egunda-feira, 26 de novembro de 2012
Em respeito a sua idade modifiquei o título original.
Mas que é uma viúva remanescente da ditadura é?
Brigadeiro Frota: "há uma forte vontade para tirar este governo sem-vergonha que está aí”
A “direitona” está indócil no Brasil. Durante o governo do presidente
Lula ela se movimentou de forma razoavelmente discreta. No governo
Dilma, no entanto, ela tem se mexido com muita mais desenvoltura, e no
ano passado até assinou um manifesto promovido pelo Clube da Aeronáutica
contra a Presidente. (leia aqui)
Confira agora a entrevista do ultradireitista, brigadeiro Ivan Frota,
que sem meias palavras diz em entrevista ao Jornal Diário da Manhã de
Goiânia que “há uma forte vontade para tirar este governo sem-vergonha
que está aí”.
Hélmiton Prateado
Jornal Diário da Manhã
Jornal Diário da Manhã
O tenente-brigadeiro Ivan Frota nasceu em Fortaleza e foi criado em
Ipameri, interior de Goiás, desde os dois meses de idade. Saiu daqui
para estudar no Rio de Janeiro e se tornou oficial general da Força
Aérea Brasileira. De passagem por Goiânia ele concedeu entrevista ao
Diário da Manhã e falou sobre temas políticos e relembrou fatos do
período militar.
Ivan Frota foi o primeiro aviador brasileiro a acumular mais de 3.000
horas de vôo em jato de caça. Sua tese de estudos para ingresso no
Estado Maior da Aeronáutica se tornou o Projeto Sivam (Sistema de
Vigilância da Amazônia). Foi candidato a deputado federal pelo PSD do
Rio de Janeiro em 1994. Obteve pouco mais de 251 mil votos para
presidente da República em 1998 pelo PMN e saiu da política após perder
novamente uma eleição para deputado federal em 2002 pelo PTB no Rio
Grande do Norte.
Na reserva desde 1993 ele agora preside o Clube da Aeronáutica,
equivalente para os aviadores ao Clube Militar – do Exército – e ao
Clube Naval, da Marinha. Preside também a Academia Brasileira de Defesa,
instituição que pretende ser para os civis o equivalente ao Ministério
da Defesa. Um gabinete paralelo que discute temas ligados a assuntos
oficiais de segurança nacional.
Para Ivan Frota a Comissão da Verdade é um “revanchismo inaceitável e
pouco inteligente, um erro de quem está comandando politicamente este
país”. O brigadeiro considera que o período militar (1964-1985) não foi
uma ditadura “pois o País tinha presidentes eleitos e Congresso
funcionando”. Para ele o Ato Institucional nº 5 (AI-5) não invalidou a
legitimidade dos governos que se valeram dele. A morte do jornalista
Vladmir Herzog não merece ser discutida e torturadores e assassinos como
o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra devem ser perdoados e que não
há prova de que ele tenha torturado e matado. “Quem tinha de ser julgado
eram as Forças Armadas”.
Para o presidente do Clube da Aeronáutica os ataques promovidos por
criminosos ligados ao PCC – Primeiro Comando da Capital - em São Paulo
apresentam aspectos de estar a serviço de grupos políticos supostamente
ligados ao PT ou a quem queira desestabilizar o governo de São Paulo que
é do PSDB. Afirma que o ex-presidente Lula tem patrimônio de 2 bilhões
de dólares, que a corrupção está campeando solta na política nacional e
que “a Justiça é manipulada pelo governo, todo mundo nesse país se
vende,”.
Diário da Manhã – Como o senhor avalia a Comissão da Verdade?
Ivan Frota – Acho um revanchismo inaceitável e pouco inteligente
que o governo está cometendo um erro. O Brasil precisa pensar no futuro e
colocar a verdadeira dimensão de um país de 200 milhões de habitantes e
uma superfície de 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Não podemos nos
prender a coisas ultrapassadas como esse revanchismo barato que diz
respeito a acontecimentos do tempo dos governos militares. Na realidade
estamos vendo que indivíduos de representação daquela época,
subversivos, indivíduos que funcionavam contra o governo instalado, hoje
estão aí sendo presos e punidos pelo mensal, como o José Dirceu. Isto é
uma constatação para a sociedade do nível de qualidade moral que esses
indivíduos tinham naquela época e que estão mostrando que o que eles
queriam era só tomar conta do poder para se locupletarem com o dinheiro
público.
