Este artigo merece ser republicado.
Xeque- Marcelo Bancalero
Até ex-ministro de FHC, Luiz Carlos Bresser Pereira, critica
comportamento da elite diante dos absurdos da AP 470 e chama o
julgamento do mensalão de "julgamento politico" com todas as letras a
quem tem direito!
Uma hora ou outra o STF terá de ceder e rever esse julgamento.
Não acredito que ainda exista tempo para
resgatarem o respeito, mas creio que num, espero, "breve momento", a
verdade apareça e a justiça se faça à partir do "Impeachment" destes
bandidos de toga e prevaricadores da decência, usurpadores da
democracia e estupradores da Constituição que recebam em troca do
sofrimento que causaram o troco da verdadeira justiça!
São muitas provas!
Não dá mais pra fingir que tudo vai bem no reino do JB!
Esse castelo de areia onde ele colocou
seu trono real está sendo desmanchado, e nem precisamos das águas de um
certo Cachoeira pra isto! Na verdade JB não entendia que o terreno onde
construiu seu castelo eram as mãos dos brasileiros, e seu sonho utópico
não poderia perdurar neste solo!
Ainda vivemos num mundo onde a verdade é superior à mentira!
Ou ao final disso tudo, será tão ridicularizado, quanto estes que tem poupado ao se calar.
Outro que precisa se mover é o Congresso
Nacional! Os deputados devem exigir que o Banco do Brasil se manifeste e
confirme à população que não existiu desvio algum! Ou eles serão os
próximos na lista negra desse STF emporcalhado com as marionetes togadas do PIG.
DEPOIS DA RUÍNA NEOLIBEAL, O "MORALISMO LIBERAL"
Ex-ministro de FHC, Luiz Carlos Bresser Pereira publica duro artigo
sobre o comportamento das elites ao longo da Ação Penal 470. "O que
significou, afinal, esse julgamento? O início de uma nova era na luta
contra a corrupção no Brasil, como afirmaram com tanta ênfase elites
conservadoras, ou, antes, um momento em que essas elites lograram afinal
impor uma derrota a um partido político que vem governando o país há
dez anos com êxito?"
247 - A
ação penal 470 foi um julgamento político. O momento em que as elites
brasileiras, após a rúína neoliberal, decidiram se apegar ao velho
moralismo liberal. A tese é do cientista político Luiz Carlos Bresser
Pereira, ex-ministro de FHC, que publicou artigo na Folha. Leia abaixo:
O mensalão, as elites e o povo
Depois do fracasso da aventura neoliberal, as elites se prendem ao velho moralismo liberal
O fato político de 2012 foi o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal
do processo do mensalão e a condenação a longos anos de prisão de três
líderes do Partido dos Trabalhadores com um currículo respeitável de
contribuições ao país.
O que significou, afinal, esse julgamento? O início de uma nova era na
luta contra a corrupção no Brasil, como afirmaram com tanta ênfase
elites conservadoras, ou, antes, um momento em que essas elites lograram
afinal impor uma derrota a um partido político que vem governando o
país há dez anos com êxito?
Havia um fato inegável a alimentar o processo e suas consequências
políticas. O malfeito, a compra de deputados e o uso indevido do
dinheiro público existiram. Mas também é inegável que, em relação aos
três principais líderes políticos condenados, não havia provas
suficientes -provas que o direito penal brasileiro sempre exigiu para
condenar. O STF foi obrigado a se valer de um princípio jurídico novo, o
domínio do fato, para chegar às suas conclusões.
Se, de fato, o julgamento do mensalão representou grande avanço na luta
pela moralidade pública, como se afirma, isso significará que a Justiça
brasileira passará agora a condenar dirigentes políticos e empresariais
cujos subordinados ou gerentes tenham se envolvido em corrupção.
Acontecerá isso? Não creio.
Como explicar que esse julgamento tenha se constituído em um
acontecimento midiático que o privou da serenidade pública necessária à
justiça? Por que transformou seu relator em um possível candidato à
Presidência (aquele, na oposição, com maior intenções de votos segundo o
Datafolha)? E por que, não obstante sua repercussão pública, o
Datafolha verificou que, se a eleição presidencial fosse hoje, tanto
Dilma Rousseff quanto o ex-presidente Lula se elegeriam no primeiro
turno?
Para responder a essas perguntas é preciso considerar que elites e povo
têm visão diferente sobre a moralidade pública no capitalismo.
Enquanto classes dominantes adotam uma permanente retórica moralizante,
pobres ou menos educados são mais realistas. Sabem que as sociedades
modernas são dominadas pela mercadoria e pelo dinheiro.
Ou, em outras palavras, que o capitalismo é intrinsecamente uma forma de
organização econômica onde a corrupção está em toda parte. O Datafolha
nos ajuda novamente: para 76% dos brasileiros existe corrupção nas obras
da Copa.
Hoje, depois do fracasso da aventura neoliberal no mundo, as elites,
inclusive a classe média tradicional, estão desprovidas de qualquer
projeto político digno desse nome e se prendem ao velho moralismo
liberal.
Já os pobres, pragmáticos, votam em quem acreditam que defende seus
interesses. Não acreditam que elites e o país se moralizarão, mas,
valendo-se da democracia pela qual tanto lutaram, votam nos candidatos
que lhes inspiram mais confiança.
Não concluo que a luta contra a corrupção seja inglória. Ela é
necessária, e sabemos que quanto mais desenvolvido, igualitário e
democrático for um país, mais altos serão seus padrões morais. Terem
havido condenações no julgamento do mensalão representou avanço nessa
direção, mas ele ficou prejudicado porque faltou serenidade para
identificar crimes e estabelecer penas.
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