Foto: REUTERS
Julgamento do presidente durou cinco horas; vice Federico Franco, que havia rompido com Lugo, deve assumir; Fernando Lugo já deixou o palácio presidencial; povo nas ruas
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e mais 12 representantes de países da Unasul se reuniram hoje no Congresso Nacional do Paraguai para conversar com parlamentares e apresentar a posição comum da região. Os chanceleres querem reiterar o apoio à democracia e à ordem constitucional paraguaia, no processo que pode levar ao impeachment do presidente Fernando Lugo.
O grupo já se reuniu com representantes da Corte Suprema de Justiça do Paraguai e, na conversa, ratificaram a necessidade de permitir um julgamento justo de Lugo. Eles pretendem acompanhar durante todo dia os desdobramentos no Senado e os esclarecimentos que serão prestados pelo presidente Lugo. Ontem, Patriota destacou a necessidade de se preservar a estabilidade no Paraguai e assegurar o direito de defesa de Lugo.
A situação no país é absolutamente delicada, em razão da velocidade com que o impeachment pode ser aprovado: o Senado paraguaio deverá avaliar, a partir das 14h30, as provas disponíveis em torno do conflito, na região de Curuguaty, entre tropas do exército e agricultores, no qual 17 pessoas foram mortas. Às 16h30, os senadores deverão votar pela queda ou permanência do presidente. Pelo resultado da aprovação da abertura do processo, Fernando Lugo não ter parece ter qualquer chance de ser absolvido da responsabilidade pelo massacre e, por isso, pagar com a perda do próprio mandato. O que não se compreende, dentro e fora das fronteiras paraguaias, é o 'timming' da crise, de vertiginosa rapidez.
Enquanto o Senado já tem seus horários, o presidente também se defende com horas bem demarcadas. Às 12h30, os advogados dele entraram na Justiça pedindo o bloqueio do julgamento político. Não se conhecem, ainda, as alegações. Às 15h30, uma hora antes, portanto, da sessão decisiva do Senado, anuncia-se a decisão judicial frente ao pleito presidencial, segundo informações correntes em Assunção. Está, assim, entre os poderes Judiciário e Legislativo do país vizinho o destino do chefe do Poder Executivo. O problema maior será se, como se sabe pela longa história do país de ruptura com a democracia, os militares resolverem entrar no jogo.
O portal de notícias acusa o presidente de mentiroso. Segundo matéria intitulada "Lugo mente para buscar apoio", Lugo teria dito em uma entrevista à rádio Montecarlo, do Uruguai, que havia 50 mil manifestantes nas ruas da capital pedindo a suspensão do processo, considerado "injusto" pelo povo. Segundo o site, porém, a polícia local estima apenas dois mil 'luguistas' em frente ao Congresso.
Com informações da Agência Brasil
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