quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dirceu ajudou Barbosa a chegar ao STF


O condenado mais célebre do mensalão, José Dirceu, teve influência direta na escolha de Joaquim Barbosa para uma das onze cadeiras do Supremo Tribunal Federal – Corte que o ministro passa a presidir a partir desta quinta (22). Quem revela é o próprio ex-presidente Lula. Em discurso proferido em 2003 no Palácio do Planalto, em que anunciou as nomeações de Barbosa, Ayres Britto e Cezar Peluso para o STF, o então presidente Lula afirma: “foi muito importante a participação de três companheiros na escolha: a do Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, a do Ministro José Dirceu, a do nosso Advogado-Geral da União, Dr.Álvaro [Ribeiro Costa]”.
Foi também José Dirceu quem, como ministro chefe da Casa Civil, assinou, em maio de 2003, a mensagem do Executivo ao Senado, encaminhando do nome de Joaquim Barbosa para ser submetido à sabatina que antecede à nomeação como ministro do Supremo. Dentro de mais algumas semanas, será agora o mesmo Joaquim Barbosa quem proclamará o resultado do julgamento que condenou José Dirceu a dez anos e dez meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha.
“Competência e visão social” – No mesmo discurso, proferido há nove anos, Lula se diz convencido de que o melhor critério para a escolha dos ministros do STF é o da competência e o da “visão social”. E destaca que a escolha se deu dentre mais de 400 nomes, “num processo de seleção discutido com vários companheiros, tanto do Governo, quanto de fora do Governo” – segundo revela.
Lula ressalta que não tinha relações próximas com nenhum dos indicados: “A primeira vez que eu me encontrei com o Dr. Joaquim, ele me lembrava hoje, foi em Paris, há 14 anos, quando ali ele fazia doutorado” – afirmou.
E ainda esclarece o critério que nortearia suas próximas indicações para o Supremo: “levará em conta uma visão social que as pessoas tenham do nosso país e levará em conta a vida profissional dessa gente, porque o Supremo Tribunal, para nós, é por demais importante e acho que o Poder Judiciário e outros Poderes, no Brasil, precisam conquistar muito mais, eu diria, prestígio junto à opinião pública.”
Cristina Lemos  

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