Não queiram
imputar ao PT toda a irregularidade eleitoral que existe no Brasil há décadas.
Tenho
acompanhado com extremo interesse o caso do suposto mensalão.
Eu acho que os verdadeiros fatos aconteceram
assim:
A PGR e o relator Joaquim Barbosa batem na tecla de que não houve
empréstimos bancários ao PT e que tudo não passou de uma farsa.
Entendo eu que, excetuando o
suposto delito de João Paulo Cunha que veio de outra fonte, a soma das
importâncias que foram repassadas do PT aos outros partidos e aos seus próprios
integrantes batem com o total do que foi emprestado pelos bancos.
Se não
houvesse a intermediação das agências de Marcos Valério junto aos bancos, estes
numerários em dinheiro seriam lícitos. Entrou na contabilidade do Banco e saiu,
mas não entrou na contabilidade do PT. Daí a ilicitude.
Porque Delúbio agiu
assim? Digo eu. Para tornar este dinheiro dito ilícito em lícito teria que ser
declarado ao TRE ou ao TST mesmo que fossem declarados muito após as eleições. Assim manda o Código Eleitoral. Para fugir
desta burocracia que demandaria muito tempo, inclusive com multa ao partido decidiu-se
para o caminho da irregularidade.
Então onde está a intensidade e o volume do
crime que tanto apregoam? Os empréstimos foram feitos. Os peritos do Banco Central
atestaram a idoneidade dos empréstimos. O PT poderia no máximo estar sendo supostamente
acusado de tentativa de tráfico de influência, o que não chegou a acontecer,
pois descoberto antes com o escândalo vindo à tona.
O PT não pode ser condenado
por algo que supostamente iria acontecer para favorecer as agências de Marcos
Valério. Isto se fosse esta a intenção. Ninguém pode ser condenado por algo que
poderia acontecer. Então, está provado que, se existe crime é somente crime
eleitoral. O máximo que poderia acontecer seria o PT e outros partidos
envolvidos serem multados por caixa dois. E é só. Mas isto não entra na cabeça
das pessoas que só pensam em execrar o PT.
Como disse o presidente Lula: é algo
que sempre aconteceu no Brasil se referindo ao caixa dois político. Quem conhece muito bem
esta história de caixa dois é o ex-senador Arthur Virgílio do PSDB. Não queiram imputar ao PT
toda a irregularidade eleitoral que existe no Brasil há décadas.
Confissão de Arthur Virgílio.
" Em 1986, fui
obrigado a fazer caixa dois na campanha para o governo do Amazonas. As empresas
que fizeram doação não declararam as doações com medo de perseguição
política." " Vamos acabar com mocinhos pré-fabricados e bandidos
pré-concebidos. Neste país, o caixa um é improvável. A maioria das campanhas
tem caixa dois." Sabem o senador Arthur Virgílio, do PSDB, aquele que insulta
o presidente Lula, faz ameaças físicas, acha que o caixa 2 do PT é um
“terrível” escândalo? Aquele que assinou nota oficial do bloco PFL/PSDB
afirmando que Lula cometeu “gravíssimo” crime eleitoral? Pois é! A revista
Carta Capital (16/11/05) desengavetou entrevista dele ao Jornal do Brasil.
Nela, o senador afirma que ele próprio, em 1986, usou caixa 2 e “desafiava quem
não usava”. A reportagem, que tem o título de “Ilegalidade é frequente”, trata
da denúncia de que houve doações de mais de R$ 10 milhões à campanha de
reeleição de FHC que não foram registradas no TSE. Ao assustado repórter ele
ressaltou: “fico tranqüilo porque esse crime eleitoral já está prescrito”.
Texto do leitor José Lopes extraído do Portal Brasil 247.com
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