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(JB) - O novo governo paraguaio pode ficar tranqüilo: o
senador Álvaro Dias garantiu ao presidente Franco o apoio incondicional do PSDB
à nova ordem estabelecida em Assunção. Com essa solidariedade, o chefe de
governo do país vizinho está apto a reverter a situação de repúdio continental,
vencer a parada no MERCOSUL e roncar grosso – como, aliás, está começando a
fazer – contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai.
O problema todo é que o bravíssimo senador Álvaro Dias,
companheiro de dueto, até há poucas semanas, do senador Demóstenes Torres nas
objurgatórias morais contra o governo, não combinou esse apoio com o povo
paraguaio, que irá às urnas em abril e, provavelmente, nelas, dirá o que pensa
da “parlamentada” de Assunção. E, mais ainda: não será ouvido nos foros
internacionais que estão tratando do tema. Nesses centros de decisão, quem
estará decidindo serão os chefes de estado e os chanceleres dos países do
continente. Por enquanto, estando na Oposição, os tucanos não podem falar em
nome do Brasil.
A posição brasileira, prudente e moderada, está sendo
assumida em consultas com os países vizinhos e com as organizações regionais.
Nenhum desses países, por mais veementes tenham sido os protestos, violou um
milímetro sequer da soberania do Paraguai – embora, na destituição de Lugo, o
soberano real, que é o povo paraguaio, não tenha sido ouvido.
O Brasil já anunciou que nada fará que possa prejudicar
diretamente o povo paraguaio. Mas as suas elites devem estar advertidas de que
a decisão de construir regimes democráticos sólidos, com o respeito absoluto à
vontade popular, manifestada em eleições limpas e livres, é irrevogável na
América do Sul.
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