26 novembro 2012
(...)
OPERAÇÃO
DURKHEIM
“A investigação da operação Durkheim
começou em setembro de 2009 com a apuração sobre um caso de suicídio de um
policial federal em Campinas, que apontou a possível utilização de informações
sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos
de envolvimento em fraudes em licitações.
Segundo o inquérito, as duas organizações
atuam em paralelo e de modo independente, mas tinham elo sobre uma pessoa
investigada, que atuava com os dois grupos suspeitos.
A PF informou que foi descoberta uma grande
rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que
se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores,
pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas
de telefonia, bancos e servidores públicos.
A assessoria da PF informa que entre as
vítimas do esquema há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e
um banco.
Já a outra organização enviava dinheiro ao
exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central,
apontam as investigações.
O nome da operação é uma referência ao
intelectual francês Durkheim, que é um dos pais fundadores da sociologia e
escreveu o livro "O Suicídio", em alusão aos fatos que deram início à
investigação.
Participam da operação de hoje cerca de 400
policiais federais para o cumprimento de 33 mandados de prisão, 34 mandados de
coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar depoimento e depois
liberada) e 87 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 2ª Vara
Criminal Federal de São Paulo. A PF informa que 67 pessoas serão indiciadas.
Os investigados podem responder pelos
crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação
de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de
sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem
autorização do Banco Central, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas
de 1 a 12
anos de prisão, segundo a PF.”
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