ELEIÇÕES -
POR MARINA DIAS
Após passar o feriado descasando com a família no litoral de Alagoas, o
prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deu início à chamada
transição de governo. Na manhã desta segunda-feira (5), reuniu-se com
deputados e vereadores petistas em um hotel na região central da capital
paulista para, segundo dirigentes, "traçar as diretrizes e prioridades
dos próximos dias".
Foi definido que Haddad conversará com os quatro principais partidos
aliados – PMDB, PSB, PCdoB e PP – ainda esta semana. Apenas a reunião
com o PP, de Paulo Maluf, ainda não foi agendada.
O presidente do PSB na capital paulista, vereador Eliseu Gabriel, e a
vice-prefeita eleita e presidente estadual do PCdoB paulista, Nádia
Campeão, serão os primeiros a serem recebidos pelo prefeito eleito. As
reuniões foram marcadas para esta terça-feira (6).
O PSB, que ganhou musculatura nas eleições municipais de 2012 e busca
projeção nacional para 2014, deve reivindicar a Secretaria da Educação,
que conta com 25% do orçamento municipal. Isso não significa, porém, que
o PT cederá a pasta, menina dos olhos de Fernando Haddad, ministro da
Educação de 2005 a 2012. Um dos nomes que deve ser apresentado pelo PSB é
o do secretário de Educação Básica do MEC, Cesar Callegari.
A briga será feroz, visto que o PT não quer abrir mão de pastas como
Educação e Saúde – as duas de maior orçamento -, além de Planejamento,
Finanças e a Secretaria de Governo, que deve ficar com o presidente do
PT paulistano, Antonio Donato.
Já o PCdoB quer a Secretaria dos Esportes e a de Articulação da Copa do
Mundo de 2014. O ex-ministro do Esporte Orlando Silva e a própria Nádia
Campeão são cotados para o secretariado.
O presidente do PSB, no entanto, afirma que ainda não tem em mente
nenhum pedido ou nome para futuras indicações. "Quero ouvir o prefeito.
Não quero colocar a faca no pescoço de ninguém", disse Eliseu Gabriel a Terra Magazine.
Após a primeira rodada de conversas, que deve acomodar os principais
aliados ao governo, Haddad tentará aproximação com partidos que podem
contribuir para a formação da maioria de seu governo na Câmara
Municipal, como PR, PV e PRB. Segundo petistas, o PV já procurou
interlocutores de Haddad para se "colocar à disposição" para futuras
conversas.
"O governo é grande e há espaço para todos os partidos. É necessário ter
maioria na Câmara para termos governabilidade", ponderou Antonio
Donato, coordenador do governo de transição de Haddad.
Além dele, dirigem a transição o professor de Direito da USP e homem de
confiança de Haddad, Luis Fernando Massonetto, e Ursula Peres, também
professora da USP, de finanças públicas. Os dois devem ganhar cargos no
novo secretariado petista.
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