“A Polícia Federal vai acabar explodindo”
Foto: Edição/247
Desafabo é de Marcus Wink, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais; ele contou ao 247 os motivos que levaram a categoria a fazer ontem o enterro simbólico do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, em Brasília; procurados, ministério da Justiça e PF ainda não se pronunciaram
"Em todos estes anos na corporação, esta é a maior crise de relacionamentos que já vi na PF", afirma Wink. Ao Brasília 247, o sindicalista explica que a principal disputa está entre os delegados e agentes. "Os delegados assumiram todos os postos que eram, a princípio, de agente. Até em operações especiais, que pedem uma experiência prática que a maioria não tem", detalha Marcus.
Para ele, a crise teve origem durante o comando do diretor-geral anterior à Coimbra, Luiz Fernando. Daiello assumiu o cargo em janeiro de 2011, depois de 17 anos na Polícia Federal.
Para a Fenapef, o atual diretor é omisso e corporativista em relação as disputas internas da PF. "Quem está num patamar acima tem o ônus de fazer o controle interno, solucionar problemas como este. Ele se omite", conta o presidente do sindicato. Wink alega que já procurou Daiello diversas vezes, tanto por meio de ofícios como pessoalmente, e nada foi feito.
"Se não houver um gerenciamento hábil, competente e político para solucionar a crise, ela vai agravar cada vez mais. A Polícia Federal vai acabar explodindo", setencia o sindicalista.
A reivindicação do sindicato é que seja escolhido um novo diretor-geral, e que a pessoa seja de fora da PF para não favorecer qualquer um dos lados. "Queremos alguém de fora da polícia, alguém com noção do trabalho, mas que principalmente tenha conhecimento na área de gestão e inteligência para administrar todas as situações", descreve o representante da federação. Policiais civis, juízes e coronéis já ocuparam o cargo de diretor-geral ao longo da história do órgão.
O Brasília 247 procurou a Polícia Federal e o Ministério da Justiça, que ainda não estão se pronunciando sobre o assunto.
Paralisação
Nos dias 31 de julho e 1º de agosto, a Fenapef vai realizar assembleia para analisar os próximos passos do movimento. A greve não está descartada.
A categoria reivindica ainda reestruturação salarial e da carreira. Segundo o sindicato, as negociações com o ministério do Planejamento estão paradas.
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