“O mensalão não existiu”
Foto: Divulgação
Em entrevista, Marcio Thomaz Bastos, que defende um executivo do Banco Rural, afirma que não houve compra de votos nem mesadas pagas a parlamentares
A denúncia original de Antonio Fernando de Souza
“Com todo o respeito que eu tenho pelo Antônio Fernando (Souza, ex-procurador-geral da República), considero a denúncia fraca, desviada dos fatos, sem apoio na realidade. Me parece, fundamentalmente, que esse processo é artificial. É uma junção de condutas diferentes que deviam ser julgadas cada uma no seu processo e que foram, de uma maneira irrealista, colocadas juntas, para fazer o processo do mensalão. Foi um erro. É o que está trazendo essas dificuldades para o julgamento se realizar. É o artificialismo, de juntar tudo num processo só.”
A existência do mensalão
“Basta ler os autos para ver que o mensalão não existiu. Eu já dei essa opinião outras vezes. Não quero me estender, porque estou no caso sob a luz da defesa do meu cliente, José Roberto Salgado.”
Compra de votos
“Nos autos, não existe nenhuma prova da compra de votos no Congresso. Nenhum exemplo concreto, nem dois, nem cinco, nem dez. Esse processo é um erro na forma, na origem, na maneira como foi conduzido. E tenho muita esperança de que o Supremo corrija esse erro.”
O voto antecipado de Cezar Peluso
“É um direito que ele tem, embora não seja uma ideia que possa me agradar muito. Porque o julgamento é uma coisa viva. E, como dizia o Chacrinha, só termina quando acaba. Muitas vezes já vi um juiz votar e, depois, convencido pelos argumentos dos votos posteriores, reformular aquele voto. Quando você antecipa o voto, você congela aquele voto, ele não pode mais ser vivido por aquele organismo que é o julgamento.”
A acusação contra José Roberto Salgado
“É uma acusação que, de certa maneira, abole a lei da relatividade, porque não leva em consideração nem o tempo nem o espaço. Quando ela aponta, por exemplo, que o núcleo financeiro disponibilizou e idealizou aquele fluxo de recursos, ela diz que isso aconteceu no começo de 2003. Sucede que, no começo de 2003, José Roberto Salgado estava na direção internacional e de câmbio do banco. Ele não tinha nada a ver com isso. Só passou a ter depois da morte do (diretor do Banco Rural) José Augusto Dumont, em abril de 2004.”
Sua expectativa
“Que o Supremo faça um julgamento justo, técnico, que não se deixe influenciar por fatores externos, que olhe a prova dos autos, que veja o que tem lá dentro, que condene quem tiver provas suficentes produzidas pelo Ministério Público para condenar – e absolva aqueles para quem não houver provas suficientes para isso.”
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