"Banco Rural foi vítima da própria transparência"
Foto: Edição/247
Defensor da ex-presidente do banco Kátia Rabello, José Carlos Dias disse que seu objetivo não era demonstrar a falta de provas no processo da Ação 470: "Vou mostrar a abundância de provas a favor dela"; segundo ele, todas operações de saque acima de R$ 100 mil foram comunicadas ao Coaf
Dias sustentou que a cliente não era a responsável pela concessão de empréstimos na época dos contratos firmados com a agência SMP&B, de Marcos Valério. Ex-ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, Dias disse que os empréstimos eram todos legais. "O Banco Rural foi vítima da sua própria transparência, porque todos os elementos, que indicam os recebedores, tudo isso está presente (na denúncia)", disse.
Segundo o advogado, todas operações de saque acima de R$ 100 mil foram comunicadas ao Coaf. "Se o Coaf jamais questionou tais operações, não é razoável transferir essa responsabilidade para os administradores do Banco Rural", alegou, dando tons framáticos à defesa vez pro outra: "Essa defesa deve ter o timbre de desagravo. É a defesa que faço de uma mulher que está injustiçada".
Presidente do Banco Rural à época em que teria ocorrido o 'mensalão', Katia Rabello é acusada de negociar os empréstimos fraudulentos que abasteceram os cobres do PT e do valerioduto. Segundo o Ministério Público, o Banco Rural tinha esperança de obter vantagens na liquidação do Banco Mercantil, de Pernambuco. "Essa liquidação só ocorreu agora, em março desse ano, no governo Dilma Rousseff", destacou o advogado, negando a intenção da ex-presidente do Banco Rural em apoiar o mensalão em troca de um favorecimento para a liquidação do Banco Mercantil.
A exposição de Dias encerrou o segundo dia dedicado à defesa dos 38 réus da ação. Até agora, 10 deles já contaram com sustentações orais, cinco na segunda-feira e outros cinco nesta terça.
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