segunda-feira, 30 de abril de 2012


Posted: 29 Apr 2012 09:18 AM PDT

Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania

“Mervalices” são batatadas que o jornalista da Globo Merval Pereira espalha toda vez que comete um comentário político. Há cerca de duas semanas, por exemplo, o mordomo tucano (vide foto acima)afirmou que o governador de Brasília, Agnelo Queiróz, tinha mais evidências de relações suspeitas com Carlinhos Cachoeira do que o governador de Goiás, Marconi Perillo.

Batatada é pouco para definir aquele comentário. Já havia, então, dezenas de informações sobre negociatas e apadrinhamentos envolvendo o governador e o bandido goianos, enquanto que, contra o governador de Brasília, só existiam comentários de membros da quadrilha sobre relações dela com um ex-assessor direto de Agnelo.

Gravações feitas pela Polícia Federal mostraram os criminosos aludindo a uma suposta ligação do então chefe de gabinete de Agnelo, Claudio Monteiro, com o grupo de Cachoeira. Integrantes da quadrilha discutiram pagamento de mesada a ele para obterem benefícios em contratos no setor de limpeza pública.

A conversa foi gravada em janeiro do ano passado. O diretor da Construtora Delta na região Centro-Oeste, Claudio Abreu – que foi preso na semana passada -, ligara para Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. Conversaram sobre nomeação de um aliado da quadrilha na direção do Serviço de Limpeza Urbana de Brasília (SLU).
Os criminosos citaram dois nomes: Marcelão, que seria o ex-assessor da casa militar do GDF, Marcello Lopes, e Claudio Monteiro, chefe de gabinete de Agnelo Queiroz.Abaixo, o diálogo.

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Dadá: “O Marcelão tá aqui comigo, entendeu. Eu tava falando para o Carlinhos, o seguinte. Ele veio da reunião com o Claudio Monteiro entendeu, então ele tava falando o seguinte, que é ideal você dar um presente pro cara. A nomeação só vai sair na terça-feira no Diário Oficial.”

Claudio Abreu: “Dada, resume. O que é que é pra dar pra ele, Dadá?”

Dadá: “Dá o dinheiro para o cara, meu irmão.”

Claudio Abreu: “Faz o seguinte. Vamos dar R$ 20 mil pra ele e R$ 5 mil por mês, pronto! Nós vamos dar R$ 20 mil pra ele agora e R$ 5 mil por mês, entendeu?”

Dadá: “Vou falar com o Marcelão aqui.”
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Segundo a investigação, Claudio Monteiro foi o responsável pela indicação do nome de João Monteiro na direção do SLU. A PF não comprovou se o chefe de gabinete do GDF recebeu o dinheiro. A apuração da polícia indica que a quadrilha esperava que João Monteiro facilitasse negócios da Delta na coleta de lixo do DF, mas o único contrato fora firmado na gestão anterior à de Agnelo.
Foi a isso que Merval se referiu como sendo mais grave do que o envolvimento de Marconi Perillo com Carlinhos Cachoeira e sua quadrilha. Todavia, de lá para cá, explodiram indícios gravíssimos contra o governador de Goiás que têm sido amplamente difundidos na grande mídia e na blogosfera. Mas o que a este blog parece mais grave ganhou pouca repercussão.”
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