Ação Penal 470 pode terminara na Costa Rica
Brasil 247.com
Foto: Divulgação
Como se trata de um julgamento de “bala de
prata”, sem apelação, alguns réus estudam recorrer à Corte Internacional
de Direitos Humanos, em San José
247 – Apesar da pressa de
vários ministros do Supremo Tribunal Federal para concluir rapidamente a
Ação Penal 470, alguns réus estudam a possibilidade de recursos à Corte
Internacional de Direitos Humanos, na Costa Rica, para evitar o
julgamento de “bala de prata”, sem direito a apelação, como definiu o
advogado Marcio Thomaz Bastos. O tema foi abordado nesta sexta-feira
pela colunista Monica Bergamo. Leia:
PRATO QUENTE
A possibilidade de réus do mensalão acessarem organismos
internacionais para questionar o julgamento preocupa ministros do STF
(Supremo Tribunal Federal). Na sessão de anteontem, Celso de Mello, o
decano da corte, levantou a questão publicamente, em meio a outras
discussões. Ricardo Lewandowski também já tocou no tema. O assunto deve
voltar à pauta.ACELERA
O temor de alguns ministros é que, na pressa para finalizar o mensalão, o STF atropele procedimentos e ritos. Réus condenados poderiam recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos com denúncias de violação da convenção, que poderá encaminhá-las à Corte Interamericana, em São José, na Costa Rica. O órgão não tem poder de mudar o resultado do julgamento, mas pode abrir processo contra o Brasil.
ACELERA 2
A menção de Mello ao assunto eletrizou o ambiente. "Uma Justiça que se preze não se submete a órgão internacional, ainda mais político", disse Joaquim Barbosa. Gilmar Mendes, que, como Barbosa e Carlos Ayres Britto, quer acelerar o julgamento, pontuou que em poucos casos há "tal cuidado de observância do devido processo legal" como no mensalão.
ACELERA 3
O decano manteve os argumentos. E lembrou que não se trata de submissão, mas sim de reconhecimento da jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos -à qual o Brasil aderiu espontaneamente no governo FHC. Em outra sinalização de que não concorda com a pressa, disse, em meio a um voto longo: "O tempo não nos aflige"
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