segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Artigos mostram contradições da mídia no caso Cachoeira

Vem em muito boa hora o artigo do jornalista Pedro Rogério Couto Moreira que faz reflexões sobre o poder da imprensa e a responsabilidade dos jornalistas. Luís Nassif e Mino Carta também tratam do poder da imprensa e da campanha contra o relatório final da CPI do Cachoeira.
No Observatório da Imprensa, Pedro Rogério – profissional experiente e com passagens por alguns dos principais veículos de comunicação do país – aborda diretamente as ligações do jornalismo com o esquema Cachoeira.
Ele cita o caso do jornalista Policarpo Júnior, da Veja, que se recusa a “esclarecer o motivo de ter sido escolhido por Cachoeira, um dos atuais Mariscot, para ser o depositário das bombásticas informações do fora da lei”. Policarpo é um dos investigados pela CPI do Cachoeira.
“Não entendo o motivo da enxurrada de artigos de proteção ao jornalista alçado ao posto, quiçá não almejado, de queridinho do fora da lei”, acrescenta Pedro Rogério.
“Ora, o que se quer saber é muito simples: por que o Cachoeira escolheu o jornalista de Veja, e não outros bambambãs de O Globo, da Folha, do Estadão, da TV Globo, do Correio Braziliense ou de qualquer outro veículo?”
Luís Nassif também trata da CPI e diz que o relatório final da comissão mostra um cenário mais perigoso do que o escândalo do The Sun – que se envolveu com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o direito à privacidade de cidadãos ingleses.
Nassif diz que a CPI revelou “ligações diretas entre jornalistas e o crime organizado”. Segundo ele, “o relatório mostra, com abundância de detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos obtidos por métodos criminosos”.
E, em editorial na CartaCapital, Mino Carta critica "a tradicional ladainha" sobre o "assalto à liberdade de imprensa" feita pela grande mídia, para tentar abafar o caso Policarpo Júnior
“Situações similares em outros países provocaram a expulsão de jornalistas não somente de suas redações, mas também, e sobretudo, das próprias entidades da categoria. Por ter formulado acusações falsas, um diretor de redação italiano pagou recentemente pela culpa do seu jornal e foi condenado a alguns anos de reclusão. No Reino Unido, Rupert Murdoch teve de sair do país por ter praticado façanhas muito parecidas com aquelas cometidas pela Veja de Policarpo Jr”, afirma Mino.
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