A corda que prende Demóstenes enforcará Gilmar Dantas
Demóstenes emprega enteada de Gilmar Mendes
SENADOR
LIGADO A CARLINHOS CACHOEIRA ABRIGA EM SEU GABINETE KETLIN RAMOS, QUE É
TRATADA COMO FILHA DO MINISTRO DO MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL;
SE O CASO FOR AO STF, ELE SE DECLARARÁ IMPEDIDO DE JULGAR?
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– Uma reportagem da Folha de S. Paulo publicada neste domingo coloca
mais pressão sobre o senador Demóstenes Torres (DEM/GO). Assinada por
Leandro Colon e Fernando Mello, informa que ele emprega em seu gabinete
uma enteada do ministro Gilmar Mendes, do STF. Ou seja: se vier a ser
aberta investigação contra ele, Mendes poderá ser levado a se declarar
impedido, em razão dos laços que os unem. O caso também servirá para
reabrir outra história. Durante a Operação Satiagraha, o delegado Paulo
Lacerda, ex-chefe da Polícia Federal, foi afastado do comando da Agência
Brasileira de Inteligência quando uma conversa entre Demóstenes e
Gilmar Mendes foi publicada na revista Veja. O caso é tratado por
jornalistas como Luís Nassif e Paulo Henrique Amorim como “o grampo sem
áudio”. Leia, abaixo a reportagem de Colon:
Enteada de ministro do STF é assessora de senador do DEM
Demóstenes
Torres emprega em cargo de confiança em seu gabinete uma familiar de
Gilmar Mendes. Senador é citado em apuração sobre jogo ilegal, caso que
pode ir ao STF; ele e Mendes negam conflito de interesse
Leandro Colon e Fernando Mello, Folha de S. Paulo
Sob
risco de virar alvo do STF (Supremo Tribunal Federal), o senador
Demóstenes Torres (DEM-GO) emprega em seu gabinete uma enteada de Gilmar
Mendes, um dos 11 ministros da corte.
Ketlin
Feitosa Ramos, que é tratada na família como filha do ministro, ocupa
desde setembro o cargo de assessora parlamentar de Demóstenes, posto de
confiança e livre nomeação.
O
senador passa hoje por uma crise política por ter seu nome envolvido na
Operação Monte Carlo, que desmontou no mês passado um esquema de
corrupção e lavagem de dinheiro na exploração de jogos caça-níquel.
Acusado
de ser o chefe do esquema, o empresário Carlinhos Cachoeira é amigo de
Demóstenes e teve 300 telefonemas com ele gravados pela polícia.
O
senador confirmou que recebeu de Cachoeira um telefone antigrampo, um
fogão e uma geladeira de presentes de casamento. Investigação mostrou
que o senador também pediu ao empresário R$ 3.000 para pagar despesas de
táxi-aéreo.
Como
senadores possuem foro privilegiado (só podem ser investigados com
autorização do STF), todo o material que envolve Demóstenes e outros
políticos foi remetido para análise do procurador-geral da República,
Roberto Gurgel.
Ele
poderá pedir ao STF autorização para abrir um inquérito específico para
investigar o senador. Gurgel não tem prazo para isso.
Se
o pedido de inquérito for feito, o caso será distribuído
automaticamente a um dos 11 ministros do STF, incluindo Gilmar Mendes,
caso ele não se declare impedido.
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