Houve um tempo em que O Cruzeiro era a flor do império de Assis Chateaubriand.
Leonardo
Padura leopadura
Terminou, como se sabe, reduzida
a uma circulação pífia, vendido o título a um ex-colaborador do regime militar,
Alexandre Von Baumgarten, e usada para obter vantagens do Governo.
Baumgarten, o coveiro da
revista, terminaria ele próprio assassinado em circunstâncias obscuras, no que
parece ter sido uma queima de arquivo dos anos finais da ditadura.
A Veja parece querer
seguir o mesmo caminho, que começa muito antes da decadência das vendas e do
faturamento.
Inicia-se da demolição do
patrimônio maior de qualquer publicação: na demolição de sua credibilidade.
Ainda imperará, por bom tempo,
dividindo com a Caras as salas de espera dos consultórios médicos e
dentários.
Mas sua capacidade de pautar a
mídia se foi.
A isnstalação da CPI do
Cachoeira, sabe-se hoje um misto de fonte e editor de pauta da revista, exporá
inevistavelmente as vísceras de uma ligação espúria.
Não haverá corporativismo
midiático que possa omitir a revelação das cumplicidades entre ela e o esquema
mafioso montado pelo bicheiro pelas TVs da Câmara e do Senado.
Puderam “segurar” a nota do
presidente da Câmara, Marco Maia, denunciando os métodos totalitários da
revista. Não publicarão nada sobre o fato de o tópico #Vejabandida ter sido o
mais presente no Twitter durante o dia de ontem no Brasil e, aliás, em
toda a rede mundial de computadores, como você vê na imagem.
Esse corporativismo não é mais
capaz , nos tempos de internet de massa, de baixar uma cortina de silêncio
sobre os fatos.
Não vão poder segurar o que
surgirá na CPI, associando dezenas de matérias – inclusive a que iniciou a
temporada de ministros no Governo Dilma – revelando que o esquema de
arapongagem de Cachoeira vivia em simbiose com a pauta da revista, que se
prestava à demolição dos esquemas que obstavam os apetites de Cachoeira e seus
aliados.
É certo que a revista ainda fará
muito barulho.
Quem é da roça sabe que certos
bichos berram desesperadamente quando sentem que vão morrer.
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