Com Lula e Dilma no Planalto, quase todas categorias tiveram aumentos reais
Entre 2003 e 2011, com Lula e Dilma no Planalto, quase todas as categorias tiveram aumentos reais
Os funcionários do Executivo
federal passaram a custar mais que o dobro à União desde que o PT chegou
ao Palácio do Planalto, em 2003. A despesa média por servidor do
governo cresceu mais de 120% entre 2003 e 2011, contra uma inflação em
torno de 52% no mesmo período. Com a promessa de corrigir distorções
históricas na remuneração dos três Poderes, o ex-presidente Lula
implementou, em seu segundo mandato, uma política de valorização do
funcionalismo. Com ela, os servidores do Executivo tiveram evolução
salarial maior que os do Legislativo e do Judiciário. Segundo o
Ministério do Planejamento, apenas entre 2008 e 2010, o impacto dos
reajustes dados somente aos servidores civis do Executivo foi de R$ 35,2
bilhões. As informações são de O Globo
São esses números que sustentam a
determinação da presidente Dilma Rousseff de não ceder às pressões dos
servidores grevistas. Até agora, apesar de a mesa de negociação estar
aberta, só foi apresentada uma contraproposta aos professores das
universidades federais. Dezenas de outras categorias do serviço público
estão paralisadas, mas a ordem da presidente e da equipe econômica é
manter o rigor fiscal exigido pela gravidade da crise financeira
internacional.
A ministra do Planejamento,
Miriam Belchior, em entrevista esta semana ao GLOBO, disse que é
impossível atender às reivindicações dos grevistas:
- Desde 2003, houve aumentos
reais em todas as categorias. Estamos refazendo todas as nossas contas
diante do agravamento da crise internacional e esperamos que até o
início de agosto tenhamos o cenário das propostas que possam ser
atendidas. A soma das demandas é de R$ 92 bilhões, ou 50% da folha
atual, 2% do PIB e o dobro do PAC deste ano. Isso indica, com clareza,
que é um número que não é factível de o governo atender.
Sindicalistas pedem novos reajustes
Responsável pelas negociações
com os grevistas, o secretário de Relações de Trabalho no Serviço
Público, Sérgio Eduardo Arbulu Mendonça, reforça que os reajustes dados
no governo Lula são inequívocos quanto à valorização das carreiras do
serviço público. Somente em 2010, o governo comprometeu R$ 6,6 bilhões
com o pagamento dos reajustes negociados pelo ex-presidente:
- Tivemos um conjunto de reestruturações de 2008 a 2010. Só no Poder Executivo civil o impacto foi de R$ 35,2 bilhões.
O cruzamento de dados do Boletim
Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento sobre a evolução
da folha de pagamento, do quantitativo do funcionalismo e da despesa
média por servidor comprovam a vantagem dos servidores do Executivo em
relação aos demais Poderes.
Enquanto o número de servidores
ativos do Executivo variou cerca de 15%, passando de 856,2 mil em 2003
para 984,3 mil em 2011, a despesa média com esse servidor evoluiu numa
escala muito maior: passou de R$ 3.439 para R$ 7.678 este ano, um
crescimento de mais de 120%.
Considerando a inflação medida
pelo IPCA entre 2004 e 2011, que foi de 52,7%, conclui-se que desde o
início do governo petista, o custo médio do servidor do Executivo teve
um aumento real (acima da inflação) de 46,2%.
A folha de pagamento do
Executivo com ativos também teve evolução impressionante: de R$ 64,7
milhões em 2003 para R$ 152,5 milhões em 2012, um crescimento de 135,4%,
também muito superior à inflação do período.
Para o secretário-geral da
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal
(Condsef), Josemilton Maurício da Costa, mesmo com os aumentos dados no
governo Lula é preciso nova correção. Ele afirma que o Executivo tem
recursos para isso.
- Foram 12 anos de congelamento,
não tivemos aumento nenhum no governo Fernando Henrique. Lula só deu
aumento no segundo mandato. E o importante é ver quanto o governo gasta
da receita corrente líquida com pessoal. Há dez anos, eram 52% da
receita, agora são 30% - afirma o sindicalista.
Os servidores do Judiciário
encontram amparo nos dados do Boletim Estatístico do Ministério do
Planejamento para reclamar da "defasagem salarial" da categoria. Pela
leitura fria desses números, o Judiciário aumentou em cerca de 40% seu
contingente de servidores ativos - passando de 82.657 em 2003 para
121.760 em 2011 -, mas a despesa média com o servidor, embora seja maior
que a do Executivo, não evoluiu no mesmo ritmo: era de R$ 7.125 em 2003
e chegou R$ 11.709 em 2012, crescimento de 64,3%.
Ou seja, o Judiciário quase
dobrou o número de servidores, mas a despesa com eles cresceu muito
menos do que a do Executivo, que manteve praticamente o mesmo
contingente de servidores e aumentou a conta com eles em 120%.
Desde 2009, os servidores do
Poder Judiciário, com apoio da cúpula, brigam pela aprovação no
Congresso de um novo plano de cargos e salários com reajustes médios de
34%, chegando a 56% em alguns casos. O impacto financeiro da proposta é
de cerca de R$ 7 bilhões ao ano. O governo federal não permite a
aprovação.
No caso do Legislativo, o número
de servidores ativos aumentou pouco em relação aos demais poderes,
cerca de 10%, passando de 22,9 mil em 2003 para 25.088 em 2011. A
despesa média com esses servidores também cresceu na mesma proporção
verificada no Judiciário: passou de R$ 8.648 para R$ 13.887 este ano, um
custo 60,5% maior.
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