quinta-feira, 13 de setembro de 2012

BC: Produção industrial já apresenta sinal moderado de recuperação

BC: Produção industrial já apresenta sinal moderado de recuperação Foto: ANTONIO CRUZ/ABR

Para o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que participa de audiência pública no Senado há um ambiente mais favorável para a indústria retomar a produção

12 de Setembro de 2012 às 13:13
Kelly Oliveira, da Agência Brasil– A indústria começou a apresentar sinal moderado de recuperação na produção, na avaliação do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que participa de audiência pública no Senado. Para Tombini, há um ambiente mais favorável para a indústria retomar a produção. O presidente do BC citou os estoques em níveis adequados, a produção em crescimento nos últimos meses, a expansão do emprego industrial, e a melhora na confiança dos empresários e nas condições de competitividade. Além disso, Tombini destacou que o nível de utilização da capacidade voltou a subir.
Sobre a agricultura, Tombini destacou que a safra de grãos deve bater recorde. No caso do setor de serviços, ele disse que há crescimento acima da expansão da economia e "essa tendência deve continuar".
O presidente do BC ressaltou ainda que  a demanda por produtos e serviços continua sustentada pelo crescimento da renda e do emprego.
Tombini voltou a dizer que a recuperação da economia tem se materializado de forma gradual. Segundo ele, a expectativa é um ritmo mais forte da atividade econômica neste semestre e em 2013.
Inflação deve convergir para meta, apesar de desvios transitórios, diz Tombini
Tombini avaliou que "desvios transitórios" têm feito a estimativa de inflação se desviar da meta de 4,5% estabelecida pelo governo. Para o presidente do BC, há sinais favoráveis em prazos mais longos. De acordo com Tombini, no curto prazo, o Brasil está lidando com choques de preços de commodities (produtos primários, com cotação internacional), devido a problemas climáticos em áreas produtoras dos Estados Unidos.
No mercado interno, outro fator que pressiona a inflação para cima é a instabilidade dos produtos in natura (tomate, cenoura, batata, cebola, ovo de galinha etc).
Tombini lembrou que antes desses choques desfavoráveis de oferta, em 6 de julho deste ano, o mercado financeiro esperava convergência da inflação para a meta, com a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 4,85% este ano. Na pesquisa ao mercado financeiro, divulgada pelo BC na última sexta-feira, essa estimativa chegou a 5,24%.
A meta de inflação tem como centro 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Cabe ao BC perseguir essa meta.
De acordo com Tombini, o preço internacional das commodities subiu 14,2%, entre 21 de junho e 19 de julho. E o preço dos produtos in natura aumentaram 14% entre junho e agosto.
Apesar disso, ele avalia que o atual choque de preços de commodities é localizado e deve ter duração curta, com amplitude menor do que ocorreu em 2010 e 2011.
Tombini também avaliou que as medidas anunciadas pelo governo tendem "a contribuir de forma importante para redução de custos da indústria, serviços e agricultura e ajudar a conter as pressões de preço no médio prazo no país". Ontem, o governo anunciou redução dos custos da energia elétrica.

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