quinta-feira, 10 de maio de 2012

A CORRUPÇÃO QUE CORRÓI

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 O Brasil está prestes a presenciar o maior julgamento do século, o casoMensalão. Se o ministro Ricardo Levandowski deixar, os trabalhos no STF neste processo começarão ainda no primeiro semestre. A acusação é de que deputados federais aliados ao PT recebiam uma mesada de R$ 30 mil para votar de acordo com os interesses do governo Lula. Estima-se que a soma das propinas tenha chegado a R$ 55 milhões.
Apesar de todo o oba-oba em torno deste caso, sobretudo por parte da revista Veja, ele perde feio – no quesito dinheiro desviado – para outros casos de corrupção ocorridos neste Florão da América nos últimos 20 anos. Abaixo, um pequeno apanhado com os dez casos de corrupção mais notórios de 1992 até os dias atuais.
MÁFIA DOS FISCAIS – Entre 1998 e 2008, vereadores e servidores públicos municipais de São Paulo cobraram propinas de camelôs para não importuná-los. Rombo de R$ 18 milhões.
SANGUESSUGA – Em 2006, donos da empresa Planam pagavam propinas a parlamentares em troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até 260%. Servidores nas prefeituras, envolvidos no esquema, agiam para que a empresa vencesse as licitações. Rombo de R$ 140 milhões.
SUDAM – Entre 1998 e 1999, dirigentes do SUDAM desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. O senador Jader Barbalho era um dos pivôs do esquema. Rombo de R$ 214 milhões.
OPERAÇÃO NAVALHA – Em 2007, a construtora Gautama pagava propina a servidores públicos para facilitar licitações de obras, até projetos do PAC e do programa Luz Para Todos foram fraudados. Todos os 46 presos na operação já foram soltos. Rombo de R$ 610 milhões.
ANÕES DO ORÇAMENTO – Sete deputados federais, da Comissão de Orçamento do Congresso, faziam emendas de lei remetendo dinheiro para entidades filantrópicas ligadas a familiares. Havia ainda cobrança de propina a empreiteiros. O lado cômico ficou por conta do deputado João Alves, que disse em depoimento que ficou rico porque sempre ganhava na loteria. Rombo de R$ 800 milhões.
TRT DE SÃO PAULO – Em 1992, o grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão, perdeu a licitação para a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo, mas apesar disso, a obra começou a ser feita por seu grupo, com o uso de “laranjas”, tudo com o aval do juiz Nicolau dos Santos. Até hoje o prédio não foi concluído. Rombo de R$ 923 milhões.
BANCO MARKA – Em 1999, o banqueiro Salvatore Cacciola, através de acordos ilícitos, conseguia comprar dólares do Banco Central por um valor bem abaixo do aplicado para outras instituições. Rombo de R$ 1,8 bilhão.
VAMPIROS DO SANGUE – De 1990 a 2004, empresários, servidores públicos e lobistas desviaram dinheiro do Ministério da Saúde fraudando licitações para compra de derivados de sangue usados no tratamento de hemofílicos. Rombo de R$ 2,4 bilhões.
BANESTADO – De 1996 a 2000, várias pessoas utilizaram o Banco do Estado do Paraná para remeter dinheiro ilegal para paraísos fiscais. 684 pessoas foram denunciadas, mas apenas 97 condenadas a penas de até quatro anos de prisão. É considerado o maior caso de corrupção do Brasil em valores desviados, R$ 42 bilhões.
A Operação Monte Carlo, que vem desvendando a rede de atuação do bicheiro Carlinhos Cachoeira, não entrou na lista acima em razão de não ter dados definitivos.
 Do Blog Tio Colorau

Embora reconheça que que o autor do artigo acima tenha razão em parte, discordo no tocante ao suposto mensalão. Vejamos,  o próprio Roberto Jefferson autor do neologismo mensalão, nega em sua defesa no STF que o mensalão tenha existido. Fico com um pequeno trecho da defesa de José Dirceu no STF : 
"Curioso notar que segundo o Ministério Público, deputados do Partido dos Trabalhadores, como Paulo Rocha, João Magno e Professor Luisinho, que receberam dinheiro do Secretário de Finanças Delúbio Soares, não praticaram o crime de corrupção. Em outras palavras, pela lógica acusatória, um parlamentar pertecente ao mesmo político do Presidente da República não era corrompido quando votava de acordo com os interesses do governo.
Por outro lado, a acusação entende que parlamentares do Partido Liberal, o mesmo partido do então Vice-Presidente da República, eram corrompidos quando votavam a favor do governo. Ora, se um parlamentar do PT naturalmente votava no governo, pelo fato de o Presidente da República ser do seu partido, é difícil entender por qual razão um deputado do PL agiria diferente, se o Vice-Presidente da República era também membro de sua agremiação partidária."

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