sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Joaquim Barbosa, o avesso do avesso de Gilmar Mendes

No começo os juízes eram deuses mudos, que só falavam nos autos. Havia até uma certa predisposição da classe em ter juízes que se expressassem politicamente. Na presidência do Supremo, Gilmar Mendes exacerbou esse personalismo, com um comportamento mais próximo de brigas políticas provincianas. Dava um arrepio de vergonha cívica a cada manifestação sua.
Próximo presidente do STF, Joaquim Barbosa não fica atrás.
Juro: com todos os defeitos do país, do Judiciário, da mídia, da blogosfera, não merecíamos um segundo Gilmar na presidência do STF. É castigo demais.
Do Blog de Fernando Rodrigues
Agora, Joaquim bate-boca com Marco Aurélio
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Fernando Rodrigues
Depois de protagonizar uma altercação com o ministro Ricardo Lewandowski no primeiro dia do julgamento do mensalão, a quem acusou de "deslealdade", agora o relator do caso no Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, voltou suas baterias contra outro colega.
Numa nota oficial distribuída no início da noite de hoje (3.ago.2012), Joaquim atacou o colega Marco Aurélio Mello. Eis a nota de Joaquim:
"Em qualquer atividade humana, urbanidade e responsabilidade são qualidades que não se excluem. Mas, às vezes, a urbanidade presta-se a ocultar a falta de responsabilidade. A propósito, é com extrema urbanidade que muitas vezes se praticam as mais sórdidas ações contra o interesse público."
"Ministro Joaquim Barbosa"
"Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal"
A nota de Joaquim se refere a uma declaração dada por Marco Aurélio a respeito do primeiro dia do julgamento. Na sua declaração, Marco Aurélio fala da "falta de urbanidade" de Joaquim:
"Não gostei [do primeiro dia], pela falta de urbanidade do relator. Será que ele se arvora censor dos colegas? Fiquei pasmo, inclusive com as adjetivações impróprias, em se tratando de colegas. Isso é muito ruim, a instituição é que fica prejudicada. Espero que não haja novos incidentes".
Marco Aurélio também se referiu ao fato de que Joaquim vai assumir a presidência do STF até o final do ano, com a aposentadoria de Ayres Britto: "Já me assusta o que poderemos ter em novembro. O presidente é algodão entre cristais, não pode ser metal entre cristais".
As declarações de Joaquim contra Lewandowski e contra Marco Aurélio são um prenúncio de como será o clima no STF daqui para a frente –não só no julgamento do mensalão, mas durante todo o futuro mandato de dois de Joaquim como presidente da Corte a partir de novembro próximo.

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