terça-feira, 4 de dezembro de 2012

No governo FHC corrupção era descaradamente acobertada

Ontem (3), o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou publicamente que “A corrupção não está mais debaixo do tapete” e que, “Hoje, há mais autonomia dos órgãos de fiscalização e controle como o Ministério Público, a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de pronto, rebateu a afirmação de Carvalho. À noite, no Jornal Nacional, a reportagem mostrou parte das declarações do ministro e do ex-presidente sobre o assunto. FHC, visivelmente alterado, qualificou como “leviandade” a declaração do adversário político.
Vejamos, pois, quanto de motivos teve o ex-presidente para se irritar assim com a declaração do ministro de Dilma.
FHC, quando governou, foi beneficiário da cumplicidade da mídia, que ajudou a acobertar descaradamente a corrupção ao sonegar ao público notícias sobre escândalos que dispensariam o bom e velho “domínio do fato” devido à vastidão de provas que havia.
Nesse ponto, há que fazer jus ao jornal Folha de São Paulo, o único grande veículo que denunciou adequadamente a compra de votos para a reeleição de FHC, quando deputados da base aliada de seu governo foram grampeados declarando, ipsis-litteris, que haviam sido pagos pelo então ministro (hoje falecido) das Comunicações, Sérgio Motta, para votarem a favor da emenda constitucional que permitiu ao tucano obter um segundo mandato em 1998.
Além de FHC ter mudado as regras de jogo com ele em andamento ao propor ao Congresso a emenda da reeleição – o que Lula não se permitiu fazer apesar de ser tratado pela mídia tucana como se tivesse tentado e não conseguido –, ainda teve uma denúncia muito bem fundamentada, com provas materiais, de que deputados foram pagos para apoiá-lo.
Além da Folha de São Paulo, nenhum veículo de peso deu destaque ao escândalo. E o procurador-geral da República de então, que o presidente tucano manteve no cargo por oito anos – Lula, nesse período, nomeou QUATRO procuradores-gerais –, não esboçou a menor reação.
Observação: essa foi a principal razão de o ex-PGR Geraldo Brindeiro ter sido alcunhado como “engavetador-geral da República”.
Controladoria Geral da União? No governo FHC chamava-se Corregedoria, em vez de Controladoria, e jamais incomodou o governo, enquanto que a CGU de Lula e Dilma tem sido uma pedra no sapato deles, pedra colocada por eles mesmos no âmbito do esforço hercúleo que fizeram para dar transparência ao que o antecessor tucano escondia.
Polícia Federal? Essa só serviu mesmo para ajudar o governo, ou melhor, o candidato do governo FHC à própria sucessão. Ou alguém esqueceu que a PF só incomodou políticos da oposição durante a era tucana e que seu maior feito foi em 2002, quando destruiu a candidatura de Roseana Sarney para ajudar o candidato governista, José Serra?
FHC esbofeteou a nação ao comparar a omissão criminosa dos órgãos de controle de seu governo (no que tangia a investigá-lo) com a atuação deles hoje. E esse crime foi cometido com o concurso de praticamente toda a grande imprensa, que não só fechou os olhos para a corrupção da era tucana como levantou escândalos só contra a oposição petista.
E se você, leitor, acha que exagero, assista, abaixo, vídeo (completo) de entrevista que o dito “decano do colunismo político brasileiro”, Janio de Freitas, da Folha de São Paulo, concedeu ao programa Roda Viva. Na ocasião, como se pode ver no vídeo, afirmou que a mídia funcionou como “suporte político” do governo FHC.
PS: após o vídeo, veja matéria de 2001 da Folha de São Paulo, enviada pelo leitor Eduardo, que mostra bem quem FHC nomeou para a Procuradoria Geral da República
*
Roda Viva | Janio de Freitas | 06/08/2012


Agora vejam Aqui a matéria sintetizada de ontem no Jornal Nacional. Como fazem economia de texto!

E vejam abaixo a matéria mais completa e como deve ser feita por um jornal sério. 

Carvalho: PF investiga na base do “doa a quem doer”

247 – Os órgãos de investigação e fiscalização do governo nunca tiveram tanta liberdade de atuação como agora, declarou nesta segunda-feira o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Segundo ele, foi a partir do governo Lula, em 2003, que esses órgãos de controle receberam autorização do governo para agirem de forma autônoma.
Ministro mais próximo do ex-presidente Lula, Carvalho deu um recado na direção de seu amigo pessoal, cuja relação com a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Noronha, vai sendo esmiuçada pela mídia. Para o ministro, a Polícia Federal investiga na base do "doa a quem doer".
"Não é uma autonomia que nasceu do nada, porque antes não havia essa autonomia, nos governos Fernando Henrique não havia autonomia, agora há autonomia, inclusive quando cortam na nossa própria carne", afirmou o ministro. Ele também respondeu positivamente quando questionado se o Planalto apoia operações da PF, do Ministério Público e da Procuradoria-geral da República "doa a quem doer". "Sempre foi assim", disse.
A Procuradoria, segundo ele, nunca teve tanta independência nesse País. O órgão, num trabalho em conjunto com a gestão anterior e a atual, do procurador Roberto Gurgel, é responsável pela denúncia que originou o julgamento da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal, que condenou réus pertencentes à cúpula do PT, como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
"Antes havia o 'engavetador-geral' da República. Com o presidente Lula, nós começamos a ter um procurador com toda a liberdade. A Polícia Federal – que é hoje cantada em prosa e verso pela sua independência – só passou a ser independente sob o governo do presidente Lula e agora da presidenta Dilma, cortando na carne quando necessário. A Corregedoria-Geral da República nunca teve liberdade para agir como tem agora", acrescentou Carvalho.
Para o ministro, é falsa a impressão de que há mais corrupção no governo atual. "O que há mais agora é que as coisas não estão mais embaixo do tapete", afirmou. A autonomia dos órgãos, segundo ele, é saudável. "É um resultado desse avanço da democracia". A operação Porto Seguro, da Polícia Federal, chegou até o gabinete da Presidência em São Paulo e desbaratinou um esquema de pareceres técnicos que acontecia dentro de órgãos públicos. Os servidores envolvidos foram exonerados rapidamente pelo governo.
Com Agência Brasil

Nota do Muita Paz!
Peço desculpas ao amigo  Eduardo Guimarães 
Inverti o texto abaixo parte do seu conspícuo Blog e coloquei a matéria de ontem do Jornal Nacional. 
Isto porque não consegui manter a sua ordem.
*

Quando presidente, FHC nomeou primo de seu vice para a PGR


Nenhum comentário: