segunda-feira, 14 de maio de 2012

Assessor de Kassab compra 106 imóveis


Do blog do Ricardo Kotscho

Quer dizer que o cara passou sete anos num dos cargos mais importantes da prefeitura de São Paulo, investiu R$ 50 milhões na compra de 106 imóveis e ninguém percebeu nada de estranho?
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Indicado pelo então vice Gilberto Kassab e nomeado pelo prefeito José Serra
Indicado pelo então vice Gilberto Kassab e nomeado pelo prefeito José Serra, em 2005, para comandar o Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov), justamente o orgão responsável pela liberação de empreendimentos imobiliários na cidade, o funcionário público aposentado Hussain Aref Saab só foi afastado do cargo no mês passado, assim mesmo graças a uma carta anônima enviada à prefeitura.
Na origem da denúncia que chegou só hoje à manchete dos jornais, nada de Ministério Público ou Corregedoria Geral do Município, que agora cuidam de investigar as suspeitas de corrupção. Até estranhei quando vi que o novo escândalo denunciado na imprensa aconteceu em São Paulo, um fato raro.
Só ficamos sabendo que Aref multiplicou por dez seu patrimônio, passando de proprietário de 12 imóveis, quando assumiu o cargo, para 118 este ano, por conta da carta de um "cidadão extorquido e indignado", como ele se apresentou ao prefeito Gilberto Kassab, em fevereiro deste ano.
Na carta, o denunciante relata que havia até uma tabela para a cobrança de propina na aprovação de projetos, com valores que variavam de R$ 10 mil a R$ 400 mil, segundo a matéria publicada pelos repórteres Evandro Spinelli e Rogério Pagnan, na Folha desta segunda-feira. Durante 45 dias eles pesquisaram o registro dos imóveis de Aref em cartórios do Estado de São Paulo.
O funcionário investigado e o prefeito Gilberto Kassab, que o indicou, se recusaram a falar sobre o assunto. Hussain Aref Saab, de 67 anos, tem um salário mensal bruto de R$ 9,4 mil na Prefeitura, incluindo a aposentadoria.
O advogado Augusto de Arruda Botelho, que cuida da defesa do ex-diretor, alega que Aref recebeu 11 imóveis de herança do pai (a Folha só encontrou o registro de três, nos quais ele tem direito a 1/12) e possui participação num estacionamento da família no Morumbi. Antes de assumir a direção do Aprov, o funcionário tinha um patrimônio avaliado em R$1,5 milhão.
A pergunta que fica é como um funcionário que ocupava cargo de confiança conseguiu fazer esta multiplicação de imóveis durante tanto tempo sem que ninguém na prefeitura tivesse a curiosidade de saber qual era o milagre. Perto dele, Cachoeira e Demóstenes ficam parecendo amadores.
Com a Lei de Acesso à Informação, que entra em vigor nesta quarta-feira, agora todos os brasileiros poderão fiscalizar os governos, obrigados a fornecer informações em 30 dias. Quem sabe desta forma casos como o do funcionário público que ficou milionário sem ganhar na loteria possam ser descobertos em menos tempo, sem precisar de cartas anônimas.
Na mesma edição do jornal, foi publicada uma carta do leitor Gilberto Giusepone, mostrando que, apesar de tudo, o paulistano ainda não perdeu o bom humor, ao citar os dois responsáveis pela nomeação de Hussain Aref Saab, este gênio dos negócios imobiliários:
"O prefeito Gilberto Kassab diz que José Serra o ensinou a governar. Pelo desempenho nas pesquisas, ou Kassab é mau aluno, ou Serra é péssimo professor".

Erro levou texto de blogueiro a ser publicado no 247 sem crédito

14 de May de 2012 às 19:11
247 – Na manhã desta segunda-feira 14, um erro levou à publicação, no 247, de um texto do blogueiro Reinaldo Azevedo, do site da Veja, sem crédito. Na madrugada, o responsável pelo plantão publicou uma matéria incompleta sobre o caso Hussain Aref Saab, diretor responsável pela aprovação de empreendimentos imobiliários durante a maior parte da gestão Gilberto Kassab – segundo a Folha de S.Paulo, Saab adquiriu 106 imóveis nos sete anos em que esteve no cargo. A informação de que o diretor já havia sido afastado não constava no texto publicado por 247. Alertado por seu editor via e-mail, o plantonista da manhã se confundiu e publicou integralmente aquilo que deveria servir apenas como fonte de informação. Assim que percebido, o erro foi corrigido. Pedimos desculpas aos leitores, mas nosso erro pontual não nos impedirá de apontar erros e de continuar a criticar o que julgamos ser necessário.

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