Diário da Manhã – Mesmo a presença de representantes do Judiciário e outras instituições dá legitimidade à comissão?
Ivan Frota – Sei que há até ministro do STJ que compõe a
comissão, como outros membros. Não quero dizer que um ou outro seja
revanchista, mas a criação da comissão para investigar só um lado, não
investigar o outro, acho que é perda de tempo e desgaste para uma nação
como é o Brasil que isto esteja acontecendo agora. Só finalidade
negativa. Acho uma perda de tempo e que deva ser colocada uma pá de cal
sobre isto, coisa que já deveria ter sido feita há muito tempo. A
própria Lei da Anistia já tinha dado. Estão querendo simular outra coisa
que já não existe mais, não há a menor razão de ser.
Diário da Manhã – A Organização dos
Estados Americanos (OEA) condenou a Lei da Anistia e mandou que crimes
de tortura e morte sejam julgados. Isto não igualmente não tem
legitimidade?
Ivan Frota – A OEA é uma instituição comandada pelos Estados
Unidos e que está se imiscuindo em assunto que não lhe diz respeito. Nós
estamos sendo vítimas em nosso país de duas pressões contra a população
brasileira. A primeira é esta pressão política do próprio governo que
está instalado, que faz pressão contra o desenvolvimento do país. O
atendimento às necessidades das forças armadas tem sido negado. As
forças armadas brasileiras são as menos equipadas da América do Sul,
porque ficam com medo de que equipando as forças armadas possa ser feita
alguma revolução ou golpe, como foi em 1964. O que não está na cabeça
dos militares nesse momento.
Diário da Manhã – Os militares não estão mais com cabeça para golpe?
Ivan Frota – Para novo golpe militar não. Mas há uma forte
vontade para tirar esse governo sem vergonha que está aí, que está já há
não sei quanto tempo tomando atitudes absurdas em relação a nosso país
como essa comissão da verdade. O povo, de repente, vai se cansar de tudo
isso e por mais que se compre a vontade popular, como está sendo feito
nesses oito anos de governo do PT e mais esses dois anos da Dilma, foram
todos dedicados a comprar a vontade do povo, com bolsa família e outras
asneiras. Culminou com o mensalão que é comprar a vontade dos políticos
também.
Diário da Manhã – Como se sente um
oficial hoje em ter de bater continência e obedecer as ordens de uma
mulher que foi terrorista e pegou em armas contra a ditadura militar?
Ivan Frota – Os militares são disciplinados e uma continência
significa dar um bom dia, que qualquer pessoa o faz em sinal de
respeito. São responsáveis e a disciplina está acima de tudo. Têm
mantido esse nível e enquanto houver um governo constituído e apoiado em
uma Constituição os militares vão manter sua obediência e respeito às
autoridades constituídas.
Diário da Manhã – Como o senhor vê a postura do ex-presidente Lula?
Ivan Frota – O senhor Luiz Inácio Lula da Silva é um ser
político. Apesar do baixo cultural ele é um indivíduo que tem um senso
político excepcional e ele gosta de praticar essa política. Creio que
ele saiu do governo para continuar a fazer política. Ele poderia até,
com o apoio popular que tinha quando estava na presidência, ter
postulado um terceiro mandato e até se perpetuar no governo. Ele não
quis isto porque não é sua seara. Lula quando estava no governo nunca
governou nada, o que ele fez foi delegar poder de mando para outros,
como os ministros José Dirceu e Dilma Roussef. Ele fez política o tempo
inteiro. Tudo o que ele assinou foi sem saber o que estava assinando.
Ele adora fazer política e está fazendo. Conseguiu fazer o prefeito de
São Paulo de uma forma inesperada com um rapaz sem qualidade nenhuma
para a maior cidade do país.
Diário da Manhã – O ex-ministro
Fernando Haddad, prefeito eleito de São Paulo, é doutor em filosofia
pela USP. Para o senhor ele não tem qualidade nenhuma?
