terça-feira, 6 de novembro de 2012

Início da transição em São Paulo

ELEIÇÕES - 

 
POR MARINA DIAS
 
Após passar o feriado descasando com a família no litoral de Alagoas, o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deu início à chamada transição de governo. Na manhã desta segunda-feira (5), reuniu-se com deputados e vereadores petistas em um hotel na região central da capital paulista para, segundo dirigentes, "traçar as diretrizes e prioridades dos próximos dias".
 
Foi definido que Haddad conversará com os quatro principais partidos aliados – PMDB, PSB, PCdoB e PP – ainda esta semana. Apenas a reunião com o PP, de Paulo Maluf, ainda não foi agendada.
 
O presidente do PSB na capital paulista, vereador Eliseu Gabriel, e a vice-prefeita eleita e presidente estadual do PCdoB paulista, Nádia Campeão, serão os primeiros a serem recebidos pelo prefeito eleito. As reuniões foram marcadas para esta terça-feira (6).
 
O PSB, que ganhou musculatura nas eleições municipais de 2012 e busca projeção nacional para 2014, deve reivindicar a Secretaria da Educação, que conta com 25% do orçamento municipal. Isso não significa, porém, que o PT cederá a pasta, menina dos olhos de Fernando Haddad, ministro da Educação de 2005 a 2012. Um dos nomes que deve ser apresentado pelo PSB é o do secretário de Educação Básica do MEC, Cesar Callegari.
 
A briga será feroz, visto que o PT não quer abrir mão de pastas como Educação e Saúde – as duas de maior orçamento -, além de Planejamento, Finanças e a Secretaria de Governo, que deve ficar com o presidente do PT paulistano, Antonio Donato.
 
Já o PCdoB quer a Secretaria dos Esportes e a de Articulação da Copa do Mundo de 2014. O ex-ministro do Esporte Orlando Silva e a própria Nádia Campeão são cotados para o secretariado.
 
O presidente do PSB, no entanto, afirma que ainda não tem em mente nenhum pedido ou nome para futuras indicações. "Quero ouvir o prefeito. Não quero colocar a faca no pescoço de ninguém", disse Eliseu Gabriel a Terra Magazine.
 
Após a primeira rodada de conversas, que deve acomodar os principais aliados ao governo, Haddad tentará aproximação com partidos que podem contribuir para a formação da maioria de seu governo na Câmara Municipal, como PR, PV e PRB. Segundo petistas, o PV já procurou interlocutores de Haddad para se "colocar à disposição" para futuras conversas.
 
"O governo é grande e há espaço para todos os partidos. É necessário ter maioria na Câmara para termos governabilidade", ponderou Antonio Donato, coordenador do governo de transição de Haddad.
 
Além dele, dirigem a transição o professor de Direito da USP e homem de confiança de Haddad, Luis Fernando Massonetto, e Ursula Peres, também professora da USP, de finanças públicas. Os dois devem ganhar cargos no novo secretariado petista.

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