O suplente de Demóstenes Torres também terá de explicar as acusacões que aparece nos grampos feitos pela Polícia Federal segundo os quais Cachoeira afirma categoricamente ter trabalhado para colocá-lo na suplência de Demóstenes e na Secretaria de Infraestrutura de Goiás, cargo que ele ocupa agora no governo de Marconi Perillo, outro envolvido na quadrilha de Cachoeira e já esquecido pelo PSDB e imprensa. Aliás, é bom que se diga; Se Perillo fosse governador do PT, todos os dias, seria manchete escandalosa na TV e jornais... Mas, como trata-se do PSDB, ninguém mais fala nele. Dizem por ai que os jornais não querem tocar no assunto para não prejudicar a eleição de José Serra. Sera?
Telefonema interceptado pela Polícia
Federal na Operação Monte Carlo mostra o contraventor Carlinhos
Cachoeira, conversando com um de seus aliados sobre um acordo que teria
sido firmado com Wilder Morais (DEM-GO), herdeiro da vaga de Demóstenes
Torres no Senado. As gravações não deixam claro quais seria os termos
desse acordo e quando ele teria sido feito.
Na ligação, de maio do ano
passado, Cachoeira orienta o ex-vereador tucano de Goiânia Wladimir
Garcez, apontado pela PF como elo da organização com políticos, sobre
uma reunião que teria com Wilder. Eles discutem como abordar o suplente
de senador, que estaria "falando mal" de Cachoeira." Tinha um acordo aí.
Pode falar do acordo meio a meio?", pergunta Garcez a Cachoeira.
Na ocasião, Wilder já era
secretário de Infraestrutura de Goiás, nomeado pelo governador Marconi
Perillo (PSDB). No diálogo, o ex-vereador indaga Cachoeira se deve
"jogar na cara" do suplente a ajuda dada pelo contraventor, que
responde: "Se tiver oportunidade, você joga". Horas mais tarde, o
ex-vereador volta falar com Cachoeira e presta contas do encontro. Ele
diz ter lembrado Wilder do empenho de Cachoeira para que obtivesse a
suplência de Demóstenes. Diz que o contraventor enfrentou a "raiva" de
outros pleiteantes à vaga para bancá-lo na chapa.
Os problemas entre Cachoeira e o
agora senador revelados nas conversas gravadas pela PF ocorreram num
momento em que Wilder estava se separando de Andressa Morais, que no
mesmo ano viria amorar com o contraventor na casa que pertencia ao
governador Marconi Perillo.
As escutas da PF mostram que ela
insistia em viver com Cachoeira, mas ele resistia, para não criar
problemas com o suplente. "Você não entende. Deixei tudo por você"
cobrou ela, numa conversa interceptada.
As investigações da PF complicam
Wilder antes mesmo de tomar posse de sua vaga no Senado. Para alguns de
seus pares na Casa, ele já está sob suspeição.
Além dos diálogos interceptados
pela PF, ele omitiu parte de seus bens na declaração ao Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), apresentada na eleição de 2010.
"Se fosse o senador, tomaria
posse de manhã e iria para a tribuna à tarde me explicar", afirmou
Randolfe Rodrigues (PSOL AP), ponderando que, para chamá- lo à CPI, no
entanto, são necessárias mais evidências de envolvimento com Cachoeira.
Wilder deve tomar posse a partir de 25 deste mês, quando retorna do período de descanso.
Wilder, que é empresário, é
novato na política. O primeiro cargo público que ele ocupou foi
justamente o de secretário de Infraestrutura de Goiás, dado por Perillo
no início de 2011. Do Estadão
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