Ivan Frota – Eu não quero saber quem foi que deu diploma para
ele. Eu avalio apenas seu desempenho político. Só teve fracasso nesse
quesito e por isto foi escolhido. Não acredito que vá ter sucesso como
prefeito. Seu comportamento político foi condenável em todos os
aspectos, é muito fraco. Eu não sei o que o Lula está querendo com esse
protegido seu. Até sei. Está querendo conquistar o maior segmento
político do país, que o estado de São Paulo inteiro. Já conquistou a
prefeitura agora quer o governo do estado. Essa movimentação se mostra
com esses acontecimentos de crimes em série em São Paulo que estamos
assistindo. A bandidagem não cresce de repente a não ser que estimulada
por determinados objetivos e a política está por trás disso.
Diário da Manhã – O senhor está
sugerindo que assassinatos, ataques a quartéis e presídios, além de
incêndios em ônibus têm fundo político?
Ivan Frota – Essas ações de banditismo que estão ocorrendo em São
Paulo só podem ser para desestabilizar o governo do estado de São
Paulo. A quem interessa isto, senão os indivíduos que querem neutralizar
a ação política do governador Geraldo Alckimin. Tenho certeza que há
uma atividade política nisto aí e que se for comprovada será um
escândalo maior que o mensalão. Agora não estão só roubando dinheiro,
agora estão matando gente. É um negócio muito sério. De repente cresce
em escala exponencial a atividade do banditismo e há alguma coisa por
trás disso para desestabilizar o governo do estado. Não posso provar,
mas a lógica nos leva essa conclusão. É só prestar atenção que verá
isto. Só pode haver uma vontade política em desestabilizar esse governo.
Diário da Manhã - O senhor acredita em um retorno dos militares ao poder?
Ivan Frota – O que eu acho extremamente necessários é que
consigamos eleger governos sérios, que queiram o desenvolvimento do
país, que não permitam a balbúrdia e a roubalheira. Todos os presidentes
militares terminaram sua vida sem riqueza e o presidente Lula tem uma
fortuna de 2 bilhões de dólares, segundo a Revista Forbes. Como é que
pode ser uma coisa dessas. O filho dele que era funcionário do jardim
zoológico e está milionário. Ninguém consegue ganhar tanto dinheiro
assim em tão pouco tempo. A corrupção está campeando solta nesses dois
governos liderados pelo PT e o Lula é um exemplo disso. Enquanto isto
ficam inventando coisas para julgar indivíduos que deram sua colaboração
para evitar o comunismo triunfar no Brasil.
Diário da Manhã – Como o do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra?
Ivan Frota – É um exemplo. O Ustra está sendo um boi de piranha.
Quem tinha que ser julgado eram as forças armadas, ele apenas cumpria
ordens. Ele cumpriu seu dever porque ocupava um cargo.
Diário da Manhã – O Ministério Público Federal ofereceu denúncia e a Justiça acatou. Estão também de conluio com as esquerdas?
Ivan Frota – Que Justiça é esta? É uma Justiça comprada,
manipulada pelo governo. Quem tem mais poder manipula. Nesse país todo
mundo se vende.
FRASES
“Que Justiça é esta? É uma Justiça comprada, manipulada pelo governo. Quem tem mais poder manipula. Nesse país todo mundo se vende.“Não podemos nos prender a coisas ultrapassadas como esse revanchismo barato que diz respeito a acontecimentos do tempo dos governos militares”.“A OEA é uma instituição comandada pelos Estados Unidos e que está se imiscuindo em assunto que não lhe diz respeito. Nós estamos sendo vítimas em nosso país de duas pressões contra a população brasileira”.“Há uma forte vontade para tirar esse governo sem vergonha que está aí, que está já há não sei quanto tempo tomando atitudes absurdas em relação a nosso país”“Lula quando estava no governo nunca governou nada, o que ele fez foi delegar poder de mando para outros, como os ministros José Dirceu e Dilma Roussef. Ele fez política o tempo inteiro”.“Essas ações de banditismo que estão ocorrendo em São Paulo só podem ser para desestabilizar o governo do estado de São Paulo. Tenho certeza que há uma atividade política nisto aí e que se for comprovada será um escândalo maior que o mensalão”.
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