Foto: Edição/247
Divididos desde 2008, quando se aliaram aos
tucanos pela eleição de Marcio Lacerda (PSB), os petistas vivem uma nova
realidade: a opção do prefeito por Aécio Neves uniu antigos desafetos,
como o ex-prefeito Patrus e o ministro Pimentel; o vice-prefeito
Carvalho e o presidente do PT-MG Reginaldo Lopes
Minas 247 - A luta interna
entre correntes sempre marcou a história petista e Belo Horizonte não é
exceção à regra. Desde 2008, porém, o que eram divergências virou uma
guerra que por pouco não rendeu expulsões e desentendimentos
insuperáveis no PT da capital mineira. A coligação que elegeu Marcio
Lacerda (PSB) há quatros e, sobretudo, a aliança com o PSDB do hoje
senador Aécio Neves, gerou arestas entre seus defensores - o ministro
Fernando Pimentel e o presidente estadual do partido, o deputado federal
Reginaldo Lopes - e seus opositores - o ex-ministro e ex-prefeito
Patrus Ananias e o vice-prefeito Ronaldo Carvalho.
Essa era a realidade até o sábado, dia 30. Agora não é
mais, pelo contrário. Como talvez nunca em sua história, o PT de Belo
Horizonte está unido em torno da candidatura de Patrus Ananias, lançada
depois do rompimento entre os petistas e Lacerda. A opção do prefeito de
BH, que cedeu ao pedido de Aécio e não aceitou as reivindicações
petistas para a coligação, conseguiu esse milagre, como resumiu ao 247 o
ex-deputado federal Virgílio Guimarães, ainda muito influente no
partido. “Nem o Lula conseguiu isso”, diz ele.
Entre a militância, ainda há reclamações principalmente
contra o Pimentel. No lançamento da candidatura de Patrus na sede do PT
municipal, por exemplo, o ministro do Desenvolvimento foi mais vaiado do
que aplaudido. Mas os rancores devem diminuir com o tempo, por dois
motivos: o primeiro e principal é que há um pedido explícito, feito
pelos demais dirigentes petistas, pela união. “Nada de vaias agora, o
momento é de trabalhar para fazer o Patrus prefeito”, disse, por
exemplo, o atual vice-prefeito da cidade (brigado desde o ano passado
com Lacerda), Roberto Carvalho.
Além disso, Pimentel, Reginaldo e os demais petistas que
antes defendiam a aliança com os socialistas mudaram o discurso. O 247
apurou que Pimentel mandou seus aliados não pouparem de críticas o
ex-governador Aécio Neves em discursos ou manifestações em redes
sociais. “Pode atacar”, disse Pimentel a um de seus interlocutores na
capital. “É ordem de cima.” - leia-se: Palácio do Planalto.
A necessidade de vencer o senador tucano fala mais alto e
não dá opção aos petistas. Aécio é, atualmente, o mais provável
adversário da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Se vencer em BH,
ficará ainda mais forte. Sua derrota, por outro lado, praticamente
sepulta seus planos de alçar voo político mais alto. A briga com Aécio
acabaria inevitável, mas parte do PT mineiro, e também parte dos
tucanos, tentava adia-la para 2014. Até lá, os dois grupos dividiriam o
poder na gestão de Lacerda. A decisão de romper com esse estado de
coisas antecipou, assim, o que era apenas questão de tempo.
“A tese dos 40% era boa em tese, mas faltava algo mais
para virar prática”, afirma o deputado estadual e líder do PT na
Assembleia Legislativa, Rogério Correia. Ele se refere aos 40% de
petistas que votaram - com ele - na tese da candidatura própria, no
encontro do partido realizado há pouco mais de um mês. A proposta foi
derrotada, mas, como se sabe, as circunstâncias levaram-na a ser depois a
escolhida.
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