domingo, 2 de dezembro de 2012

O público, o privado e FHC

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Acabo de ler uma mensagem de um leitor que merece as luzes do holofote, porque faz pensar. O autor dela se chama Manuel Henrique.

O texto é auto-explicativo, e demonstra apenas que o PT pode ser culpado de muitas coisas, a maior das quais é ter frustrado as expectativas de muita gente que acreditava que o partido tinha um código de ética puro como São Francisco de Assis.


Mas não dá para acusá-lo de ter inventado a nomeação de amigos e fazer o que FHC definiu, hoje, como uma “mistura entre o público e o privado”.

Ao texto de Manuel:

Hoje, os jornais destacaram a fala de FHC em um seminário, em que criticou subrepticiamente Lula por misturar o público e o privado. Seria cômico, se não … Mesmo nos comentários anti-FHC poucos lembraram do quanto ele misturou o público e o privado. FHC sabe bem do que fala. Afinal, como presidente da República, nomeou o então genro David Zylbersztajn como diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (sem nem passar pela sabatina do Congresso) e para o Conselho Administrativo do Banco do Brasil. Também garantiu emprego para o filho Paulo Henrique no comissariado-geral responsável pelo pavilhão do Brasil na Expo 2000, na Alemanha. O comissariado, criado por decreto presidencial, geriu projeto orçado em R$ 14 milhões, mas realizado por 18 milhões, com recursos públicos. Para montar o estande foi contratada (sem licitação), por R$ 13,7 milhões, a Artplan Prime, uma agência de publicidade (!) dirigida por Fernanda Bornhausen Sá e Ricardo Dalcane Bornhausen, filha e sobrinho do então senador Jorge Bornhausen, na época presidente do então PFL (aliado do governo e hoje renomeado DEM). E olha que nem falei na “boquinhas” que Fernando Henrique conseguiu para o mesmo filho nas ex-estatais Companhia Siderúrgica Nacional na Light. Tudo isso enquanto ocupava a Presidência da República. Temos que reavivar essas memórias.

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