Por Altamiro Borges
Em outubro passado, segundo o Banco Central, o Brasil teve o
maior déficit histórico nas transações com o resto do mundo: US$ 5,3 bilhões.
Além da remessa de lucros das multis, os gastos de brasileiros no exterior
também contribuíram para o péssimo resultado. Eles passaram de US$ 2 bilhões em
outubro. Apesar destes dados preocupantes, o governo insiste em afirmar que
está tudo bem. “São sinais consistentes da retomada do crescimento”, afirma
Fernando Alberto Rocha, chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC.
Apesar da grave e prolongada crise capitalista mundial, que penaliza
o Brasil e reduz os efeitos das medidas anticíclicas adotadas pelo governo
Dilma, as poderosas multinacionais continuam remetendo bilhões de dólares ao
exterior. Com isto, elas procuram resolver os problemas de caixa nas suas matrizes
explorando a força produtiva e as riquezas nacionais. A própria Folha, com a sua
mentalidade colonizada, adverte que “as empresas estrangeiras instaladas no país
aceleraram as remessas de lucros e dividendos como nunca”.
Este otimismo, porém, não se justifica. O ritmo de
crescimento da economia continua lento, decorrente da crise mundial
e da sangria dos recursos nacionais. Todas as projeções indicam que o
“pibinho”
de 2012 será ainda menor do que o do ano passado. E não há certeza sobre
uma
retomada forte da economia em 2013. Enquanto a crise não afetar
drasticamente o
emprego, o governo Dilma seguirá gozando de altos índices de
popularidade. Num cenário de desemprego crescente, porém, a oposição
demotucana é quem festejará!
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