'Dizer que 01 sou eu é o mesmo que dizer: é o papa'
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Folhapress
Assim reagiu o governador do Distrito Federal à informação de que um grampo da Polícia Federal o associaria ao bicheiro Carlos Cachoeira; nele, o sargento Dadá fala com o contraventor sobre um possível encontro com um certo 01
Ontem, o chefe de gabinete de Agnelo, Claudio Monteiro, pediu afastamento do cargo, porque seu nome também foi associado ao do bicheiro Carlos Cachoeira. O governo do Distrito Federal buscou adotar a chamada “solução Hargreaves”, a exemplo do que Henrique Hargreaves, ex-ministro da Casa Civil de Itamar Franco, fez em 1993, quando foi acusado de irregularidades. Saiu do cargo, provou sua inocência e retornou.
Leia aqui a reportagem do Estado de S. Paulo que associa Agnelo a Cachoeira.
Leia ainda, abaixo, o comentário de Hélio Doyle, colunista do 247, sobre o afastamento de Claudio Monteiro:
Cláudio Monteiro, chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, fez o que tinha de fazer: exonerou-se do cargo diante das suspeitas levantadas contra ele. A atitude não significa reconhecimento de culpa, muito menos que ele seja culpado. Até porque o que foi apresentado até agora não comprova cabalmente que Monteiro tenha realmente participado de falcatruas no governo do Distrito Federal. Há apenas indícios, sérios, que têm de ser apurados.
Essa é a atitude que deveriam tomar (e que deveriam ter tomado) todas as autoridades acusadas de cometer irregularidades. O afastamento evita que o governo seja contaminado pelas denúncias e reduz o ímpeto da imprensa. Ao mesmo tempo, mostra que o acusado não teme as investigações e abre mão do foro privilegiado que tem como ministro ou secretário de estado.
Caso nada seja comprovado contra Monteiro, o governador pode chamá-lo de volta, como o presidente Itamar Franco fez com seu chefe da Casa Civil, Henrique Hargreaves. O exemplo de Hargreaves deveria ser o modelo para os ministros de Dilma, mas até agora todos os acusados se aferraram aos cargos e só foram afastados depois de enorme desgaste público.
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