A Polícia Federal e o Ministério
Público investigam como o bicheiro Carlinhos Cachoeira soube, com um mês
de antecedência, da operação que tinha seu grupo como alvo, a Monte
Carlo. A primeira suspeita foi de que a informação teria saído da 11ª
Vara Federal de Goiás, onde corre o processo. A PF descobriu uma ligação
do juiz titular, Leão Aparecido Alves, para um dos investigados - quem
teria usado o telefone seria a mulher do magistrado. Em conversa gravada
cerca de 20 dias antes da prisão, Cachoeira e um auxiliar comentam
sobre uma possível operação e citam o nome de Leão. As informações são
do Jornal Nacional.
Nesta quarta, o jornal O Estado
de S.Paulo divulgou depoimento do juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que
pediu para sair do caso, ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no qual o
magistrado afirmou que os suspeitos receberam informações detalhadas da
Monte Carlo, inclusive os nomes dos investigados. Com a saída de
Moreira Lima, Leão, que é amigo de José Olímpio Queiroga Neto - acusado
de comandar a exploração de jogos ilegais no entorno do Distrito Federal
-, assumiria o caso, mas ele se declarou impedido.
Carlinhos Cachoeira
Acusado
de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Cachoeira, foi preso
na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de
2012.
Escutas telefônicas realizadas
durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o
senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a
violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios
legais.
Nos dias seguintes, reportagens
dos jornais afirmaram, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones
antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu
ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo.
Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões
reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.
Pressionado, Demóstenes pediu
afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia
seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética
e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.
O presidente do DEM, senador
José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia
decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de
Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda,
encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e
começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas.
O vazamento das conversas
apontam encontros de Cachoeira também com o governador Marconi Perillo
(PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do
Cachoeira.
Do blog Os amigos do Presidente Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário