
A manchete do jornal Zero Hora (fac-símile acima) opõe um lúmpen de
colarinho branco contra Lula, o ex-presidente do Brasil, por duas vezes,
o mais democrata dos presidentes brasileiros em todos os tempos, e o
mais querido dos ex-presidentes. A popularidade de Lula, hoje, é tão
intensa quanto no período do seus dois mandatos.
Pois bem, a mídia brasileira, ZH em especial, quer colocar no mesmo
nível, esse grande brasileiro e um operador do submundo da subpolítica
tucana, reciclado por setores ultrapragmáticos do PT.
O curioso é que essa mesma mídia, nos tempos das pastas rosas, da compra
de votos para o segundo mandato de FHC, dos escândalos abismais da
privataria tucana no afã de vender o patrimônio nacional na bacia das
almas, jamais contrapôs o então presidente Cardoso a um operador de
esgotos como Marcos Valério ou assemelhado. Imaginemos a hipotética
manchete "Fernandinho Beira-Mar aumenta cerco a Fernando Henrique
Cardoso".
Ontem mesmo, esse mesmo jornal ZH (grupo RBS, que apoiou o golpe militar
de 1964 e se beneficiou dos seus resultados continuados por quase vinte
anos) chamava Marcos Valério de “empresário”. Há como que um
esquecimento de quem é Marcos Valério. De onde ele surgiu, como se alçou
à condição de criminoso regional mineiro à graduação conquistada com a
projeção nacional que logrou alcançar.
Mas não, a mídia conservadora insiste na tecla de desconstituir e
arruinar a reputação de Lula. Há uma fila, o próximo alvo é a presidenta
Dilma. Já se viu que os expedientes são os mais rebaixados. Não há
limite. A meta é retomar o poder no Brasil. Fazer do País um Estado para
20 milhões de felizardos habitantes eventuais (porque essa gente quer
ser cosmopolita e mundana, vai viver parte do ano entre Miami e Dubai). O
resto dos brasileiros que se explodam, quem mandou serem pobres,
burros, pretos e preguiçosos.
Cristóvão Feil No Diário Gauche
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