Vem em muito boa hora o artigo do jornalista Pedro Rogério Couto
Moreira que faz reflexões sobre o poder da imprensa e a
responsabilidade dos jornalistas. Luís Nassif e Mino Carta também
tratam do poder da imprensa e da campanha contra o relatório final da
CPI do Cachoeira.
No Observatório da Imprensa, Pedro Rogério – profissional experiente e
com passagens por alguns dos principais veículos de comunicação do país
– aborda diretamente as ligações do jornalismo com o esquema
Cachoeira.
Ele cita o caso do jornalista Policarpo Júnior, da Veja, que se recusa a
“esclarecer o motivo de ter sido escolhido por Cachoeira, um dos
atuais Mariscot, para ser o depositário das bombásticas informações do
fora da lei”. Policarpo é um dos investigados pela CPI do Cachoeira.
“Não entendo o motivo da enxurrada de artigos de proteção ao jornalista
alçado ao posto, quiçá não almejado, de queridinho do fora da lei”,
acrescenta Pedro Rogério.
“Ora, o que se quer saber é muito simples: por que o Cachoeira escolheu
o jornalista de Veja, e não outros bambambãs de O Globo, da Folha, do
Estadão, da TV Globo, do Correio Braziliense ou de qualquer outro
veículo?”
Luís Nassif também trata da CPI e diz que o relatório final da comissão
mostra um cenário mais perigoso do que o escândalo do The Sun – que se
envolveu com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o
direito à privacidade de cidadãos ingleses.
Nassif diz que a CPI revelou “ligações diretas entre jornalistas e o
crime organizado”. Segundo ele, “o relatório mostra, com abundância de
detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e
servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar
concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos
obtidos por métodos criminosos”.
E, em editorial na CartaCapital, Mino Carta critica "a tradicional
ladainha" sobre o "assalto à liberdade de imprensa" feita pela grande
mídia, para tentar abafar o caso Policarpo Júnior
“Situações similares em outros países provocaram a expulsão de
jornalistas não somente de suas redações, mas também, e sobretudo, das
próprias entidades da categoria. Por ter formulado acusações falsas, um
diretor de redação italiano pagou recentemente pela culpa do seu
jornal e foi condenado a alguns anos de reclusão. No Reino Unido,
Rupert Murdoch teve de sair do país por ter praticado façanhas muito
parecidas com aquelas cometidas pela Veja de Policarpo Jr”, afirma
Mino.
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