MTB aponta ação terrorista de Gurgel
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Marcio Thomaz Bastos fala diante dos juízes e pede cuidado: “é um julgamento de bala de prata, de uma vez só”; seu cliente, José Roberto Salgado, é vice do Rural; mensalão, segundo ele, foi invenção; "empréstimos do PT foram pagos e os das empresas DNA e SMPB também seriam se empresas não fossem destruídas"; Roberto Gurgel, diz ele, agiu terroristicamente ao acusar golpe de R$ 1 bilhão
Pediu aos juízes que tenham duplo cuidado, por se tratar de um julgamento sem direito a recurso, em que serão julgadas as trajetórias e o histórico de vida de vários indivíduos. “É um julgamento de bala de prata”, disse ele. “E vamos demonstrar a absoluta inocência de José Roberto Salgado”.
Thomaz Bastos afirmou que condenar Salgado só será possível se for revogada a lei da gravidade. “As condutas atribuídas a ele são anteriores à chegada dele ao cargo”. Ele lembrou ainda que Salgado foi denunciado em função do depoimento de uma única testemunha, chamada Carlos Godinho, ex-funcionário do banco. "Intrigas, fofocas", disse o advogado.
O ex-ministro da Justiça lembrou ainda que, em nenhum momento, na sexta-feira passada, o procurador-geral Roberto Gurgel citou o nome de Salgado. "Os empréstimos foram dados em 2003 e só em abril de 2004 ele assumiu a vice-presidência do banco", disse ele. "Condená-lo seria revogar o conceito de tempo".
Depois de falar sobre seu cliente, Thomaz Bastos começou a tangenciar a história do mensalão. Ele falou que as empresas DNA, SMPB e Graffiti, de Marcos Valério, eram extremamente conceituadas em Belo Horizonte. “Dizer que empréstimos não seriam pagos é uma construção mental”, disse ele. “Desde 1998, todos os empréstimos dessas empresas foram religiosamente pagos em dia; esses últimos só não foram quitados porque houve o escândalo que destruiu as empresas”.
Assim como José Carlos Dias, que defende Kátia Rabello, presidente do banco, ele atribuiu a decisão dos empréstimos ao ex-presidente da instituição, José Augusto Dumont, já falecido.
Em seguida, partiu para o ataque. Atacou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que insinuou um golpe de R$ 1 bilhão, valor que o Rural ganharia se a liquidação do Mercantil de Pernambuco, onde o Rural tem 20%, fosse levantada. "Empréstimo ao PT foi em 2003 e fim da liquidação aconteceu agora em março de 2012", disse ele. Bastos disse que Gurgel agiu "com todo o respeito" terroristicamente. "Dar R$ 20 milhões em empréstimos e receber R$ 1 bilhão seria um grande negócio; mas só na loteria esportiva". Segundo ele, nove anos depois dos empréstimos, o Rural recebeu R$ 96 milhões com o fim da liquidação do Mercantil de Pernambuco.
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