino, o ministro
devia saber que os trabalhadores da sua região são os recebem os menores
rendimentos - 73,8% ganham até um salário mínimo. Isto sim é que é
"injusto"!
Nenhum comentário:
Postar um comentário