terça-feira, 20 de novembro de 2012

Sobre a entrevista de Dilma ao El País

Dizer que existem “excessos” na mídia e nada fazer para ao menos discuti-los é omissão

Paulo Nogueira, Diário do Centro do Mundo
“Costumo dizer que a imprensa brasileira comete excessos com frequência, mas prefiro isso ao silêncio da ditadura.”
A frase é da presidenta Dilma, e foi dita ao jornal espanhol El País, numa reportagem publicada hoje em seu site.
Não é uma frase brilhante esta, definitivamente. Equivale a você dizer, pela obviedade, que é contra o câncer. O silêncio da ditadura é universalmente rejeitado.
Mas por que você deve ficar entre dois extremos? A declaração de Dilma é um esforço diplomático, é certo, mas ela é essencialmente infeliz.
Se ela reconhece “os excessos da mídia”, o que ela pensa fazer para enfrentar o problema, em nome do interesse público? Ou será que ela pretende apenas constatar o caso?
O Diário se bate por uma imprensa livre, vibrante e independente – mas se existem “excessos”, como diz Dilma, eles devem ser encarados, para o bem da sociedade. Admiti-los e não fazer nada tem um nome: omissão. Ou, numa visão um pouco mais severa, covardia.”
Artigo Completo, ::AQUI::

Nota do Muita Paz!:

Sobre a questão, o Instituto Gutenberg, em seu Boletim Informativo nº 8 de 1996, manifestou-se: “A imprensa está certíssima e zela pelas liberdades públicas quando afirma que ninguém deve dizer-lhe o que e como publicar – antes da publicação. Mas depois da publicação, a mídia e os jornalistas não têm imunidades. Na verdade, quando um cidadão ou uma instituição se insurge contra erros ou pede reparação, não instala querela na órbita da liberdade de imprensa e sim na jurisdição dos direitos civis, iguais para todos” Em qualquer hipótese, o exercício da profissão jornalística há de pautar-se pela necessária responsabilidade e pelo rigor ético, e, a Ética é a mesma, tanto para o homem de imprensa, quanto para o homem comum.

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